2016-1-27
O mercado português das TI poderá valer 4,1 mil milhões de euros em 2016, caso se verifique o crescimento previsto. Ainda assim, deverá ficar abaixo do crescimento de 2015.
No Predictions deste ano, que se realizou no Hotel Pestana Palace, em Lisboa, e e que contou com a presença dos representantes dos principais players da indústria, a IDC Portugal revelou que o mercado português das TI deverá crescer 2,6 por cento em 2016, uma previsão mais otimista do que a de há um ano mas que indica um desaceleramento. No início de 2015 a consultora previu um crescimento de 0,9 por cento, que deverá ter sido superado – o ano passado o mercado das TI deverá ter crescido 3,6 por cento, segundo revelou Gabriel Coimbra, country manager da IDC Portugal. Em 2017 a IDC espera que o crescimento se situe em 1,5 por cento. O responsável da IDC em Portugal deu a conhecer os resultados de um survey realizado junto de decisores das 5 mil maiores organizações em Portugal, incluindo administração pública e sector financeiro. Para os próximos 12 meses a confiança dos decisores no negócio deverá abrandar, face ao ano anterior, acompanhada de um aumento dos riscos percecionados. O risco mais apontado (57 por cento do inquiridos) diz respeito à recessão das atividades económicas e queda da procura, seguido da regulamentação restritiva (26 por cento), da concorrência de novas empresas (25 por cento) e da dificuldade em atrair e reter talentos (24 por cento). Investimento em IT mantém-se Ainda assim, as organizações não estão a sacrificar o investimento em IT. A pesquisa concluiu que 42 por cento das empresas pretende manter o investimento, para manter os níveis de competitividade da administração, com 30 por cento a indicarem que pretendem mesmo aumentar o investimento. Só 28 por cento têm intenção de o reduzir. Assim, as intenções de investimento em TI continuam positivas, uma vez que, como assinalou Gabriel Coimbra, existe agora “a perceção de que o IT pode criar valor e levar o negócio a crescer”. Despesas em hardware continuam a crescer Em 2016 as empresas preveem continuar a gastar mais com hardware, sobretudo com PCs, armazenamento e redes, todos com orçamentos acima dos 10 por cento (liderados pelos portáteis). As aplicações de negócio voltarão a crescer a dois dígitos – mais de 20 por cento orçamento face ao ano passado. O mesmo acontecerá com o software de infraestrutura (mais de 10 por cento). O Cloud computing e a integração SI também vão crescer a dois dígitos. No caso da Cloud, os orçamentos deverão aumentar quase 30 por cento. Mobilidade é apontada como o principal transformador do negócio Os inquiridos no survey da IDC apontaram a mobilidade como a tecnologia (ou conjunto de tecnologias, neste caso) que mais condições tem para alterar a sua organização nos próximos 5 anos, seguida do Big Data e da IoT. O Cloud computing surge em quarto lugar, à frente do social business e da ciberegurança. Os decisores portugueses não parecem, por agora, interessados na robótica, na impressão 3D ou nos sistemas cognitivos, apesar de todos os analistas de mercado internacionais os apontarem como tendências que devem ser vistas como estratégicas. |