Empresas deverão investir cerca de 656 mil milhões no trabalho do futuro

A forma como as pessoas e as organizações trabalham no pós-pandemia, com a utilização de tecnologias de nova geração, como a cloud e a computação móvel, estão a levantar grandes ondas de investimento. O Future of Work (FoW) está a ser moldado por duas grandes forças: a crescente adoção de Inteligência Artificial (IA) no workplace e a expansão de uma força de trabalho remota e digital. O FoW fomenta a colaboração entre o ser humano e as máquinas, permitindo que os trabalhadores ganhem novas competências,  num ambiente de trabalho sem limitações de tempo e de espaço. A IDC prevê que os gastos tecnológicos para o FoW sejam de quase 656 mil milhões de dólares este ano, o que representa um aumento de 17,4% em relação a 2020.

Para acompanhar a transformação digital e capacitar os espaços e a força de trabalho, as empresas estão a investir largas quantias em gamas de tecnologias e serviços mais sofisticados. "Tecnologias emergentes como a inteligência artificial, a Internet of Things e a realidade aumentada estão a mudar a forma como o trabalho é feito nas indústrias em todo o mundo”, afirma Eileen Smith, vice-presidente de programas da Customer Insights and Analysis, citada pelo IT Reseller. Em 2021, o maior investimento vai ser alocado em hardware, onde se espera um financiamento de 228 mil milhões de dólares em dispositivos, hardware empresarial, Infrastructure as a Service (IaaS), robótica e drones. 

Vários serviços, incluindo serviços profissionais, IT e conectividade, vão ser a segunda grande área de maior investimento, com mais de 123 mil milhões. O software vai ser a maior despesa, com uma Taxa de Crescimento Anual Composta (CAGR) de 21,3% durante o período previsto para 2020-2024, incluindo aplicações empresariais, conteúdo e colaboração, análise e IA, apps de recursos humanos, segurança e desenvolvimento e implementação de software. 

Holly Muscolino, vice-presidente de investigação, Estratégias de Conteúdo e o Futuro do Trabalho na IDC diz que "os modelos de trabalho tradicionais não fornecem a agilidade, escalabilidade e resiliência que a futura empresa necessita. Isto, naturalmente, foi salientado na atual crise de saúde”, e acrescenta que “para impulsionar o crescimento e a diferenciação competitiva, as organizações vão investir em tecnologias e serviços que impulsionam a automatização, a colaboração, novas estruturas organizacionais e estilos de liderança, oportunidades dinâmicas de aprendizagem, um local de trabalho repensado e um ambiente de trabalho digital que não seja limitado pelo tempo ou pelo lugar físico”.

Os serviços profissionais, o retalho e a banca serão as próximas três indústrias a ser financiadas no âmbito do FoW, em 2021. Estima-se que o setor da construção registe um rápido crescimento de despesas do FoW durante o período previsto, com um CAGR de 23,7%, em cinco anos. Os meios de comunicação social e o retalho acompanharão vão ter um CAGR de 19,5% e 19,3%, respetivamente.

“À procura de apoio automatizado de decisão e abordagens colaborativas virtuais, discretas e transformadoras de processos, os dois maiores investidores estão a apostar em casos de uso fundamental como robótica colaborativa, gestão de desempenho operacional e design e revisão de produtos 3D e digitais para melhorar o controlo de custos e eficiência do processo", elucida Eileen Smith, vice-presidente de programas da Customer Insights and Analysis.