2022-9-15

BIZ

Escassez de talento influencia investimento das empresas em tecnologia

Novo estudo indica que 98% dos líderes de IT afirmam que a Great Resignation criou lacunas de competências no seu departamento

Escassez de talento influencia investimento das empresas em tecnologia

Os desafios de aquisição de talentos de IT estão a influenciar fortemente as decisões de investimento em tecnologia. O relatório 2022 IT Leaders Pulse Report, divulgado pela MuleSoft da Salesforce, revela que quase três quartos (73%) dos líderes seniores de IT concorda que a aquisição de talentos de IT nunca foi tão difícil, e quase todos os entrevistados (98%) afirma que atrair talentos de IT influencia as escolhas de investimento em tecnologia da sua organização.

O relatório revela também que os líderes de IT estão atualmente a utilizar a tecnologia para criar experiências mais centradas nas pessoas para os seus colaboradores e clientes. A maioria (86%) dos líderes seniores de IT afirma que a experiência que uma organização oferece aos seus colaboradores e clientes é tão importante como os seus produtos e serviços, e quatro em cada cinco entrevistados concorda que as tecnologias melhoradas de atendimento ao cliente (86%) e ao colaborador (85%) são críticas para que a sua organização possa ser competitiva.

Os desafios económicos estão a tornar a tecnologia ainda mais fundamental para o sucesso em todas as partes do negócio, incluindo vendas, serviços, marketing, comércio e IT”, afirma Matt McLarty, Global Field CTO da MuleSoft. “À medida que os líderes de TI se esforçam para que sejam preenchidas as vagas para dar suporte a essa procura adicional, o formato tradicional é colocado em causa. Os atuais líderes de TI devem procurar melhorias de processos mais amplas em toda a empresa, através da automação, que promovam a inovação, melhorem as experiências do utilizador e impulsionem o crescimento eficiente”, completa.

Quase nove em cada dez (87%) líderes seniores de IT concorda que investir em pessoas é extremamente importante. Como resultado, a maioria dos entrevistados planeia investir na melhoria do bem-estar dos colaboradores alocados à área de IT (82%) e na qualificação (78%), ambos à frente do aumento do número de colaboradores nas IT (68%) nos próximos 12 meses. 

O relatório mostra que:

  • Quase todos (98%) os líderes de IT afirmam que a Great Resignation criou lacunas de competências nas funções de TI da sua organização, principalmente em TI e arquitetura de soluções (60%), e funções de gestão de infraestrutura e cloud (45%);
  • Muitos líderes seniores de IT estão a mudar para iniciativas de automação e auto-atendimento para resolver a crescente lacuna de competências. Em todos os setores, 58% das organizações estão a automatizar tarefas e processos, e 53% estão a capacitar os colaboradores não-técnicos com ferramentas de automação para responder às suas próprias necessidades;
  • Mais de metade estão agora a ser avaliados na produtividade dos colaboradores (52%), quando muitos estão também a ser avaliados em redução de custos e otimização (50%), experiência do cliente (48%) e experiência do colaborador (46%). 

Embora a criação de experiências seja essencial, uma estratégia de IT e de negócios centrada nas pessoas precisa de processos eficientes para ser bem-sucedida, indicam os especialistas. Mais de metade dos líderes de IT (54%) acredita que os processos de trabalho entre as equipas de IT e de negócio podem ser melhorados de forma significativa. O relatório mostra, ainda, que:

  • Nove em cada dez (91%) líderes seniores de IT afirmam que os processos de IT existentes estão a prejudicar a produtividade. Os desafios de processos são também reportados como a impactar negativamente a inovação (91%), a adoção de tecnologia (92%), a experiência do cliente (92%) e a experiência do colaborador (93%);
  • Quase metade dos líderes seniores de IT afirmam que a melhoria de processos é uma das principais prioridades para a sua organização nos próximos 12 meses;
  • A maioria dos inquiridos está a procurar criar fusões de equipas para melhorar processos e enfrentar os desafios orientados para processos. Mais de dois terços (69%) das organizações criaram ou estão em processo de criação de fusão de equipas, e 22% planeia fazê-lo nos próximos 12 meses.

O estudo explica que as equipas de fusão se traduzem em equipas multidisciplinares que combinam trabalhadores com tecnologia, análise ou conhecimento de domínio e que partilhem a responsabilidade pelos resultados de negócio e tecnologia. Das organizações com equipas de fusão já implementadas, 63% dos líderes seniores de IT afirmam que essas equipas têm sido bastante eficientes em ajudar os negócios a alcançar os objetivos. 

A capacitação através da tecnologia impulsiona o crescimento dos negócios, e as organizações estão a utilizar as melhores tecnologias para criar experiências para clientes e colaboradores. Embora essa estratégia possa aumentar a agilidade, quatro em cada cinco (81%) líderes seniores de IT concordam que essa abordagem significa que a sua organização enfrenta dificuldades com a complexidade de IT. Neste sentido, o relatório indica que: 

  • A maioria dos líderes seniores de IT acredita que os projetos de integração de dados ou sistemas demoram muito (66%) e são muito caros (69%). Ao mesmo tempo, mais de dois terços (68%) reconhecem que a falta de dados ou integração de sistemas cria uma experiência desconectada do cliente. Consequentemente, quase todos (98%) os líderes seniores de IT afirmam que os novos investimentos são influenciados pela capacidade de uma ferramenta se integrar à tecnologia existente;
  • Muitos líderes seniores de IT estão a mudar para ferramentas de low-code e no-code para permitir que os utilizadores do negócio possam construir e testar novas experiências. Quase todas as organizações (96%) utilizam atualmente ferramentas low-code e no-code e 36% planeia aumentar a sua utilização ao longo dos próximos 12 meses;
  • Muitas organizações implementam a automação para melhorar as experiências do cliente e a qualidade do produto. Dois terços das organizações (67%) automatizaram de forma parcial ou total as suas operações de IT, e muitas introduziram níveis semelhantes de automação em outras funções do negócio – incluindo apoio ao cliente (59%), finanças (60%), marketing (58%), vendas (56%) e RH (55%). No entanto, os processos totalmente automatizados permanecem bastante baixos – com uma média de 23% das organizações a afirmar que conseguiram alcançá-lo em todas as funções de negócios.  

A atual situação económica deixa os líderes de IT sem escolha – têm de fazer mais com menos. As ferramentas existem para capacitar mais utilizadores a tornarem-se digital builders, e a ajudarem as suas organizações a crescer enquanto melhoram a eficiência. Ao automatizarem processos sempre que possível, os líderes podem obter valor mais rapidamente e acelerar a inovação”, acrescenta Matt McLarty. 

ARTIGOS RELACIONADOS

Falta de talento e competências digitais acentua-se nas organizações
BIZ

Falta de talento e competências digitais acentua-se nas organizações

LER MAIS

Escassez de profissionais - desafios de recrutar em IT e a importância de reter talento
BIZ

Escassez de profissionais - desafios de recrutar em IT e a importância de reter talento

LER MAIS

Recomendado pelos leitores

Commvault nomeia novo country manager para Portugal e Espanha
BIZ

Commvault nomeia novo country manager para Portugal e Espanha

LER MAIS

Cegid nomeia novo general manager para a Ibéria
BIZ

Cegid nomeia novo general manager para a Ibéria

LER MAIS

Atos negoceia venda de computação avançada por 500 milhões de euros
BIZ

Atos negoceia venda de computação avançada por 500 milhões de euros

LER MAIS

IT CHANNEL Nº 113 DEZEMBRO 2024

IT CHANNEL Nº 113 DEZEMBRO 2024

VER EDIÇÕES ANTERIORES

O nosso website usa cookies para garantir uma melhor experiência de utilização.