Rui Damião em 2023-11-08
A Ingecom foi adquirida pelo mesmo grupo da Exclusive Networks para se juntar à Ignition Technology e fornecer soluções “disruptivas e emergentes” de cibersegurança. Javier Modúbar, CEO da Ingecom, explica o que muda para os Parceiros
Javier Modúbar, CEO da Ingecom
A meio de setembro, a Ingecom anunciou que foi adquirida pelo mesmo grupo da Exclusive Networks para integrar a Ignition Technology. A aquisição foi finalizada no final do mesmo mês. Em conversa com o IT Channel, Javier Modúbar, CEO da Ingecom, reforça que a empresa espanhola – com filiais em Portugal e Itália – foi adquirida pelo grupo de investimento da Exclusive Networks. Em 2021, a Exclusive adquiriu a Ignition Technology, um distribuidor de valor acrescentado do Reino Unido que se foi expandido para vários países e levou “produtos disruptivos, emergentes e de alto crescimento” em cibersegurança aos seus clientes. No entanto, diz Modúbar, a Ignition não cobria “uma parte muito importante da EMEA, que é o sul da Europa”, onde “a Ingecom [se] encaixa perfeitamente no que queriam”. Mais do que uma compra, é uma união, diz o CEO, porque a Ingecom também disponibiliza soluções disruptivas e emergentes focadas em cibersegurança. O que muda no negócioJavier Modúbar explica que a Ingecom passa a ter uma maior capilaridade na chegada ao mercado e, depois, uma “maior capacidade – tanto logística como financeira – motivada, sobretudo, pelo suporte do grupo Exclusive”. Depois a Ingecom passa a contar com uma capacidade técnica “muito superior”, uma vez que “somos capazes de dar aos nossos clientes e aos nossos fornecedores um número de recursos superiores entre a Ignition e a Ingecom em todos os países da EMEA”. Esta mesma capacidade vai atrair novos fabricantes, até como apoio a esses mesmos fabricantes. “Esta capacidade – que antes não tínhamos e agora temos – vai dar aos novos fabricantes a vontade de se aproximarem do grupo Ignition-Ingecom, vai dar-lhes uma vantagem competitiva frente à concorrência”, explica. “Se pensarmos em qualquer fabricante de cibersegurança novo, disruptivo, que queira crescer rapidamente e que não é o típico fabricante de cibersegurança, a sua primeira escolha deve ser a Ignition-Ingecom para entrar na EMEA”. Para os próximos trimestres, há uma estratégia de consolidação do portfólio entre o que era a Ignition e a Ingecom, até porque apenas dois fabricantes são comuns entre ambos. No entanto, há fabricantes que já têm acordos com terceiros que têm de ser respeitados. “É uma questão de cada fabricante ver o seu interesse e a sua estratégia”, acrescenta. Alterações para os Parceiros?Tanto em Portugal como em Espanha, a Exclusive Networks é um nome conhecido do mercado e vários Parceiros podem, inclusive, ter negócio tanto com a Exclusive como com a Ingecom. Modúbar explica que a Ingecom e a Exclusive Networks pertencem ao mesmo grupo matriz, mas são empresas independentes. “Na maioria dos casos, os fabricantes da Exclusive não são os fabricantes da Ingecom, de tal maneira que a Exclusive potencia os interesses dos seus fabricantes e a Ingecom dos seus”. Como empresas independentes, e com os seus próprios fabricantes, pode haver algum conflito na tecnologia. “A Exclusive Networks conta com uma série de fabricantes que, tecnologicamente, competem com fabricantes que a Ingecom tem. A Exclusive conta com fabricantes mais tradicionais e assentes no mercado; não quer dizer que sejam melhores ou piores, apenas que estão mais assentes no mercado. A Ingecom conta com fabricantes que podem ter a mesma tecnologia, mas são mais emergentes e disruptivos”, refere. “Esta é a nossa visão. O funcionamento” entre a Ingecom e a Exclusive Networks “é totalmente independente. Não há grupos de pessoas que se integram. A Ingecom continua a ser a Ingecom”, conclui. |