2022-3-20
Um novo estudo da Microsoft – que contou com a participação de mais de 30 mil pessoas em 31 países – revela as tendências laborais no início do ano de 2022
Numa fase de transição para modelos híbridos de trabalho, a Microsoft acaba de anunciar as conclusões do Work Trend Index 2022. O estudo contou com a participação de mais de 30 mil pessoas, em 31 países, e analisa milhares de milhões de sinais de produtividade no Microsoft 365 e tendências laborais no LinkedIn entre 7 de janeiro de 2022 e 16 de fevereiro de 2022. “Os resultados do Work Trend Index 2022 da Microsoft reforçam o quão profundamente mudaram nos últimos dois anos as formas de trabalhar. Os próximos meses serão marcados pelas necessárias mudanças a nível cultural, e em paralelo, esta transição requer também a projeção das tecnologias necessárias para conectar o digital e o físico. Os líderes têm pelo caminho o grande desafio de acompanhar as novas expectativas dos colaboradores, de colocar intencionalidade nos momentos de interação presencial e aqui residirá a chave para o sucesso do trabalho híbrido”, comenta Paula Fernandes, Diretora de Colaboração e Produtividade na Microsoft Portugal. O estudo revela cinco tendências de trabalho híbrido para 2022: 1. Os colaboradores têm novos padrões de trabalhoA experiência dos últimos dois anos reformulou as prioridades e a visão que os colaboradores têm do mundo, sublinhando a importância da saúde, família, tempo e propósito. Como resultado, os colaboradores têm novos padrões sobre o que querem e o que estão dispostos a dar em troca no trabalho. Neste estudo, 53% dos inquiridos afirma que existe uma maior probabilidade de colocar a saúde e o bem-estar sobre o trabalho, do que antes da pandemia. Face a esta mudança de prioridades, em 2021, 18% dos inquiridos deixou os seus empregos, sendo que os principais motivos foram o bem-estar pessoal ou saúde mental (24%), equilíbrio entre a vida profissional e a vida familiar (24%) e risco de apanhar COVID-19 (21%). Este estudo revela, também, que no próximo ano, muitos dos colaboradores a trabalhar em formato híbrido (51%) consideram uma mudança para modelos de trabalhos remotos (57%), sendo que mais de metade (52%) da Geração Z e dos Millennials podem mudar de emprego no próximo ano (contra os 35% da Geração X e dos Boomers), um aumento de 3% desde o ano passado. 2. Managers sentem-se “encurralados” entre a liderança e as expetativas dos colaboradoresMais de metade dos managers (54%) sente que a liderança na sua empresa está desfasada da realidade atual dos colaboradores e 74% afirma que não tem a influência ou os recursos para fazer as mudanças necessárias nas suas equipas. Por outro lado, 50% dos líderes empresariais afirma que já exige, ou planeia exigir, trabalho presencial a tempo inteiro no próximo ano. Estes dados contrastam fortemente com a importância do trabalho flexível destacada pelos colaboradores: 52% dos inquiridos afirma ser provável mudar para um trabalho híbrido ou remoto a partir do próximo ano. De facto, e com o trabalho remoto e híbrido a aumentar, atualmente, um em sete empregos nos EUA oferecem a opção de trabalho remoto – em março de 2020, apenas um em 67 que ofereciam esta opção. 3. Os líderes precisam de fazer com que a deslocação ao escritório valha a penaÀ medida que o mundo transita, cada vez mais, para o trabalho híbrido, a maior oportunidade para os líderes empresariais passa por reimaginar o papel do escritório e clarificar o “porquê”, “quando” e “com que frequência” as equipas se devem reunir presencialmente. 38% dos colaboradores híbridos afirma que o seu maior desafio é saber quando trabalhar remotamente e presencialmente. No entanto, apenas 28% das empresas estabeleceram acordos com as equipas para definir, claramente, as novas normas de trabalho. Fazer com que o escritório funcione para todos os colaboradores terá uma intencionalidade radical e não há uma abordagem única para o trabalho híbrido. Os dados sugerem que as empresas estão a fazer progressos nos investimentos em espaço e tecnologia, mas há ainda mais trabalho a fazer a nível cultural. 4. O trabalho flexível não tem de significar "sempre online"Desde fevereiro de 2020, que o tempo de reuniões semanais no Teams aumentou 252% e o número de reuniões semanais aumentou 153%. Em fevereiro de 2022, os utilizadores enviaram, por semana, mais 32% de mensagens no chat do Teams, o tempo de trabalho na plataforma aumentou mais de 13% (46 minutos), e o trabalho, após o horário e ao fim-de-semana, cresceu ainda mais rapidamente, com 28% e 14%, respetivamente, face a março de 2020. Apesar da sobrecarga digital, as pessoas estão a flexibilizar os modelos de trabalho, ao seu próprio ritmo, assumindo o controlo do seu tempo. Os padrões de produtividade no Outlook mostram que as pessoas estão a tornar-se mais intencionais em fazer pausas, evitando a dupla marcação de reuniões e a estabelecer blocos de trabalho em concentração. 5. A reconstrução do capital social tem um aspeto diferente num mundo híbridoNum mundo de trabalho digital-first, onde 51% dos colaboradores híbridos estão a considerar uma mudança para um trabalho remoto, já não podemos contar apenas com o escritório para recuperar o capital social que perdemos. Os líderes devem ser intencionais em reconectar, tanto os colaboradores híbridos como os remotos, na cultura organizacional. Esta não será uma tarefa simples, já que 43% dos líderes afirma que a construção de relações é o maior desafio no trabalho híbrido e remoto |