Rui Damião em 2021-3-09

BIZ

Especial | Data Center & Edge

O data center no epicentro da transformação digital

Na era da transformação digital, o data center assume um papel importantíssimo para as organizações. Assim, os Parceiros têm, também, oportunidades de negócio que podem endereçar junto dos seus clientes. APC by Schneider Electric, Cisco, Fujitsu, HPE, Infinidat, IP Telecom, Maxiglobal e NetApp/Arrow dão a sua opinião sobre o mercado de data center

O data center no epicentro da transformação digital

Os data centers são dos pontos mais importantes das organizações que têm uma presença - direta ou indireta – online. Qualquer empresa que tenha um simples ficheiro alojado na cloud precisa de um data center.

Os tempos mudaram e a necessidade de informação é enorme. Há alguns anos, as comunicações eram simples e o correio tradicional era mais do que aceitável para grande parte das comunicações entre empresas. Atualmente, o mundo já não é assim.

Depois da democratização da Internet e dos smartphones, grande parte do tempo é passado online. Seja na vida profissional ou pessoal, a Internet tem um papel enorme na vida dos cidadãos. É aí que entra o data center, as ‘instalações’ onde se recolhem, armazenam, processam e se distribuem grandes quantidades de dados. Os data centers são tão antigos quanto a era da computação moderna.

 

 

 


“O data center das empresas está vivo e bem vivo”

– Luís Rilhó, Product Category Manager, HPE


 

Pandemia

A pandemia afetou todos os mercados. No IT, existiram determinados mercados que viram um crescimento atípico e os data centers não foram exceção. A procura mundial foi esmagadora em relação às previsões do início do ano.

Ana Carolina Cardoso Guilhén, Iberian Channel Director da APC by Schneider Electric, refere que “a questão da venda de servidores e de espaços em cloud foi um absurdo. Houve uma rutura de stocks na parte de servidores e, também, uma grande procura na parte de cloud. Na parte de infraestrutura, muitos projetos de data center atrasaram-se neste ano, só que houve uma grande procura por gestão do data center que era algo que antes tentávamos trabalhar com os clientes e, de repente, foi uma grande necessidade”.

Ricardo Silva, Technical Solutions Architect da Cisco, indica que “houve um incremento nos pedidos e houve algum shutdown da produção, o que dificultou a entrega, mas, genericamente, conseguimos responder bem às necessidades que foram, efetivamente, crescentes. Tem sido uma tendência que temos acompanhado já desde meio de 2020 e que esperemos que vá continuando a dar resposta a esta necessidade de desenvolver o data center não só do ponto de vista de recursos, mas também de os otimizar de uma forma mais simples”.

Pedro Pinto, Data Center Business Development Manager da Fujitsu, explica que 2020 “foi um ano ultra atípico; começámos o ano de forma comum e de repente fomos enfrentados com toda a pandemia e toda a necessidade de nos reinventarmos. Em termos económicos, os grandes beneficiados foram os fabricantes de sistemas de informação e de data center, comunicações e todos os serviços associados”. A Fujitsu também enfrentou problemas de fabrico e Pedro Pinto reconhece que a procura ultrapassou todas as previsões possíveis.

Luís Rilhó, Product Category Manager da HPE, diz que “o tema da pandemia trouxe alguns desafios, nomeadamente o impacto no mercado. Estamos numa área privilegiada comparado com outras áreas da sociedade que estão completamente paradas. Apesar de tudo, as coisas têm corrido bem no contexto de data center individual. Sentimos que o data center das empresas está vivo e bem vivo e as empresas tomam decisões com base no seu melhor interesse e, por vezes, o melhor interesse é estar na cloud pública, outras vezes na cloud privada”.

Daniel Cruz, Channel Manager South Europe da Infinidat, afirma que, “no data center, a parte de dados teve bastante investimento, mas a adoção de cloud foi bastante grande, o que fez com que os fornecedores de cloud também tivessem de fazer diversos investimentos. Em Portugal, o crescimento não foi tão acentuado como noutros países, mas houve investimento e o próximo ano será de grandes desafios e de grandes projetos na área dos dados”.

Nassri Abokhalaf, Pre-Sales Unit Manager da IP Telecom, concorda que 2020 “foi um ano atípico”, mas que foi “cheio de oportunidades e a possibilidade de, enquanto operador, provar que o local onde os servidores e os dados dos clientes devem estar deve ser o data center. A pandemia trouxe luz a algumas fragilidades que os clientes sentiam que as soluções que tinham dentro de portas existia e foram amplificadas pelo facto de ter as pessoas todas a aceder aos sistemas remotamente”.

Ivan Couras, Chief Sales Officer da Maxiglobal, sentiu, no início da pandemia, “um certo parar do negócio a nível de investimento, de projetos que estavam pensados. Houve um certo resfriar que, ao longo da evolução da pandemia e com a necessidade de os serviços informáticos e da digitalização aumentou exponencialmente, houve uma preocupação com os downtimes, com a necessidade de ter de intervir no caso de uma manutenção corretiva. Os clientes têm apostado na redundância e nos sistemas mais críticos”.

João Lavrador, Pre-Sales & Partner Enablement Consultant da Arrow, que representou a NetApp nesta mesa redonda, explica que “houve uma diminuição do pedido de armazenamento on-premises, mas, se calhar, porque as empresas quiseram consolidar processos e serviços e procuraram algumas soluções na cloud, não só para backup e disaster recovery, mas também para alguns ambientes produtivos na cloud e, assim, procuraram os chamados hyperscalers para tal”.

 

 


“Muitos projetos atrasaram-se neste ano, só que houve uma grande procura por gestão do data center”

– Ana Carolina Cardoso Guilhén, Iberian Channel Director, APC by Schneider Electric 


 

Sustentabilidade

A agenda da sustentabilidade climática tem um peso crescente na sociedade e, consequentemente, nas decisões políticas e empresariais. Assim, as empresas têm procurados inovações tecnológicas e boas práticas para ajudar a suster o crescimento do consumo energético.

Ana Carolina Cardoso Guilhén indica que “este é um tema importante. Como vamos crescer em consumo energético, é insustentável continuar assim. As empresas estão a olhar cada vez mais para isso. No mundo do data center, a preocupação com a eficiência e os consumos de energia é muito mais claro do que dos pequenos data centers, do edge. Este será o grande desafio dos próximos anos".

Ivan Couras salienta que “cada vez mais as empresas têm de apostar na sua eficiência. Os clientes devem focar-se na modularidade dos equipamentos e dos espaços físicos para permitir um crescimento mais sustentado, ou seja, planear o data center e os equipamentos com o crescimento do negócio, ter a potência e a energia necessárias ao seu negócio de curto prazo, mas com a possibilidade de crescer”.

Nassri Abokhalaf acredita que “o primeiro passo para a melhoria da eficiência é mover soluções de computação para o data center do operador. Aí, conseguimos ganhar as economias de escala, seja no gerador ou no arrefecimento. O edge é sempre menos eficiente do que o core porque não tem a escala. Os data centers de operador em Portugal devem ser o edge para os consumidores”.

Pedro Pinto dá como exemplo o novo supercomputador a ser instalado em Portugal. O Deucalion será baseado na tecnologia Fujitsu Fugaku que tem CPU ARM desenvolvidos especificamente para supercomputação. Para além de ter mais capacidade de processamento, é o número um do Green 500 de supercomputação, tendo uma preocupação para manter o equipamento o mais eficiente possível.

 


“Houve um incremento nos pedidos e houve algum shutdown da produção o que dificultou a entrega”

– Ricardo Silva, Technical Solutions Architect, Cisco


 

Edge

O edge computing tem vindo a ser cada vez mais relevante. Os clientes têm procurado por várias características e estima-se que o 5G possa ser uma oportunidade para a implementação deste tipo de arquitetura distribuída.

Ricardo Silva afirma que “cerca de 60% das cargas daqui para a frente e nos próximos anos vão correr em sistemas edge ou cloud. Vemos que o data center em si está claramente a dispersar- se com o edge a ser um focal point desse crescimento e expansão. O que vemos também é como é que vamos gerir o edge e isso obrigou todos os criadores de tecnologia a desenvolver um conjunto de ferramentas que permitam simplificar tudo o que é a operação no edge”.

Ana Carolina Cardoso Guilhén diz que “o edge computing é uma necessidade. A combinação entre cloud e edge já é uma realidade e muitas operações vão passar para cloud, mas não tudo. Essa necessidade de processamento local vai continuar a existir, mas em menos escala. A Gartner prevê que até 2025 70% dos dados serão processados em edge; para os Parceiros, isto representa uma grande oportunidade de negócio”.

Luís Rilhó refere que, “normalmente, o edge não está num centro controlado, estamos a falar de localizações em fábricas, em eólicas, em soluções fora do data center. As soluções atuais estão focadas com a eficiência do consumo, com robustez, suporte a vibração e a pó. Há muita recetividade do mercado e muitos dos Parceiros ainda estão a procurar como é que podem entrar neste tipo de projetos, mas há uma grande oportunidade”.

João Lavrador confirma que “as empresas procuram consolidar serviços e ter uma experiência de utilização comum – quer seja no edge, na cloud ou no data center. O edge tem cada vez mais procura em sítios que não podem ser acedidos tão facilmente ou mais longe. Nas smart cities, os sensores são cada vez mais e há mais capacidade de gerar dados. É aí que entra o edge; têm de existir mais equipamentos para gerar essa computação em qualquer sítio”.

Daniel Cruz explica que “no edge também vão existir dados. As empresas que fornecem este tipo de soluções não podem esquecer que esses dados estão ao abrigo de todas as regras de dados que estão ao abrigo da cloud ou do data center. Tem de existir algum cuidado na gestão dos dados que estão no edge e não se pode descurar toda a parte de governance desses dados. O 5G vai ter uma aceleração fundamental neste tipo de projetos”.

 


“As empresas quiseram consolidar processos e serviços e procuraram algumas soluções nesse sentido”

João Lavrador, Pre-Sales & Partner Enablement Consultant, Arrow


 

Estratégia

As organizações precisam que os seus data centers vejam a sua capacidade aumentar consoante a necessidade do negócio. Assim, é preciso ter uma estratégia definida para o fazer o mais depressa e económico possível.

Ivan Couras refere que “apostar na modularidade e na escalabilidade permite sempre o crescimento de todos os sistemas. Isso será sempre uma boa estratégia a definir. Em data centers existentes, poderá ser uma vantagem apostar na infraestrutura por software, como prescindir de hardware que seja oneroso para a empresa e, com isso, aumentar a flexibilidade e a escalabilidade que necessita a curto prazo para suprir a sua necessidade”.

Ana Carolina Cardoso Guilhén indica que “a modularidade e crescimento de acordo com a necessidade é extremamente importante. Depois há o software; o planeamento de crescimento pode ir ao detalhe de saber, através de inteligência artificial, onde preciso de mais clima, de mais energia ou de distribuição de cargas baseado numa visibilidade de processamento e de áreas dentro de um data center. A evolução do software permite um crescimento muito mais assertivo”.

João Lavrador explica que, “cada vez mais, as empresas procuram soluções baseadas em software. É muito importante dar a liberdade de escolha às empresas e a todos os clientes para poderem colocar os seus dados onde quiserem, seja no formato de software instalado numa appliance física, seja numa appliance virtual ou na cloud. O software – como é software – pode ser alterado e melhorado a qualquer momento”.

No caso da Infinidat, Daniel Cruz explica que a empresa lançou uma solução elástica; é feita uma pré-configuração sobredimensionada dos sistemas – bastante superior às necessidades dos clientes. Assim, é possível o cliente ter a flexibilidade da cloud dentro do data center e fazer um provisioning imediato, sem ter de passar pelo processo normal – que é longo e demorado. Os clientes começam a utilizar a capacidade que necessitam imediatamente.

Pedro Pinto afirma que “o importante é a modularidade e agilidade de crescimento acontecer de forma mais transparente possível ao negócio e aos processos administrativos. O software-defined storage já é adotado há algum tempo; teve tração em algumas áreas, outras menos, mas o que é evidente é que traz esta flexibilidade e agilidade que é necessária. O importante é ter a capacidade de orquestração e automação que os clientes requerem cada vez mais”.

Ricardo Silva esclarece que “a questão do data center à velocidade da Internet tem muito a ver com a agilidade que é preciso dar aos seus sistemas, à operação e à gestão. Para isso, o software-defined data center é um ponto claramente importante. Para atingir esse fim, uma das características mais revelantes é termos visibilidade, sabermos o que corre no nosso ambiente, quais são as aplicações, que serviços estão a ser dados e que consumos estão a ser feitos”.

 


“A pandemia trouxe luz a algumas fragilidades que os clientes sentiam”

– Nassri Abokhalaf, Pre-Sales Unit Manager, IP Telecom 


 

Colocation

Há organizações que têm a sua estratégia na colocação dos seus ambientes fora de portas, num data center. O mercado de colocation, ou de housing, pode fazer sentido para determinadas empresas, ao externalizar a infraestrutura, mas manter o seu controlo.

Nassri Abokhalaf diz que “o objetivo é fazer uma solução à medida. Se vemos, a cada instante, que há requisitos de latência e compliance que obrigam o cliente a ter uma infraestrutura on-premises, vamos ser o core, vamos ser o segundo site onde o cliente vai colocar os seus dados. O tema do colocation é algo quase transparente quando analisamos um projeto, não é algo que fica para um segundo momento”.

Luís Rilhó afirma que “as organizações devem procurar soluções de colocation quando, de alguma forma, faz sentido. E faz sentido em muitas situações; quem tem esta oferta, não quer gerir data centers. Em boa parte das vezes faz sentido colocar a gestão dos seus temas nas mãos de profissionais. Também há situações em que vemos as organizações a manterem os seus data centers e a não os externalizarem”.

Pedro Pinto esclarece que “quando os clientes não têm como foco a otimização do recurso de data center e do serviço a prestar, então devem fazer esse pedido às entidades que estão no mercado para isso. Um dos temas que se fala muito é a segurança; uma empresa que tem como core de negócio o data center terá um cuidado acrescido nessa área. Tudo anda à volta da partilha de recursos para que seja possível otimizá-los”.

Ricardo Silva indica que “se tem apostado muito dado esta necessidade de um ambiente de dados dispersos. A gestão da rede e a extensão da rede deve ter uma configuração centralizada, uma gestão de políticas e de segurança intrínseca centralizada e fazer isso através de uma solução de software-defined network sempre no contexto do data center definido por software, mas que permite ligar estes mundos e facilitando a passagem de dados entre as várias localizações”.

 


“São os Parceiros que melhor conhecem os clientes, que têm uma melhor relação de confiança”

– Pedro Pinto, Data Center Business Development Manager, Fujitsu 


 

Segurança

A segurança – seja física ou digital – é um dos pontos mais importantes dos data centers; é preciso proteger todos os pontos: on-premises, o edge e a ligação à cloud pública.

Luís Rilhó afiança que “têm vindo a ser desenvolvidas algumas soluções na área de redes para garantir segurança no acesso à rede – quer seja wireless ou wired. No data center, também há um conjunto de soluções desenvolvidas para a proteção de servers e storage. O tema da segurança é um work in progress; ninguém pode dizer que está 100% seguro e há uma grande oportunidade para os Parceiros não só para desenvolverem as suas soluções, como integrar soluções já existentes”.

Focando-se na segurança física, Ivan Couras declara que, “em alguns casos, é preciso dotar os sistemas de acesso com controlo fiável e robusto, com mais do que um protocolo de encriptação, em alguns casos até faciais, para que, de forma inequívoca, seja possível a identificação de todas as pessoas que acedem ao data center. Em paralelo, também os sistemas de CCTV devem ser mais inteligentes para identificar um objeto, pessoa ou animal que seja estranho na sala”.

Nassri Abokhalaf esclarece que, “do ponto de vista prático, é preciso implementar e dar visibilidade dos mecanismos de segurança existentes de uma forma horizontal, isto é, uma segurança, para além de ser vista por camadas, tem de estar presente no serviço [de data center] nas várias valências do mesmo; seja no acesso remoto aos dados, pela autenticação forte ou quando estou a copiar e a guardar dados em backup”.

João Lavrador diz que “o tema da segurança é um tema que é importante para todos e onde todos os fabricantes têm a responsabilidade de dar a confiança aos seus clientes no que toca aos produtos e serviços que oferecem”. A proteção de dados, como os snapshots, e a encriptação end- to-end são dois pontos que permitem proteger os dados das organizações. A integração com os antivírus permite, também, dar uma maior segurança e proteção aos dados.

Daniel Cruz afirma que “a segurança dos dados é uma das maiores preocupações dos clientes. Com os acessos anywhere e any device, as empresas têm um grande desafio nesta área. Tecnologias como encriptação – não só das comunicações como dos dados ponto a ponto – ajudam nesta problemática. A resiliência também é importante. Dizer que temos equipamentos com vários ‘noves’ não é suficiente; os clientes procuram soluções com 100% de disponibilidade que não tenham interrupções de serviço”.

 


“Existem bastantes fatores que vão influenciar o crescimento exponencial no mercado de edge, data center e cloud”

– Ivan Couras, Chief Sales Officer, Maxiglobal


 

Oportunidades para os Parceiros

Como é habitual, os Parceiros têm um papel importante no mercado. É o Canal que faz a ponte entre o fabricante e o cliente final, para além de analisar as necessidades do seu cliente e oferecer as melhores soluções para aquilo que necessitam.

João Lavrador (Arrow) conta com “um crescimento robusto e acentuado para este ano. Começámos este ano com muitos projetos que vieram do ano transato, mas também com novas oportunidades em termos de negócio. Há algumas tendências que o mercado vai trazer e vão ser reforçadas, como as soluções de IoT que vão precisar de mais armazenamento e, com a chegada do 5G, vão despoletar um crescimento acentuado” dos dados. Simultaneamente, tudo o que gira à volta de inteligência artificial sofreu um crescimento muito grande nesta área.

Ivan Couras (Maxiglobal) refere que “existem bastantes fatores que vão influenciar o crescimento exponencial no mercado de edge, data center e cloud essencialmente pela inovação dos serviços de 5G, IoT e smart grids. Isto vai obrigar o setor público e privado a acompanhar a nível de infraestrutura estas tendências emergentes. Penso que o crescimento não será imediato; as PME vão, primeiro, ter de sentir a necessidade real para depois escalar. Por outro lado, na perspetiva pública, já existem investimentos para esta área para que exista esse acompanhamento”.

Nassri Abokhalaf (IP Telecom) mostra-se otimista em relação a 2021. “Acho que vamos ter uma evolução de uma série de streams, seja do setor público ou privado. A nossa aposta clara é na componente física e virtual do data center e acreditamos que são dois mercados que vão continuar a existir. Com os Parceiros, queremos dar a infraestrutura que precisam para habilitarem as suas soluções, seja a nível de IaaS ou SaaS. Queremos trabalhar com os nossos Parceiros para que sejam a extensão do nosso serviço para o cliente final”.

 


“Em Portugal, o crescimento não foi tão acentuado como noutros países”

– Daniel Cruz, Channel Manager South Europe, Infinidat


 

Daniel Cruz (Infinidat) acredita que 2021 “terá um crescimento elevado do IT. A pandemia acelerou a transformação digital e isto não vai parar. Ao falar com os Parceiros sinto que se sentem um pouco apertados, com espaço limitado. Discordo completamente e tenho uma palavra de reforço porque acredito que os Parceiros trazem muito valor: são quem está próximo dos clientes, quem tem a confiança dos clientes e têm um papel fundamental de aglutinadores e prescritores de todas as componentes” necessárias para o cliente.

Luís Rilhó (HPE) indica que “há uma grande expectativa pelos próprios meses. A famosa “bazuca” europeia que pode mexer bastante o mercado. Vivemos numa área privilegiada e, mais uma vez, vamos ser privilegiados com uma boa parte dos fundos europeus que se vão dedicar à transformação digital. Depois, os Parceiros têm um papel fundamental no desenvolvimento do negócio dos clientes. Diria que quem imagina que os clientes conseguem funcionar diretamente com os fabricantes e não são necessários integradores não está a ver as coisas bem”.

Pedro Pinto (Fujitsu) diz que “os fabricantes de tecnologia, telecomunicações e serviços associados vão ter – seguramente – muito trabalho durante este ano. É impossível endereçar isso de forma isolada e os Parceiros têm, como já foi referido, um papel fundamental no sucesso dessas operações. São os Parceiros que melhor conhecem os clientes, que têm uma melhor relação de confiança com os clientes e, em conjunto com os programas que a Fujitsu tem ao dispor, esperamos endereçar de forma assertiva as necessidades de 2021”.

Ricardo Silva (Cisco) relembra que “do ponto de vista da transformação digital, já se viu que é uma peça fundamental para dar resposta aos tempos atuais e futuros. Acreditamos que vai continuar a haver esse drive e esse push. Existe muita confiança que se espelha nos Parceiros; acreditamos que têm a competência e o know-how para potenciar os nossos produtos. Vemos um foco muito grande na competência de DevNet que permite tornar use cases claros muito mais ligados às soluções, que se tornam muito mais valorizados pelos clientes”.

Ana Carolina Cardoso Guilhén (APC by Schneider Electric) diz que “a perspetiva para 2021 para os Parceiros é muito boa. Sim, economicamente vão existir assimetrias e vão existir segmentos que não vão ter o mesmo crescimento do que outros. Existe uma oportunidade em produtos e serviços de primeira necessidade, assim como nas indústrias que suportam isso. Estas empresas vão continuar a investir. Os organismos públicos também vão investir, principalmente com a chegada dos investimentos da União Europeia”.

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