Segundo a consultora, este impulso acontecerá ao nível dos dispositivos de IoT, dos wearables, das impressoras 3D e dos drones, que responderão de forma mais direta às necessidades das empresas do que às dos consumidores.
Esta mudança de foco é explicada pelos benefícios de escala na utilização das tecnologias e pelo potencial valor associado à análise e tratamento de informação por parte das empresas, e que não estão de momento ao dispor do consumidor doméstico. O desenvolvimento destas novas soluções, além de permitir às empresas descobrirem novas oportunidades de negócio, irá também dinamizar o ecossistema global de soluções TIC e de serviços digitais, com os principais players a posicionarem-se para proporcionar aos seus clientes todo o suporte necessário à transição para esta nova realidade tecnológica.
Diz a Deloitte que a adoção de soluções de IoT por parte das empresas apresenta potenciais benefícios quer ao nível da otimização e redução de custos, quer ao nível do endereçamento do mercado e do conhecimento do cliente. Quando integradas com a cloud ou com o analytics/Big Data, as soluções de IoT “podem criar novas fontes de valor que tornarão qualquer empresa mais competitiva”, destaca a consultora. Contudo, para beneficiar de todo o potencial associado à IoT, é necessário encontrar novos modelos de negócio, muitas vezes disruptivos, que mudem a forma como o próprio serviço é comercializado e distribuído pelos fornecedores e consumido pelas empresas.
“As inovações das redes de comunicações e de TI potenciam o aparecimento de serviços digitais de nova geração. Portugal tem-se posicionado na vanguarda da adopção de novas tecnologias e acredito que estes novos serviços (IoT) não serão uma excepção. As empresas e os prestadores de serviços portugueses não devem perder a oportunidade de explorar e aproveitar esta nova realidade”, explica Miguel Eiras Antunes, sócio de consultoria da indústria de TMT da Deloitte. “Prevemos que 2016 seja o primeiro ano em que todos os requisitos para o início da adoção generalizada desta área de negócio sejam cumpridos.”
Atualmente na sua 14ª edição, o estudo TMT Predictions proporciona uma visão de 12 a 18 meses das principais tendências mundiais da indústria de tecnologia, media e telecomunicações.
Eis algumas das principais tendências do “TMT Predictions” que irão marcar 2015 e 2016:
- Aadoção de tecnologias tenderá a ser liderada pelo mercado empresarial, revertendo uma tendência de uma década, mais centrada no consumidor, impulsionada pela adoção massiva das tecnologias, como smartphones com ecrãs amplos e tablets, pelos consumidores.
- Ainda este ano, mais de 60% dos mil milhões de dispositivos IoT wireless serão comprados, pagos e utilizados por empresas, apesar da atenção que é dada aos dispositivos domésticos e que permitem aos consumidores controlar termostatos, luzes e eletrodomésticos. Estima-se que o hardware específico para este tipo de dispositivos possa valer 10 mil milhões de dólares, enquanto o mercado dos serviços empresariais baseados nestas tecnologias valerá 70 mil milhões de dólares.
- Cerca de 220 mil impressoras 3D serão vendidas em todo o mundo em 2015, gerando um valor total de 1,6 mil milhões de dólares. O estudo estima que cerca de 80% do valor total de impressoras 3D seja gerado pelas empresas e não pelos consumidores, o que significa que a revolução ocorrerá no mercado empresarial.
- A qualidade da vida útil das baterias irá provavelmente manter-se como um fator-chave para o consumidor no momento de escolher o seu próximo smartphone. A tecnologia das baterias recarregáveis de lítio íon (Li-Ion), utilizada em todos os smartphones, irá progredir ligeiramente em 2015, mas não terá mais do que 5% de unidades de carga ou miliamperes hora (mAh) do que o modelo de 2014, mantendo as mesmas dimensões e voltagem.
- O final de 2015 irá marcar o ponto de viragem em relação ao uso de dispositivos móveis, como os smartphones, para pagamentos em lojas físicas. Este será o primeiro ano em que os pré-requisitos para a adoção deste formato – envolvendo as instituições financeiras, comerciantes, consumidores e fornecedores de dispositivos – serão suficientemente cumpridos. Até ao final do ano, cerca de 10% dos smartphones em todo o mundo vão ser utilizados pelo menos uma vez por mês como meio de pagamento em lojas físicas.
- Este ano serão vendidos 1,35 mil milhões de smartphones em todo o mundo, sendo que mais de mil milhões serão upgrades - substituição dos modelos antigos por novos. O tamanho do ecrã, a velocidade, a capacidade de armazenamento, o software atualizado e o design continuarão a guiar o crescimento deste mercado.
- Em termos globais, o número de lares com internet de banda larga deverá aumentar cerca de 2%, para os 725 milhões de casas, tal como a velocidade média da banda larga na maioria dos países, cerca de 20%. A diferença entre os que têm acesso às velocidades de banda larga e os que dispõem de velocidades básicas irá continuar a aumentar em 2015 e 2016, proporcionando experiencias variadas de casa para casa, especialmente nas aplicações de grande largura de banda como o streaming de vídeo.
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