2020-7-30
É a primeira vez em nove anos que uma empresa diferente da Samsung ou da Apple lidera o mercado
Pela primeira vez no 2º trimestre de 2020, a Huawei entregou mais smartphones em todo o mundo do que qualquer outro fornecedor. É também a primeira vez em nove anos que uma empresa diferente da Samsung ou da Apple lidera o mercado. A Huawei enviou 55,8 milhões de dispositivos móveis durante este ano, e a Samsung 53,7 milhões de smartphones, registando assim uma queda de 30% face ao 2º trimestre de 2019. Ainda assim, a Huawei continua sujeita a restrições governamentais dos EUA, o que tem sufocado os seus negócios fora da China. Os seus envios para o exterior caíram 27% no 2º trimestre, mas apesar disso a marca domina o seu mercado interno, impulsionando os seus envios chineses em 8% no 2º trimestre, vendendo cerca de 70% dos seus smartphones na China, que atualmente já se encontra num processo de reaberturas de fábricas e desenvolvimento económico. "Este é um resultado notável que poucas pessoas teriam previsto há um ano", afirma o analista sénior do Canalys, Ben Stanton. "Se não fosse a COVID-19, não teria acontecido. A Huawei aproveitou ao máximo a recuperação económica chinesa para reacender o seu negócio de smartphones. A Samsung tem uma presença muito pequena na China, com menos de 1% de quota de mercado, e tem visto os seus principais mercados, como o Brasil, a Índia, os Estados Unidos e a Europa, devastados por surtos e subsequentes bloqueios". "Ocupar o primeiro lugar é muito importante para a Huawei", explica o analista da Canalys Mo Jia. "É importante mostrar a força da marca aos consumidores nacionais, fornecedores de componentes e desenvolvedores. É preciso convencê-los a investir, apesar de ser difícil para a Huawei manter a sua liderança a longo prazo. Os seus principais parceiros de canal em regiões-chave, como a Europa, estão cada vez mais desconfiados em abranger os dispositivos da Huawei, assumindo menos modelos e apostando noutras marcas para reduzir o risco". O analista da Canalys, Mo Jia, acredita que a força que a Huawei detêm na china atualmente não será suficiente para sustentar a marca assim que a economia global começar a recuperar.
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