2020-6-04
Um estudo da Sage indica que, desde o início da pandemia, 47% das PME portuguesas perdeu mais de metade do seu volume de negócios e 34% das empresas recorreu ao lay-off total ou simplificado
A pandemia continua a pôr em causa a resiliência das empresas portuguesas: o período de confinamento abalou significativamente a atividade económica do país, com especial incidência sobre as pequenas e médias empresas (PME), que compõem a grande maioria do tecido empresarial nacional. A Sage realizou um inquérito junto de 1.778 empresas nacionais para compreender o impacto da pandemia nos seus negócios bem como as expectativas em relação à recuperação económica. Adicionalmente, 12% das empresas reporta ter perdido pelo menos 20% do seu volume de negócios neste período, o que significa que 59% das empresas considera que o impacto desta crise tem sido “muito negativo” para os seus negócios. Segundo foi possível apurar, os setores mais afetados foram o do turismo, da restauração, comércio por grosso, banca e seguros, imobiliário e ainda o de comércio/oficinas automóveis. Por outro lado, apenas 17% das empresas inquiridas afirma não ter sido afetada pela situação, maioritariamente empresas nos setores de consultoria e contabilidade. No que respeita ao regular funcionamento das empresas em tempo de pandemia, nem tudo são dados negativos. A maioria das empresas inquiridas (82%) afirmou continuar em funcionamento, das quais 44% reporta estar a funcionar de forma parcial e 38% a funcionar em pleno. Das restantes, 15% contava reabrir até 1 de junho e 1% viu-se obrigada a encerrar de forma definitiva; são ainda vários os negócios que se encontram suspensos sem data de reabertura. Uma das principais preocupações das empresas durante este período prendeu-se com a sua capacidade de resposta, tendo em conta as diversas alterações decorrentes das várias medidas disponibilizadas pelo governo. A aplicação do lay-off, em particular, teve implicações quase imediatas para as empresas em termos de gestão de RH. Das PME que participaram no estudo, 34% admitiu ter recorrido a esta medida (de forma total ou parcial). Adicionalmente, 24% das PME recorreu ao teletrabalho (total ou parcial) e 16% teve de reduzir o número de colaboradores, quer através da não renovação de contratos, do cancelamento de novas contratações ou mesmo através de despedimento. Ainda assim, cerca de 39% das PME revela não ter aplicado nenhuma das medidas disponíveis para o apoio ao emprego. No que toca ao apoio económico e financeiro, este número é superior: 47% indica não ter recorrido a quaisquer medidas apresentadas. Entre as restantes, destaca-se que 28% diferiu os pagamentos à segurança social, 25% que diz ter fracionado o pagamento de obrigações fiscais ou contributivas, para melhor suportar as despesas; 22% que se candidatou ao programa de créditos de apoio às empresas; e ainda 21% que pediu moratórias em relação a créditos já existentes. São várias, também, as PME a reportar não ter acesso a qualquer apoio, devido à natureza da sua atividade e/ou constituição da sua empresa. Entre várias outras medidas aplicadas, num âmbito já mais geral, destaca-se a procura, por parte de mais de 1/5 das empresas (21%) pela diversificação da oferta de produtos e serviços. |