2018-5-21
A implementação crescente de soluções de IoT e a necessidade de manter determinadas aplicações e processos on-premises está a levar a uma adoção crescente de soluções de edge computing por parte do mercado português, que contribuíram para um bom desempenho da Schneider Electric no negócio de IT, no ano passado, sobretudo no último trimestre
A Schneider Electric encerrou o ano passado com um último trimestre “forte”, de acordo com Michael Dalala, Iberian ITD VP. “A dinâmica do mercado é boa e Portugal tem conseguido posicionamentos excelentes para atrair investimentos internacionais. Os investidores veem Portugal como um país inovador, competitivo e capaz de atrair grandes talentos”. A Schneider Electric espera por isso “investimentos interessantes” em outsourcing de IT nos próximos meses, no nosso mercado. Em 2017, o negócio do fornecedor dividiu-se em dois momentos: “Na primeira área do ano as UPS assumiram um grande protagonismo, porém, no último trimestre de 2017 houve um forte pico na área digital e em data centers de proximidade, que continua em 2018”, adianta Michael Dalala. Portugal está também, de acordo com o responsável, a beneficiar de um forte investimento de colocation providers. Michael Dalala, Iberian ITD VP, na Schneider Electric. Data centers de proximidade em expansãoA implementação da Internet of Things (IoT) está a dar força à adoção de data centers de proximidade, levando a que este seja “um mercado em expansão”. De acordo com a Schneider Electric, isto acontece não apenas devido à elevada quantidade de dados que a IoT já começou a gerar, mas também pelo grande volume de processamento que ainda deve vir a ser executado. “Com a inteligência artificial, blockchain e cirptomoedas, este processo ainda agora começou”, diz Michael Dalala. Se num passado recente o cloud computing parecia ser a resposta para tudo, hoje, devido às necessidades de baixa latência de determinadas aplicações, como as de IoT, o edge computing impõe-se como uma tendência que convive com a cloud num contexto de IT híbrido. “Estima-se que no ano passado o mercado de computação de proximidade tenha atingido, globalmente, os 1600 milhões de dólares e que em cinco anos este valor perfaça 7 mil milhões de dólares”. E, segundo Dalala, Portugal não passa ao lado desta tendência. As caraterísticas do tecido empresarial português, composto por pequenas e médias empresas, levam a que “as necessidades de investimento em micro data centers sejam enormes”. Por outro lado, acrescenta, “os micro data centers não têm de ser adquiridos nem geridos pelas próprias empresas", já que em muitos casos são externalizados. "Nesse sentido, assistimos a uma mistura de processos globais, locais e a modelos de propriedade e gestão”.
Mundo híbrido: boas notícias para os ParceirosA hibridização crescente das infraestruturas é uma realidade, “por ser o modelo que melhor responde às necessidades das empresas”, refere o Iberian ITD V, nomeadamente “continuidade de serviço, proteção de dados confidenciais, processos de redundância e disaster recovery”. Neste contexto, em que alguns processos ficam na cloud e outros on-premises, as soluções de computação de proximidade exigem dos Parceiros de IT uma maior atenção e, sobretudo, uma abordagem diferenciada. “Devem procurar tornar-se Managed Service Providers, porque é isso que irá diferenciá- -los. Poderão evoluir da categoria de fornecedor para uma categoria de trust advisor e poderão, também, aumentar a sua rentabilidade, não apenas em hardware/software, mas principalmente através de serviços de valor acrescentado”, sublinha Michael Dalala.
EcoStruxure atualizada em nome de maior otimizaçãoNo Innovation Summit World Tour, que decorreu em Paris no passado mês de abril, a Schneider Electric apresentou as últimas novidades do EcoStruxure, a sua plataforma tecnológica para a IoT. A plataforma, que pode ser adaptada a setores específicos, dos edifícios à energia, passando pela indústria e pelos data centers, dá aos Parceiros de IT a oportunidade de assegurar “uma monitorização end-to-end das infraestruturas”. Uma das novidades foi o EcoStruxure Asset Advisor: nova versão da aplicação de serviços de monitorização dos equipamentos da Schneider Electric que promete um serviço preditivo 24/7, baseado na cloud e em dados para garantir a continuidade do serviço na distribuição elétrica dos ativos críticos dos data centers. A plataforma EcoStruxure entrega a possibilidade de integrar diversas variáveis – AVAC, PDU – numa única camada de software, permitindo a monitorização e controlo total do ecossistema. “Isso trará para a mesa uma otimização real do OPEX e a aceleração de negócios para os utilizadores finais”, refere o responsável da Schneider Electric. |