Os dados foram apurados no estudo anual da Sage (Sage Business Index), que inquiriu em Portugal 1018 pequenas e medias empresas, perto de 14 mil em 18 países de todo o mundo, entre em julho e agosto deste ano.
As empresas portuguesas estão cada vez mais confiantes relativamente às suas próprias perspectivas, embora continuem pessimistas quanto à economia nacional, europeia e mundial. A nível mundial, a confiança das empresas atingiu o valor máximo registado nos últimos 4 anos, prevendo a maioria das empresas o crescimento do volume de negócios e do número de colaboradores nos próximos 12 meses.
Em Portugal somente 42% das empresas prevêem que o seu volume de negócios irá crescer no próximo ano, em comparação com 58% a nível mundial, enquanto 30% prevê que o volume de negócios irá diminuir. Em média, as empresas portuguesas prevêem que o volume de negócios diminua 0,6% nos próximos 12 meses. Apesar disso, mais de um quarto das empresas (29%) prevê que o seu número de colaboradores irá aumentar, em média, 0,6% no mesmo período de tempo, enquanto apenas 7% declararam ter planos para reduzir o número de colaboradores.
Níveis de confiança
As empresas portuguesas mantêm-se confiantes quanto às suas próprias perspetivas, tendo a confiança subido 5,07 pontos para 57,94 nos últimos 12 meses. Contudo, e apesar de uma subida significativa de 7,34 pontos para 44,70, a confiança na economia nacional continua 6,93 pontos abaixo da média global. De igual modo, e apesar de a confiança na economia mundial ter subido 5,79 pontos para 48,18 nos últimos 12 meses, continua 3,5 pontos abaixo da média mundial.
Burocracia é barreira ao crescimento
A nível nacional, os empresários consideram que o maior desafio a ultrapassar por parte das empresas em termos de crescimento foi o nível de burocracia governamental e a legislação, tendo 28% declarado considerar isso um obstáculo. As percentagens dos impostos e o agravamento fiscal foram considerados um impedimento por 22%. Consequentemente, 47% das empresas considerou a redução dos impostos como a medida mais importante que o Governo poderia tomar para ajudar as empresas. Segue-se a redução da burocracia e da legislação (20%).
Em termos globais, quase um quarto (23%) das empresas considerou a redução da burocracia empresarial como a medida mais importante que o Governo poderia tomar para ajudar as empresas, tendo mais de um quinto (21%) pedido uma redução dos impostos sobre as empresas.
Empresas exportadoras são as mais confiantes
Entre as empresas mais confiantes estão as que operam para além dos limites do mercado nacional. Quase um terço (36%) das empresas inquiridas declarou ter atividade comercial noutros países que não o seu próprio, indicando que as exportações são responsáveis, em média, por 22% do seu volume de negócios. Com efeito, as empresas exportadoras afirmaram que o ano passado foi um ano bom, tendo 37% registado uma subida no seu nível de exportações, enquanto apenas 14% declararam uma descida. Para além disso, metade dessas empresas (50%) espera vir a ter um aumento nas exportações de cerca de 2,1% no próximo ano.
Contudo, muitas empresas consideram não estar a ser apoiadas nas suas ambições de crescimento das exportações. Apenas 6% declararam ter recebido o apoio de que precisam por parte do Governo, tendo dois quintos das empresas (40%) afirmado que a disponibilização de maiores incentivos financeiros é a principal medida que o Governo deveria tomar para auxiliar o crescimento das suas exportações. |