2016-7-13
Este é já o sétimo trimestre consecutivo a registar um declínio das vendas globais de PCs. Porém, a Gartner refere existirem sinais de melhoria neste mercado
A queda de 5.2% nas vendas de PCs durante o segundo trimestre traduziu-se num volume de 64.3 milhões de unidades comercializados.
"Um dos problemas contínuos do mercado de PCs tem sido a subida de preços em determinadas regiões devido ao enfraquecimento cambial em relação ao dólar americano", refere Mikako Kitagawa, principal analyst, Gartner. "O problema do preço impactou as regiões da EMEA e da América Latina no último ano. Contudo, a queda das vendas de PCs tornou-se mais contida no segundo trimestre, comparativamente com os trimestres anteriores, que sugerem um impacto cambial enfraquecido".
Todas as regiões, à exceção da América do Norte, verificaram uma descida nas vendas de PCs. Enquanto a América Latina enfrenta uma instabilidade política que a levou a obter um volume de PCs vendidos inferior a 5 milhões, os EUA totalizaram 15,2 milhões de equipamentos comercializados, um aumento de 1.4% face ao Q2 de 2015.
A região Ásia/Pacífico contou com 22.7 milhões de PCs comercializados no segundo trimestre de 2016, um decréscimo 6.3% face ao período homólogo. A EMEA ficou abaixo da APAC, com 17.8 milhões de unidades comercializadas, menos 4,3% em relação ao mesmo período de 2015.
"A descida das vendas de PCs na EMEA abrandaram para um dígito devido ao fim da depreciação do euro face ao dólar americano, e o aumento dos preços em euros", refere Isabelle Durand, principal research analyst, Gartner. "O Brexit não teve impacto no segundo trimestre além do ligeiro enfraquecimento da libra esterlina desde o anúncio do referendo em 2015. Porém, após o Brexit, a libra esterlina estava visivelmente fraca face ao dólar, e isso irá conduzir a um aumento de preços que, provavelmente, causará uma pressão negativa nas vendas do quarto trimestre no Reino Unido".
A Gartner indica continuar cautelosa em 2016. "A maioria das empresas irá focar-se em sobreviver aos desafios dos próximos 12 meses. A oportunidade para o mercado poderá estar no aumento dos preços médios de venda, com as boas vendas de PCs de gaming premium e os híbridos a impulsionarem esta oportunidade".
A Lenovo manteve a liderança em relação às vendas mundiais de PCs no Q2 de 2016, apesar da queda de 2,2% de unidades comercializadas, um decréscimo registado pelo quinto trimestre consecutivo. No mercado de portáteis dos EUA, o fabricante cresceu a dois dígitos, enquanto na região Ásia/Pacífico as vendas da Lenovo decresceram.
Após quatro trimestres consecutivos a verificar uma descida das suas vendas de PCs, a HP conseguiu voltar a obter crescimento, liderando na EMEA.
A Dell foi um caso de sucesso do segundo trimestre de 2016, ao crescer a uma velocidade superior à da indústria, em geral, em todas as regiões. As vendas de portáteis do fabricante cresceram em todas as regiões, exceto na EMEA, enquanto os desktops decresceram na maioria das regiões.
A competirem na corrida pelo quarto lugar encontram-se a Asus, a Apple e a Acer.
"Enquanto os fabricantes e os canais, em geral, têm expetativas mais otimistas em relação às vendas de PCs, comparativamente ao verificado anteriormente, ainda existe a hipótese de haver uma potencial reconstrução de inventário. Isto dependerá de como a procura por PCs se comportar durante a segunda metade deste ano, tanto no segmento empresarial como no de consumo", salienta Mikako Kitagawa.