2015-7-28

BIZ

O que valorizam os profissionais de TI em Portugal?

O que procura e o que espera quem trabalha nas TI em Portugal - foi esta a pergunta que a Michael Page colocou a 275 profissionais que trabalham no sector, em Portugal, a propósito do seu “Barómetro de TI: percepções, tendências e análise do mercado”

O que valorizam os profissionais de TI em Portugal?

Consultoria (26,9%), Banca/Seguros (17,1%) e Indústria (16,4%) são os setores que mais procuram profissionais especializados em Tecnologias da Informação.

Salário atrativo, envolvimento num projeto com responsabilidades e funções interessantes, possibilidade de evolução na carreira e de construir uma boa reputação. São estes os fatores mais importantes para quem trabalha nas TI, em Portugal, e que as empresas devem ter em conta no momento de atrair mais talento, de acordo com o que revela a Michael Page no seu Barómetro dedicado às Tecnologias de Informação.

No momento de aceitar uma oferta de emprego, no entanto, o salário é o fator com mais peso, indicado por 69,8%. A responsabilidade associada às funções foi referida por 59,3%, ao passo que a evolução na carreira foi mencionada por 58,2% dos profissionais.

Mas atrair profissionais não basta. A consultora de recrutamento alerta para a importância de as empresas reterem capital humano, devendo para tal desenvolver projetos desafiantes, que passam por proporcionar um bom ambiente de trabalho, disponibilizar ferramentas de trabalho eficientes e promover o desenvolvimento de novas competências, entre outros fatores. “O mercado está, atualmente, mais alinhado em termos de remuneração, pelo que os grandes fatores de diferenciação passam não apenas pelos “fringe benefits” – que têm um papel muito preponderante na aceitação de um novo desafio -, mas também pela própria cultura organizacional e “employer branding” que a empresa detenha. Um plano de carreira e desenvolvimento transparente, atividades desportivas, conciliação trabalho-família, seguros de saúde e refeições na empresa são alguns dos benefícios que os profissionais valorizam”, sublinha Inês Correia, consultora da Michael Page Information Technology.

Tomás Moniz, Human Resources Manager do Porto Tech Center da Africa Internet Group, destaca que “em 2020 vai haver muito mais concorrência” e que “é preciso formar mais pessoas, reter estas pessoas e atrair alguns profissionais que estão há uns anos no estrangeiro”, uma vez que “as necessidades do mercado estão constantemente a aumentar e a oferta não acompanha”.

Para resgatar os profissionais emigrados, “as organizações nacionais devem apostar num projeto de trabalho com responsabilidades e funções interessantes, formação contínua e num bom plano de evolução de carreira na empresa. Por outro lado, o equilíbrio entre vida pessoal e profissional é cada vez mais apreciado, pelo que a aposta em programas que incentivem este equilíbrio (trabalho flexível, trabalho a partir de casa, dias de férias extra, licenças alargadas) pode ser muito positiva para a atração de profissionais que se encontram no estrangeiro e que começam a sentir a necessidade de regressar”.
E as empresas, o que mais valorizam nos profissionais? “Como este mercado é cada vez mais competitivo e as empresas não concorrem apenas no mercado nacional, mas no internacional, procuram candidatos dedicados aos seus projetos e ambiciosos, para que os objetivos pessoais e da empresa possam estar alinhados. Procuram pessoas que tragam dinamismo e ideias novas para dentro da organização. Formas de trabalhar mais ágeis e flexibilidade em adaptarem-se a novos projetos e novas realidades”, sublinha a responsável da Michael Page.

90,5% dos profissionais disponíveis para abraçar mobilidade
O Barómetro da Michael Page apurou que a esmagadora maioria dos profissionais, 90,5% estão disponíveis para mudar de localização no âmbito de um novo projeto, com 52,4% a aceitarem emigrar pela empresa. Nuno Silva, Human Resources Manager da myPartner, explica a importância da disponibilidade para a desmobilização: “Concorremos no mercado internacional e uma das premissas necessárias para os nossos colaboradores, independentemente da função que venham a desempenhar, é que tenham disponibilidade para viajar e fixar residência durante curtos períodos de tempo no estrangeiro”.
Inês Correia, por sua vez, sublinha que “a mobilidade passou a ser um requisito, em vez de uma ambição profissional”, acrescentando que “a crise impulsionou as empresas nacionais a procurarem novos mercados e o impacto desse desafio está a verificar-se no crescimento da necessidade e procura de profissionais com experiência internacional”.

Estado de espírito dos profissionais
Os portugueses que trabalham nas TI sentem-se otimistas, o que não surpreende, se tivermos em conta que esta é uma das áreas mais promissoras no nosso país: 87,3% dos inquiridos afirmaram estar confiantes na evolução positiva do mercado de trabalho e 61,7% disseram sentir-se profissionalmente motivados.

Estes profissionais mostraram-se também muito positivos na forma como veem a sua atual função. O percurso profissional é visto como bem definido e com possibilidades de evolução na carreira (por 74,1% dos profissionais a trabalhar na empresa atual há três ou menos de três anos, e por 60,2% dos profissionais há mais de quatro anos na empresa); existe a perceção de que o empregador contribui para o seu desenvolvimento profissional (para 67% no primeiro caso, e 48% no segundo) e o salário é considerado satisfatório (por 60,7% e 47,2% dos casos).

O desejo de evolução de carreira e a procura por novas experiências leva os inquiridos a demonstrarem interesse numa mudança futura. As áreas mais “apetecíveis” são Consultoria (46,5%), Internet/Digital (34,9%), Indústria (34,5%) e Banca/Seguros (31,3%).

Um importante fator na consideração da motivação profissional é o stress, referido por 43,8% dos inquiridos como uma constante no desempenho das suas funções. Sobre o papel das empresas na motivação dos seus colaboradores, 97,8% dos profissionais consideram importante a oferta de desafios interessantes e 97,1% o reconhecimento. Contudo, um terço dos profissionais afirmam não sentir reconhecido o seu valor.

Nuno Silva, Human Resources Manager da myPartner, destaca que “uma palavra certa no momento certo é extasiante para o colaborador”.


Ranking das funções
Os projetos transversais foram apontados por 25,5% dos profissionais de TI como uma das funções que desempenham, o que denota flexibilidade exigida nesta área. No ranking das funções mais desempenhadas está também o desenvolvimento de infraestruturas e sistemas (apontado em 21,8% dos casos) e o desenvolvimento de software (21,1%).

A capacidade de gestão de recursos humanos é uma mais-valia valorizada nos quadros médios e superiores do setor, já que quatro em cada cinco dos inquiridos é responsável pela gestão de uma equipa de pelo menos um elemento e um terço é responsável por equipas compostas por mais de cinco elementos.

Do total de inquiridos, 44,7% aufere entre 35 e 55 mil Euros brutos por ano e 25,8% recebe mais de 55 mil Euros. Consultoria (26,9%), Banca/Seguros (17,1%) e Indústria (16,4%) são os setores que mais procuram profissionais especializados em Tecnologias da Informação.

Miguel Garcia, CTO da VentureOak, empresa ligada ao desenvolvimento de startups, assinala também a importância dos Centros de Serviços partilhados para a absorção de profissionais da área das TI: “Em Portugal, a excelente qualidade de recursos a um custo comparativamente mais baixo, leva a uma tendência crescente de criação de Service Centers no nosso país, que se têm tornado casos de sucesso internacionais e motores de exportação de inovação”.

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