2023-2-08
No discurso do Estado da União, o presidente Joe Biden elogiou o Chips and Science Act e pediu aos legisladores para endurecerem as práticas de privacidade de dados e vigilância das big tech
Presidente Joe Biden no seu discurso do Estado da União perante o congresso norte-americano
O Presidente Joe Biden endereçou esta terça-feira o seu discurso do Estado da União no congresso norte-americano onde aplaudiu os esforços dos legisladores no apoio à produção industrial e inovação tecnológica na área dos microprocessadores, enquanto instava o congresso a responsabilizar as grandes empresas de tecnologia pelas suas preocupantes práticas de privacidade e vigilância. No seu segundo discurso sobre o Estado da União, Biden elogiou a Lei Chips and Science Act aprovada no ano passado, que fornece 52 mil milhões de dólares em financiamento para subsidiar o fabrico de semicondutores nos EUA e mil milhões em financiamento adicional para investigação e desenvolvimento de tecnologias emergentes. O Presidente lembrou que em 1990, os EUA tinham 37% de participação no mercado de produção de semicondutores, e hoje essa quota de mercado caiu para cerca de 12%. "Estamos a garantir que a cadeia de abastecimento para a América começa na América", disse Biden. Desde a introdução da Lei Chips, a Intel investiu 43,5 mil milhões de dólares em produção de chips com duas novas instalações no Arizona, duas em Ohio e tecnologia avançada de packaging no Novo México. O presidente lembrou os milhares de empregos que serão criados com essa legislação. Mas Biden também procurou controlar as grandes empresas de tecnologia pelas suas práticas de privacidade de dados e vigilância. O presidente expressou preocupação com a recolha excessiva de dados pelas plataformas e pediu apoio bipartidário para restringir a publicidade online direcionada a crianças e adolescentes e para estabelecer fortes proteções de privacidade, dados, saúde e segurança on-line. Biden instou os legisladores a imporem limites mais rigorosos no uso de dados pessoais pelas empresas. "Finalmente, devemos responsabilizar as empresas de redes sociais pelas experiências que estão a realizar nas nossas crianças com fins lucrativos", referiu Biden, que também pediu esforços bipartidários para "prevenir que as grandes plataformas online deem aos seus próprios produtos uma vantagem injusta". O presidente observou que os Estados Unidos estará "a investir em inovação norte-americana, em indústrias que vão definir o futuro" e celebrou o estabelecimento de acordos e Parcerias internacionais "para proteger as nossas tecnologias avançadas para que não sejam usadas contra nós". Este crescente protecionismo norte-americano nas áreas tecnológicas , em grande parte pensado para a competição com a China, está a levantar crescentes preocupações na União Europeia que não quer ficar como um 'dano colateral' desta disputa entre os dois blocos. |