Margarida Bento em 2020-11-19
Pelo seu papel nos espaços públicos, o digital signage veio experienciar uma forte disrupção com a pandemia. Rodrigo Sousa, Iberian Head Visual Display Business da Samsung, detalha o atual panorama e evolução futura do mercado de digital signage
Rodrigo Sousa, Iberian Head Visual Display Business da Samsung
Até ao início deste ano, quando a pandemia de COVID-19 causou disrupção na maioria da economia, o mercado de digital signage estava em forte expansão, quer a nível internacional como nacional. Com o fecho de praticamente toda a atividade económica, veio um desacelerar do crescimento deste setor. Contudo, esta realidade acabou por despertar o interesse de novas áreas que viram o digital signage como uma oportunidade para fazer frente aos desafios com que se depararam. “Setores como a saúde e a educação veem no digital signage uma oportunidade para a sua transformação digital, dada as mais-valias que oferece na transmissão de informação aos seus públicos”, refere Rodrigo Sousa, Iberian Head Visual Display Business da Samsung. “Assistimos também a uma mudança no comportamento do consumidor que começou a escolher experiências com menor interação física”, acrescenta. “Estas mudanças representam também oportunidades para novas instalações de digital signage. Diria que a pouco menos de dois meses de fecharmos 2020, o panorama é que estamos a recuperar o ritmo com que iniciámos o ano”. O investimento no novo normalSe até agora o principal foco do digital signage esteve na atração do cliente, no atual panorama os negócios estão a investir na transformação digital dos pontos de contacto com os clientes no seu novo processo de compra em loja, explica Rodrigo Sousa. Ao mesmo tempo, acrescenta, está também a ocorrer um grande crescimento de aplicações não comerciais que usam o digital signage para fins informativos. Exemplo disso é a vinculação de regras de conduta para o processo de compra dos clientes, de forma a salvaguardar a sua segurança e vincular a sua confiança no estabelecimento. Enquanto o mesmo pode ser conseguido com comunicação analógica, a possibilidade de gerir centralmente toda a comunicação traz agilidade operacional e minimiza o risco de contacto inerente à mobilização de equipas e materiais. Outro setor no qual esta situação se verifica é a educação, onde haverá uma mudança de paradigma, com uma crescente presença da tecnologia nas salas de aulas, “não como solução de ensino remoto, mas sim como parte integrante da experiência educativa”, investimento que é previsto triplicar nos próximos sete anos. Por outro lado, a consolidação da transformação digital em verticais como a banca e os transportes irá “expor os benefícios da digitalização de uma maneira orgânica a novos setores e negócios”. A sinalização DooH para publicidade e comunicação digital é também outro setor emergente, e uma das principais tendências do mercado de digital signage para os próximos anos. Novas oportunidades para os ParceirosNos próximos anos, prevê Rodrigo Sousa, a principal tendência será a digitalização dos espaços fisícos e a sua sincronização com o espaço virtual nativo das empresas, com um aumento exponencial do número de equipamentos interligados entre si. Assim, a principal oportunidade para os Parceiros de Canal está no crescimento da procura das soluções integradas em prol da tradicional instalação de uma rede de equipamentos, o que trará a necessidade de desenvolver plataformas de gestão centralizada, tanto a nível de conteúdo como dos próprios equipamentos. Para dar resposta a estas tendências, a Samsung pretende fortalecer o Programa de Canal de Parceiros, “indo ao encontro das exigências do mercado e contribuindo para a evolução do negócio, tanto a nível do conhecimento técnico das soluções, como ao nível da oferta comercial enquadrada”. “Vemos uma mudança de paradigma em alguns setores, uma consolidação digital em outros e uma comunicação orgânica das potencialidades do digital signage que vem trazer um novo dinamismo ao mercado”, prevê o responsável. “No caso do digital signage, acreditamos que possamos regressar às previsões de crescimento apontadas no final de 2019, desta vez impulsionadas pela mudança de paradigma de alguns setores”. |