2024-2-12

BIZ

Gastos com tecnologia digital devem crescer sete vezes mais do que a economia portuguesa

IDC prevê um crescimento de 15% nos gastos com tecnologia digital – principalmente em IA, cloud e cibersegurança –, sete vezes mais do que a economia portuguesa em 2024

Gastos com tecnologia digital devem crescer sete vezes mais do que a economia portuguesa

A IDC estima que os gastos com tecnologia digital das organizações portuguesas cresçam sete vezes mais do que a economia em 2024, impulsionados pela procura por modelos de negócios e mais capacidades digitais. A última revisão do Banco de Portugal aponta que o crescimento económico irá ficar-se pelos 1,2%.

A partir de 2024, a IDC prevê um crescimento de 15%, ao ano entre 2022 e 2027, nos gastos com tecnologia digital. A Inteligência Artificial (IA), cloud e cibersegurança são as tecnologias que vão impulsionar os gastos digitais ao longo do ano.

De notar que o crescimento esperado para 2024 fica abaixo de 2021 e 2022, períodos em que o investimento em transformação digital (DX) se situou em 34% e 21%, respetivamente. Porém, já no ano passado, a IDC verificou que este crescimento desacelerou para 10%.

Apesar do contexto geopolítico e do abrandamento económico, o investimento em tecnologias digitais continua a superar em muito a performance da economia devido ao facto de ser uma das principais formas das empresas se manterem competitivas. Acrescenta o facto da indústria das tecnológica encontrar-se num momento de grande aceleração devido a rápida adoção da IA Generativa, que está a fazer com que a IA passe de um elemento de software ‘embrionário’ para uma tecnologia de base no centro das organizações”, sublinha Gabriel Coimbra, Group Vice President e Country Manager da IDC Portugal, em comunicado.

O abrandamento económico a nível mundial esperado para 2024 está em linha com a desaceleração esperada para a zona euro, numa altura em que as guerras da Ucrânia e do Hamas e Israel continuam a pesar nas economias locais. Em Portugal, constatamos que a cadeia de abastecimento de TI enfrenta os impactos das políticas globais e da volatilidade. No entanto, com o aumento da IA generativa, as GPU, semicondutores e tecnologias desenvolvidas em silício tornam-se vitais. Por isso, o fornecimento limitado e a volatilidade dos componentes-chave para esta tecnologia exigem estratégias de resiliência e diversificação nas empresas portuguesas de TI.

A IDC acredita que os executivos de alto escalão (C-suite) em Portugal vão ter de lidar com as incertezas da inflação e das taxas de juros para definir os gastos em TI. Ou seja, o desafio passa por equilibrar o investimento digital com a gestão de custos, tendo em conta estas condições voláteis. No entanto, com a crescente proliferação da tecnologia de IA generativa, os executivos de TI já estão a repensar os gastos estratégicos, migrando da contenção de custos para o investimento em IA e inovação, enquanto controlam as despesas.

Outro dos temas que vão marcar as agendas nas empresas prende-se com definição de uma estratégia de ESG (governança ambiental, social e corporativa), que ajude a criar um propósito e a gerar valor para os negócios. Esta responsabilidade crescente em Portugal pretende dar resposta aos consumidores portugueses que, hoje, estão mais preocupados com o comportamento sustentável e os produtos das empresas. Por isso, a ESG pode ser uma medida económica que ajude na estratégia de mitigação de riscos. 

A transposição da Diretiva NIS 2 para a legislação nacional é mais um desafio para Portugal. Até 17 de outubro de 2024, Portugal tem de transpor a Diretiva NIS 2, que vai passar a abranger mais sectores. Agora passam a estar incluídos os sectores da saúde, gestão de resíduos, serviços postais e administração pública, juntamente com os setores já abrangidos, como energia, transporte e água. A IDC prevê que esta alteração na legislação tenha um impacto para as pequenas e médias empresa (PMEs), uma vez que empresas com mais de 50 funcionários ou um volume de negócios anual superior a dez milhões de euros estarão sujeitas à diretiva, mesmo que não sejam classificadas como infraestrutura crítica.

Atualmente, mais de 30% do negócio das organizações é proveniente de produtos, serviços e experiências digitais, e acreditamos que, em 2025, seja mais de 40%. Neste contexto, os temas relacionados com a Gestão de Risco e Segurança de Informação são cada vez mais relevantes. Na nossa perspetiva, a Diretiva NIS 2 será fundamental para garantir uma maior resiliência digital das organizações europeias, mas vai exigir um esforço significativo por parte das grande e médias empresas, que terão de aumentar os seus investimentos em Segurança da Informação em mais 10 a 20%”, acrescenta Gabriel Coimbra.

ARTIGOS RELACIONADOS

IA é o catalisador para os gastos com data center
BIZ

IA é o catalisador para os gastos com data center

LER MAIS

Gastos mundiais com TI crescerão 6,8% em 2024
BIZ

Gastos mundiais com TI crescerão 6,8% em 2024

LER MAIS

Gastos com infraestrutura de cloud pública lideram gastos gerais com infraestrutura empresarial
CLOUD

Gastos com infraestrutura de cloud pública lideram gastos gerais com infraestrutura empresarial

LER MAIS

Recomendado pelos leitores

Commvault nomeia novo country manager para Portugal e Espanha
BIZ

Commvault nomeia novo country manager para Portugal e Espanha

LER MAIS

Cegid nomeia novo general manager para a Ibéria
BIZ

Cegid nomeia novo general manager para a Ibéria

LER MAIS

Microsoft lança formação gratuita em IA
BIZ

Microsoft lança formação gratuita em IA

LER MAIS

IT CHANNEL Nº 113 DEZEMBRO 2024

IT CHANNEL Nº 113 DEZEMBRO 2024

VER EDIÇÕES ANTERIORES

O nosso website usa cookies para garantir uma melhor experiência de utilização.