2016-7-08
As previsões do passado trimestre davam conta de um decréscimo de 0,5%, mas a Gartner indica agora que os gastos vão manter-se "flat", chegando aos 3.41 biliões de dólares este ano, não tendo em conta o Brexit
Para a analista, esta alteração das previsões deve-se às próprias flutuações cambiais. "De facto, o Gartner Worldwide IT Spending Forecast assume a não saída do Reino Unido da União Europeia. Com a saída do Reino Unido, provavelmente haverá uma erosão da confiança nos negócios e subidas de preços que deverão ter impacto nos gastos do Reino Unido, Europa Ocidental e a nível mundial", afirma John-David Lovelock, research vice president. As alterações nas previsões da Gartner prendem-se também com todas as alterações que o Reino Unido ainda tem para enfrentar, mas que não estão definidas. O voto no "não" em relação à permanência do Reino Unido na União Europeia (UE) terá consequências diretas tanto para o País como para a própria Europa, parte delas imediatas, e outras a longo prazo. Este "entretanto" em que nos encontramos agora está a contribuir para tornar o Reino Unido menos atrativo para os novos trabalhadores que pudessem estar interessados em emigrar. Ao ter cada vez menos acesso a profissionais qualificados de fora do país, o Reino Unido irá ressentir-se. Novas tendências marcarão o mercado "O ano de 2016 marcou o início de uma dicotomia fantástica. O ritmo da mudança no IT nunca será tão lento como é hoje, mas o crescimento dos gastos com o IT está apagado", refere John-David Lovelock. "O ano de 2016 é o ano em que o foco do negócio se vai voltar para o negócio digital, a Internet of Things e até o negócio algorítmico. Para implementarem estas novas iniciativas, muitas empresas estão a voltar-se para a otimização dos esforços com os custos centrados nas alternativas digitais (por exemplo, o SaaS em vez de licenças de software, a voz sobre LTE em vez da celular e as assistentes pessoais digitais em vez de humanas) para poupar dinheiro, simplificar as operações e acelerar o time to value. É precisamente este novo fôlego de alternativas ao IT tradicional que irá redefinir fundamentalmente aquilo que se compra, quem compra, e quanto é que se gasta". Deste modo, a Gartner prevê que os gastos em sistemas de data center alcancem os 174 mil milhões de dólares em 2016, um crescimento de 2% face a 2015. Este mercado está a ser impulsionado pela China e Europa Ocidental e por um grande ciclo de novas soluções implementadas pelo mercado de equipmenterprise network equipment da América do Norte. A aposta no software irá totalizar cerca de 332 mil milhões de dólares, um aumento de 5,3% face ao ano passado. A América do Norte é a região que detém a força que alavanca este crescimento, ao ser responsável por 11,6 mil milhões de dólares do aumento de 24 mil milhões que irão registar-se ao longo de 2016. Neste mercado, o segmento mais impactante é o de software de gestão de customer relationship. Os gastos com devices deverão ficar pelos 627 mil milhões de dólares no final deste ano. Os problemas económicos da Rússia, Japão e Brasil irão privar a procura e a recuperação global dos PCs. Adicionalmente, as atualizações do Windows 10 contribuíram para um atraso na compra de PCs, uma vez que depois de o sistema operativo estar atualizado, os utilizadores já não necessitam de comprar equipamentos novos, podem utilizar os seus atuais PCs durante um maior período de tempo. O mercado de serviços de IT deverá aumentar 3,7%, com gastos a totalizarem os 898 mil milhões de dólares. Neste mercado o Japão é o país que está a crescer mais rápido, com gastos 8,9% mais altos. Os gastos com serviços de comunicações deverão decrescer, com valores na ordem de 1.38 biliões de dólares em 2016, -1.4% face a 2015. Mais uma vez, é o Japão o país que lidera o crescimento em serviços de comunicação. |