A Apple apresentou ontem, 21 de julho, os resultados do seu Q3 referentes ao período de Abril a Junho com um recorde de vendas no seu produto estrela, o iPhone, com 47,5 milhões de unidades vendidas (+35% no homólogo), para o qual a China teve um papel preponderante enquanto o segundo maior mercado destes smartphones.
Com um aumento trimestral de lucros de 38% para 10,7 mil milhões de dólares, tudo parecia concretizar uma recompensa no valor bolsista do gigante tecnológico, mas foi exatamente o oposto que aconteceu - no after-market, a Apple chegou a perder 7% do seu valor.
E a causa está nas expetativas e nos receios. Nas expetativas, que eram superiores para as vendas do iPhone, por parte dos investidores, e nos receios de que a Apple não tenha um next killer product que sustente o crescimento da empresa.
Muitos viam no Apple Watch o próximo iPhone, mas isso não parece estar a acontecer, e o facto de Tim Cook não revelar números de vendas do wearable só veio adensar os receios de que o Apple Watch esteja entre o flop e um produto “morno”, nada que pareça alimentar a o apetite voraz dos investidores por crescimento.
Apesar da empresa afirmar que as vendas do Apple Watch estão a “acima das expetativas”, ninguém sabe o que isso significa em concreto, mas parece existir um consenso que de isso significa “insuficiente”.
As vendas da Apple no segmento de computadores Macintosh cresceram 8%, em linha com as expectativas, o os iPad decresceram 18%, o que não constitui surpresa, num movimento de descida que leva já vários trimestres e que é justificado não só pelo facto dos iPads terem um ciclo de renovação longo por partes dos consumidores, como pela própria concorrência que o iPhone 6+ constitui, com a sua dimensão de ecrã.
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