Margarida Bento em 2022-12-14

BIZ

Análise

“Os Parceiros que não olharem para o futuro arriscam-se a ficar no passado”

Em conversa com o IT Channel, Victor Moure, Country Manager da Schneider Electric, aborda o atual panorama das tecnologias de eficiência energética face à crise climática, bem como o papel dos Parceiros na jornada para a sustentabilidade

“Os Parceiros que não olharem para o futuro arriscam-se a ficar no passado”

Victor Moure, Country Manager da Schneider Electric

Durante o mês de novembro, a Schneider Electric percorreu o país de norte a sul na edição deste ano do seu Innovation Talk Roadshow, com vista a reforçar a relação com os Parceiros de Canal e dar a conhecer o seu portfólio de soluções digitais. Durante esta jornada, o camião contou com mais de 200 referências de catálogo da Schneider Electric, separados por segmentos, tendo esta seleção sido feita com especial foco na gestão e eficiência energética.

Durante a paragem do roadshow em Carnaxide, o IT Channel esteve à conversa com Victor Moure, Country Manager da empresa para Portugal, sobre os desafios aos quais esta oferta pretende dar resposta e o atual panorama do Canal face à crise e transição energética.

“Se queremos libertar-nos da dependência dos combustíveis fósseis, temos de nos adaptar a uma realidade na qual a energia não está a ser gerada em função dos picos de consumo”, explica o responsável. Isto passa, em parte, pela própria eficiência, de forma a aliviar a carga na rede, mas também na estabilização da rede ao gerir o consumo de forma dinâmica, do simples carregamento de veículos elétricos em horas de baixa até à criação de comunidades energéticas autoprodutoras.

“Ou lutamos para que isto aconteça, ou vamos a ter graves problemas. E em Portugal, onde dependemos da água para produzir energia isto corre um risco de se tornar num ciclo vicioso, devido às secas”, diz.

Os Parceiros precisam de ser proativos

De acordo com Victor Moure, os Parceiros ainda trabalham numa mentalidade de “business as usual” com grandes capacidades nas instalações que lhes são encomendadas pelos clientes, mas sem a proatividade de evangelizar as soluções mais sustentáveis.

“De momento, oito em dez Parceiros que distribuem estas soluções estão perfeitamente preparados para quando houver procura, mas não basta ter capacidades, é preciso velocidade”, explica.

O próximo passo, refere, é ir para além do diretor de compras e falar com os responsáveis de negócio e de IT das empresas, “ter uma narrativa de negócio, não só uma solução técnica”.

A transformação energética não acontece sem a transformação digital: o que não se pode medir não se pode controlar. Como tal, a transição energética – em particular no contexto empresarial, industrial e de edifícios em maior escala – implica sempre o envolvimento do IT, com monitorização e agregação dos dados de consumo energético numa arquitetura de IT robusta, bem como a digitalização de processos que ainda não tenham sido digitalizados, de forma a ter uma visão global. Isto só é exequível trabalhando em estreito contacto com os decisores.

A boa notícia, acrescenta o responsável, é que os clientes estão mais abertos do que nunca à adoção de soluções de gestão de energia, devido à subida dos custos da eletricidade.

“Muitos clientes com elevado consumo elétrico tiveram, em algum momento, de interromper temporariamente a sua atividade, porque o custo da energia não compensava. O setor hospitalar, que não pode parar, está a ver os custos de energia a subir sem possibilidade de reduzir o consumo”, indica.

Para os Parceiros, Vitor Moure deixa a mensagem que, apesar dos desafios do dia-a- -dia, não podemos perder de vista o longo prazo. “Este será um longo caminho; os Parceiros que tiverem olhos no futuro irão sem dúvida prosperar, mas os restantes arriscam-se a ficar para trás”, afirma.

O responsável acrescenta ainda que “estamos aqui para guiar e apoiar os nossos Parceiros nesta jornada, porque é a nossa responsabilidade garantir que isto aconteça nos próximos dois ou três anos”. 

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