2022-3-17
Uma visão sistemática dos riscos permite a capacidade de antecipação desejada perante futuras disrupções
As organizações e empresas enfrentam diversos riscos operacionais nas atuais economias, sejam de cibersegurança, conflitos geopolíticos, fraudes, entre outros. A compreensão dos riscos, como meio de antecipar mudanças e disrupções, cabe aos Chief Risk Officers (CRO), que enfrentam dificuldades em avaliar as diversas dimensões dos riscos. Segundo Adam Meskini, Senior Manager Capgemini Invent, a resposta está em alavancar os dados para alcançar uma visão mais granular dos riscos operacionais. Para tal, indicam que é essencial recorrer a tecnologias como a Inteligência Artificial (IA), a cloud e uma estratégia de captura e processamento de dados que proporcione uma visão de 360 graus do risco. Através da informação e dos insights adquiridos, as organizações podem obter maior transparência sobre as suas operações, apoiar a digitalização dos processos e dar mais visibilidade a riscos ocultos. Adam Meskini explica que os quadros de gestão de riscos operacionais muitas vezes não estão suficientemente integrados, olhando para as operações como atividades fragmentadas que têm os seus próprios riscos. Contudo, a Capgemini indica que estão interligadas, podem sobrepor-se, e gerar efeitos cruzados que não são tidos em conta com as estratégias tradicionais. Nesse sentido, consideram necessário ter uma visão mais completa e holística do risco, algo que pode ser alcançado através de dados e IA, o que permite uma avaliação mais sistemática dos riscos, proporcionando a capacidade de antecipação desejada. A Capgemini indica que esta estratégia está a ajudar as empresas de diferentes setores a avaliar melhor os riscos operacionais. Um exemplo são os serviços financeiros, indústria fortemente regulamentada e em constante modernização, que com novos modelos de negócio a emergir, será obrigada a alterar o seu modelo de avaliação de risco. Muitos já utilizam a IA e machine learning para extrair informações de dados para este domínio, e nos próximos anos continuarão a fazer progressos a este respeito, refere o especialista. Outro setor em que os dados ajudarão a compreender melhor e a mitigar os riscos operacionais é a manufatura. Apesar de ser difícil identificar as vantagens deste modelo no setor, afirma Adam Meskini, as empresas estão a descobrir grandes falhas que poderiam ter previsto se tivessem mais dados internos e externos sobre as suas operações ao longo da cadeia de valor. Assim, no futuro, a Capgemini calcula que mais fabricantes vão aproveitar os dados para realizar avaliações de risco mais precisas, especialmente em relação às suas cadeias de valor e às mudanças nos mercados internacionais. |