2020-3-20
Ainda é cedo para determinar o verdadeiro impacto que o COVID-19 vai ter no Canal de Parceiros Europeu, mas é possível analisar o que aconteceu no Canal chinês, o primeiro a ser afetado – e que começa a recuperar – pelo Coronavírus
Se é verdade que a economia não pode parar, também é verdade que as empresas vão sofrer um impacto significativo com a atual situação que o país - e o mundo - está a viver. O Canal de Parceiros não é exceção. Ainda não é possível prever com exatidão o que irá acontecer, mas há indicadores que, apesar de ser numa escala e realidade diferente, mostram o que pode vir a acontecer. A região APAC, a primeira que foi fortemente impactada pelo COVID-19, mostra alguns sinais do que pode chegar à Europa e, consequentemente, a Portugal. As várias medidas que foram levadas a cabo na região afetaram o setor de IT, especialmente o seu Canal. De acordo com a Canalys, os Parceiros da região enfrentam interrupções nos negócios, atrasos na cadeia de valor e incerteza económica, agravados pela guerra comercial EUA-China e existe uma escassez de stocks da Intel que começou ainda no ano passado. A Synnex Technology International Corporation, maior distribuidora de tecnologia da APAC, registou uma queda de 12% na receita anual em fevereiro de 2020, com as receitas da China e Hong Kong a cairem significativamente devido ao surto de COVID-19. A VSTECS Berhad, uma distribuidora líder com sede na Malásia, indicou que adotará uma visão cautelosa para 2020 devido à interrupção na cadeia de valor de hardware de IT. A Redington, uma distribuidora de tecnologia sediada na Índia com presença no Médio Oriente espera alguns atrasos nas encomendas e espera que os fornecedores ajudem a planear a falta de stock para minimizar o impacto causado pelo COVID-19. Num estudo da Canalys, 37% dos Parceiros na APAC indicam que o COVID-19 teve um impacto significativo ou muito significativo nos seus negócios. Estes Parceiros prepararam os seus planos de contingência, incluindo a utilização de trabalho remoto e um aumento de colaboração online. Diz a Canalys que, apesar dos vários desafios que existem, o sentimento geral na Ásia mantém-se forte, principalmente quando comparado com a Europa e os Estados Unidos que apenas agora estão a entrar nas fases mais perigosas da pandemia. Impacto nos Estados UnidosApesar de não partilhar dados para o mercado Europeu, a Canalys apresentou algumas previsões sobre o Canal norte-americano de tecnologia, país que, tal como o continente Europeu, também está agora a ver a pandemia a chegar em força. A Canalys ressalva que “até à publicação deste relatório, os efeitos completos na sociedade são desconhecidos, assim como as ramificações económicas”. Apesar desta incerteza, a Canalys deixa uma garantia que é, também, um conselho para todo o mundo: “Governos, indústria privada e consumidores terão que trabalhar juntos para mitigar esta crise global e ajudar a economia e a sociedade a voltar ao seu caminho”, explicando, no entanto, que esse caminho pode ser um longo . “As empresas devem reagir fiscal e socialmente ao considerar seu papel e responsabilidades. Numa economia interconectada, todas as empresas sofrem quando ocorre uma crise global. Os líderes precisam de focar nas partes interessadas além dos investidores, principalmente funcionários, Parceiros e clientes. As empresas com reservas de caixa devem injetar capital para manter o pessoal empregado sempre que possível. Os cortes temporários na folha de pagamento devem começar em cargos de nível sénior. As empresas maiores devem continuar a comprometer-se com fornecedores menores, assinando contratos e pedidos de compra sempre que possível para garantir que os efeitos nos seus próprios setores sejam minimizados. As empresas financeiramente estáveis devem estender as condições de pagamento a clientes e Parceiros”, refere a Canalys. |