2021-4-27
Estudo sobre a evolução tecnológica e digital revela que 58% das organizações incorporaram ou aceleraram os seus projetos tecnológicos para corresponder às necessidades do mercado
Ao longo do último ano, a crise de saúde tornou a transformação digital numa das principais prioridades das empresas. Devido a este processo muitas organizações tiveram a capacidade de continuar a desenvolver o seu negócio, enquanto exploravam novas formas de trabalhar e relacionar-se com os seus clientes. Neste contexto, 58% das empresas incorporaram ou aceleraram projetos tecnológicos como resultado do impacto da COVID-19. Esta é uma das conclusões do estudo internacional que a Michael Page realizou com o auxílio de mais de 1.200 Managing Directors, HR Directors e CTOs na Áustria, Espanha, Polónia, Portugal, Suíça e Turquia. No entanto, a velocidade com que correspondem às necessidades do mercado está diretamente ligada à dimensão da organização. De acordo com o estudo, antes da pandemia, a inovação e a tecnologia eram uma prioridade para 58% das grandes empresas e 44% das médias empresas. Apenas 6% das pequenas empresas tinham esta prioridade. Quando analisadas as ações estratégicas implementadas pelas organizações para lidar com a crise, observam-se alguns desequilíbrios. Apesar de os inquiridos concordarem que a implementação do modelo de trabalho remoto foi a principal estratégia, uma maior percentagem das médias empresas investiu em tecnologia ou no desenvolvimento tecnológico (51%), seguidas pelas grandes empresas (45%) e as pequenas empresas (36%). No caso destas últimas, uma das medidas adotadas foi a diversificação do negócio (38%), sendo adotada em menor percentagem pelas médias empresas (33%) e não tendo sido considerada pelas grandes organizações. O estudo revela ainda que 38% das instituições investiram na formação digital dos seus colaboradores. No caso específico de Portugal, o estudo revela que antes da pandemia 57% das empresas portuguesas consideravam a tecnologia e a inovação como uma prioridade, tendência que cresceu com o impacto da COVID-19, com 65% das empresas a acelerarem ou a começarem a implementar projetos tecnológicos. O confinamento trouxe também novos desafios às empresas portuguesas, nomeadamente a dificuldade no desenvolvimento de novas oportunidades de negócio (51%), a redução da atividade (49%) e a dificuldade na gestão eficaz das relações com clientes (26%). A dificuldade na transição para o trabalho remoto foi também um dos desafios, sentido por 24% das médias empresas. Como resposta à COVID-19, as empresas implementaram várias ações estratégicas, sendo que a passagem para o trabalho remoto foi adotada por 45%, seguindo-se o investimento em soluções tecnológicas por 40% e a diversificação do negócio por 32% das empresas, de acordo com os resultados do estudo no caso específico de Portugal. A aposta em IT é transversal às três principais áreas de investimento consideradas pelas empresas nacionais. A automação dos processos é referida por 40% dos inquiridos, ferramentas de automação e Big Data por 38% e a digitalização da relação com o cliente apontada por 34%. O desenvolvimento de software e a cibersegurança são ainda apontados como áreas estratégicas, referidos por 32% e 27% das empresas, respetivamente. Quando questionados sobre as funções relacionadas com as áreas de IT e Digital, o estudo revela que mais de metade dos inquiridos (54,35) confirma que existe a função de Infraestructure Manager na sua organização e a sua importância estratégica nos próximos meses. Também 60,2% afirma que a sua organização inclui a função de CTO/CIO/IT manager, que considera relevante para o desenvolvimento do negócio. Apenas 32,6% reconhece ainda como estratégica a função de Digital Manager. Para corresponder aos requisitos de talentos e enfrentar os desafios futuros, as empresas irão concentrar-se na contratação de cinco perfis principais:
“O setor de TI e Digital está a definir um ponto de inflexão nas estratégias de negócio das empresas de qualquer dimensão”, refere Álvaro Fernández, diretor-geral da Michael Page. "O investimento na transformação digital e no talento será vital para as organizações, pois irá definir, em grande parte, a capacidade de se adaptarem às necessidades do mercado e, portanto, contribuir para o seu sucesso. Para isso, os líderes precisam de ter o parceiro adequado, que entenda as necessidades do setor e possa ajudá-los a encontrar os perfis que cada empresa necessita”. |