2015-9-30
Os analistas da indústria são frequentemente questionados sobre o “ponto de viragem” de várias tecnologias. No caso da impressão 3D, o envolvimento ativo do Canal das TI, que move, globalmente, 135 mil milhões de dólares, pode ser um dos factores principais
A Context, empresa que avalia o Canal de TI na Europa, indica que há desafios no 3D tanto para os fabricantes como para o Canal. Assim, mesmo as marcas que fabricam impressoras 3D maiores e mais dispendiosas parecem satisfeitos com a venda direta a resellers especializados com os quais, em muitos casos, têm vindo a lidar há décadas. Mas a atenção reunida pela impressão 3D nos últimos anos e o surgimento de impressoras 3D pessoais (as quais, para o Canal, são equivalentes a qualquer outro periférico de PC) poderá vir a pôr em causa a capacidade da venda direta elevar esta indústria ao próximo nível. A Context destaca que a tecnologia tem vindo a evoluir cada vez mais e que a diferença entre impressoras 3D pessoais e profissionais vai-se desvanecendo, mas que a qualidade dos produtos não é o único fator do marketing mix: a indústria requer cada vez mais proximidade entre as empresas produtoras—tanto novas como estabelecidas—e o Canal de TI. Neste campo, a Context entende a entrada no mercado da HP como benéfica, uma vez que a empresa conhece o Canal e o Canal conhece a HP. A sua chegada ao mercado, em 2016, vai realizar-se a partir da sua vertente de PC e continuará a legitimação desta tecnologia, tanto com o público como dentro da indústria. Esta entrada vai dar-se apenas a nível do sector profissional. No entanto, muitos assumem que não faltará muito até que se alargue a impressoras 3D para o mercado doméstico, considerando que tanto a HP como a restante indústria procuram desesperadamente novas áreas de crescimento. A HP Multi Jet Fusion 3D é a primeira impressora do fabricante a entrar no mercado no próximo ano Enquanto a entrada da HP no mercado poderá ser um ponto de viragem, já se verificam grandes desenvolvimentos no mercado emergente da impressão 3D, sendo um “excelente exemplo” a marca líder XYZ Printing. Parte do sucesso desta empresa, refere a Context, pode ser atribuído à sua familiaridade com o Canal IT, através de outras linhas de produção, o que facilita a colocação das suas impressoras no mercado de distribuição global. Por seu turno, as empresas Stratasys/MakerBot e 3D Systems têm vindo a integrar-se mais no Canal de TI (e vice-versa: o canal tem vindo a acolhê-las). Existem também marcas regionais na distribuição TI em todo o mundo, levando na sua totalidade a um crescimento anual do segmento de 249% entre os segundos trimestres de 2014 e de 2015, só na EMEA. “Apesar dos canais para a venda de impressoras 3D profissionais e industriais estarem em muitos casos já estabelecidos, as novas impressoras 3D pessoais parecem mais adequadas à distribuição existente do restante TI”, refere Chris Connery, VP of Global Analysis da Context. “Distribuidores e novos fabricantes de impressoras 3D podem não falar ainda a mesma linguagem, mas estão cada vez mais familiarizados uns com os outros e a entrada de gigantes da indústria como a HP virá a ajudar a indústria a avançar ainda mais rapidamente” Assim, à medida que o Canal de TI procura novas soluções para crescer além de um dígito e que os fabricantes procuram maneiras de levar impressoras 3D às mãos dos SMBs e instituições de ensino, entre outros, nada leva a crer que não possam crescer em conjunto. |