As previsões foram definidas pelo Cisco Technology Radar, um grupo formado por mais de 80 especialistas e analistas, que destacam um total de oito mudanças.
A primeira diz respeito ao tráfego de rede encriptado, dado que apenas 10% dos mil milhões de páginas web encriptam o tráfego que enviam ou recebem. A Cisco refere que a Internet Engineering Task Force (IETF) está a criar novos standards – como o HTTP 2.0 – com capacidade de encriptação por defeito.
A simplificação da rede é a segunda tendência invocada, definida como “fundamental para oferecer e tirar partido de novos e melhores serviços na Internet com menor latência”. Tal exige, segundo a Cisco, uma abordagem de arquitectura composta por diferentes tecnologias – como o Software Defined Networking (SDN) – para tornar a rede mais programável e priorizar as aplicações.
As tecnologias Dynamic Spectrum Access (DSA) e a evolução das diferentes regulamentações permitirão, por seu turno, ampliar o espectro disponível de bandas – como GHz TVWS e 3.65-GHz – para dar espaço licenciado e subutilizado ao acesso à internet sem fios, que representará a maior parte do tráfego em 2016.
A segurança na Internet of Things é, sem surpresas, outra das tendências apontadas, tendo em conta o crescimento exponencial da IoT (50 mil milhões de conexões previstas para 2020). Muitos dispositivos – como veículos, sensores ou equipamentos médicos – vão operar em ambientes desprotegidos ou vulneráveis, exigindo uma segurança maior na cloud e no acesso da rede.
A Cisco aponta ainda a computação consciente do contexto (Context-Aware Computing), que permite às redes antecipar a informação que o utilizador vai necessitar e proporcioná-la no local e momento apropriados.
O conjunto de tecnologias que processam dados em segundos ou minutos para a sua análise (analítica em tempo real), geração de relatórios, automação de processos ou inteligência de negócio, representam “uma função relevante” nas redes de próxima geração. Empresas líderes estão já a integrar esta analítica em aplicações de elevado desempenho, para utilização em soluções verticais em sectores como o financeiro, os seguros, os transportes, a videovigilância e segurança física ou as redes energéticas.
Outra tendência será a colaboração baseada no browser. A WebRTC, a última evolução de HTML5, é uma API aberta que facilita a colaboração na web sem a necessidade de instalar plugins. Com a integração de comunicações em tempo real nos browsers, a WebRTC permitirá a utilização de aplicações de voz, vídeo e dados de uma forma tão simples como abrir páginas web. A Cisco está a contribuir para a standardização da WebRTC e no desenvolvimento de código para Mozilla e Google, utilizando já esses desenvolvimentos nas suas soluções Jabber e WebEx.
Por último, o Fog Computing, que leva o cloud computing até ao extremo da rede para proporcionar serviços de computação, armazenamento e comunicação entre os dispositivos ligados e os datacenters. O Fog Computing é fundamental para as aplicações da IoE, como a distribuição energética inteligente, ou os semáforos inteligentes, que exigem soluções com características de mobilidade, geolocalização, baixa latência e interações em tempo real para processar os dados em movimento. |