2016-7-01
Os governos têm sido, na última década, alvo de pressão em relação à otimização máxima do IT e dos custos de operação, enquanto enfrenta desafios organizacionais e culturais
Segundo a Gartner, os gastos das administrações centrais e locais a nível global em produtos tecnológicos e serviços deverá crescer quase 0,3%, traduzindo-se em 430,1 mil milhões de dólares em 2016, e crescendo para os 476,1 mil milhões em 2020. Estes números representam uma reviravolta após o decréscimo de 5,2% registado no ano passado. O local de trabalho digital é a primeira tecnologia estratégica identificada pela Gartner, que indica que o governo poderá tirar proveito do facto de os seus colaboradores serem cada vez mais letrados digitalmente (desde os colaboradores da "linha da frente", até aos executivos nos mais altos cargos). O local de trabalho digital é visto pela Gartner como um impulsionador do negócio, ao mesmo tempo que aumenta o engagement dos colaboradores, ao promover infraestruturas mais colaborativas, mobilidade e a escolha pessoal dos profissionais em relação à tecnologia e dispositivos que pretendem utilizar. O engagement multicanal do cidadão também é considerado uma estratégia. Entregar uma experiência efetiva ao cidadão requer uma abordagem holística às suas necessidades: é necessário estar atento aos dados e analisar as necessidades dos cidadãos, assim como os canais de engagement preferidos dos cidadãos. À medida que o governo se torna mais digital, a "identidade digital", e-ID, torna-se uma tecnologia imperativa ao serviço de todas as transações digitais. O setor público deverá apostar cada vez mais na autenticação digital, uma vez que os métodos tradicionais estão a ficar obsoletos. A analítica faz cada vez mais parte do mundo atual, e deve ser adotada pelos governos, aconselha a Gartner. Para a consultora, a analítica pode dar novas perspetivas que poderão conduzir a ações que melhorem a eficiência organizacional. A analítica deverá ser uma aliada em todos os níveis da actividade do negócio, auxiliando o setor público a abraçar processos de negócio autónomos e capacidades de business inteligence (BI) que ajudam os humanos a tomarem melhores decisões com context-based em tempo real. A Gartner vê nas smart machines uma oportunidade para o setor público. Uma vez que estas incorporam capacidades que estão a evoluir muito rapidamente (carros autónomos, assistentes virtuais, robôs que interagem e aconselham pessoas), a vantagem para os governos poderá ser a exploração destas capacidades em práticas de negócio já existentes, novos serviços públicos e novas formas de atingir os seus objetivos de negócio. A IoT já não é mais um "parente" estranho, está por todo o lado e o setor público deverá também incorporá-la na sua estratégia,como forma de desenvolver cidades mais conetadas e inteligentes às quais os próprios cidadãos estão conetados. Para a Gartner, é também imperativo que o setor público implemente arquiteturas software-defined, como forma de virtualizar as redes, infraestrutura e a segurança. Isto porque as arquiteturas software-defined melhoram a gestão e a agilidade da organização, permitindo-lhe melhorar o seu tempo de resposta e os seus requisitos de fluidez. Também a cibersegurança deverá ser abraçada pelo setor público. |