O Windows 7, 8 e 8.1 têm mesmo os dias contados. Pelo menos, assim o espera a Microsoft. Se dúvidas houvesse, a empresa de Satya Nadella dissipou-as na conferência de imprensa transmitida hoje, dia 21, em livestreaming, a partir de Redmond para todo o mundo. Durante o primeiro ano do Windows 10, será possível fazer o upgrade gratuito para o novo sistema operativo, pelo menos para quem tiver as versões anteriores instaladas (exceto XP), incluindo o Windows Phone 8.1. Um empurrão de peso à adoção do novo sistema operativo, se tivermos em conta que o Windows 7 é o que ainda prevalece em ambiente empresarial e que corre em metade dos desktops em todo o mundo.
“Entendemos o Windows 10 como um serviço”, disse Terry Myerson, vice presidente executivo de sistemas operativos da Microsoft. “Os developers podem, agora, endereçar todos os dispositivos com o Windows 10”.
Myerson evidenciou durante a apresentação que o Windows 10 pretende oferecer uma melhor experiência computacional. Por melhor entenda-se mais natural. “A interação com a tecnologia deve ser tão fácil como interagir com uma pessoa”, defendeu.
Neste “dia monumental para o Windows”, como o descreveu, destacou ainda as vantagens deste novo modelo de negócio (as a service) para as empresas, ao permitir que os dispositivos estejam sempre atualizados e protegidos.
Funcionalidades aperfeiçoadas
Joe Belfiore, vice presidente de sistemas operativos, demonstrou in loco as transformações que a Microsoft tem incorporado no Windows 10, na sequência do contributo dado pelos testers do Insiders Program. Eis algumas caraterísticas aprimoradas pela Microsoft, ainda em fase de desenvolvimento:
Botão ‘Iniciar’: com um novo layout, é agora um híbrido entre o Windows 7 e 8, com a possibilidade de ser utilizado em modo full screen quando utilizado num tablet.
Continuum: esta funcionalidade permite reconhecer imediatamente se o utilizador está a utilizar o Windows em modo PC (quando tem um teclado acoplado) ou tablet, sendo particularmente útil em contexto BYOD.
Cortana: a assistente pessoal do Windows 10 chega aos PCs e foi esse o foco da demonstração. Em direto, Belfiore demonstrou a sua capacidade de interação com o utilizador, respondendo a comandos de voz (é possível ditar e-mails e ordenar-lhe que os envie, por exemplo); a Cortana tem ainda a capacidade de ir aprendendo mais sobre os nossos interesses e gostos - com base nos dados dados guardados no PC -, e também de pesquisa, tanto na web (com o Bing) como na cloud.
Versão adaptada para tablets e smartphones
Uma das principais expetativas em torno do Windows 10 era a sua utilização em dispositivos móveis. Para smartphones e tablets com menos de oito polegadas, a Microsoft redesenhou o SO, de forma a ser fácil utilizá-lo em ambiente mobile e em total integração com o PC, sem que o utilizador sinta que está num SO totalmente diferente. Belfiore destacou a produtividade trazida pela Windows 10, nomeadamente a possibilidade de ditar mensagens, e a integração com chamadas vídeo e áudio do Skype. De fora não ficou o apelo aos developers, com o responsável da Microsoft a evidenciar que o Windows 10 é a base para a criação de um ecossistema onde uma só aplicação pode ser utilizada em diversos tipos de dispositivos, numa clara tentativa de alavancar o market share do Windows no mobile.
Outra das novidades interessantes, sobretudo para quem utiliza o Windows profissionalmente, são as aplicações Office universais – Word, Excel e PowerPoint, com um layout em tudo familiar com o do PC (ainda que adaptado para ecrãs menores) e com o mesmo nível de produtividade.
Spartan revelado
O novo motor de busca do Windows 10, com o nome de código Spartan, também teve a sua estreia. O browser está assente num novo motor de rendering e vem com a possibilidade de fazer anotações web em tempo real, além de ter integração com a Cortana. A Microsoft pretende criar uma experiência única de navegação na web, transversal a todos os dispositivos Windows, como parte da sua estratégia de standardizar a experiência de utilização em PCs e dispositivos móveis, eliminando fronteiras ao nível da interface. |