Rui Damião em 2024-3-14

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O IT Channel é Media Partner do Tech Business Summit

Tech Business Summit: “É preciso fazer subir um degrau nas competências das nossas pessoas”

O Europarque, em Santa Maria da Feira, recebeu a primeira edição do Tech Business Summit, organizado pela Pontual, Bnext e Lendarius

Tech Business Summit: “É preciso fazer subir um degrau nas competências das nossas pessoas”

A Pontual, a Bnext e a Lendarius organizaram, esta quinta-feira – 14 de março – o Tech Business Summit para uma plateia superior a 400 pessoas. O IT Channel é Media Partner do evento.

António Teixeira, CEO da Pontual IT Business Solutions, foi o primeiro a subir a palco com o tema “Tecnologia nas PME como fator competitivo”, referindo que o objetivo passava por “dar voz às PME” que “fazem a economia rolar”. “Estamos numa zona com forte presença na área de indústria e de serviços; foi para eles que preparámos este evento”, afirmou.

O evento, explicou António Teixeira, foca-se na forma como a tecnologia – especialmente software de gestão ERP; soluções de indústria, logística e contabilidade; software de CRM e HCM; digitalização e automação; inteligência artificial e business intelligence; e cibersegurança e alojamento cloud – pode ajudar as empresas a fazer crescer os seus negócios.

António Teixeira, CEO da Pontual, no palco do Tech Business Summit, em Santa Maria da Feira

António Teixeira relembrou que das 1,23 milhões de empresas em Portugal, 99,3% são PME e partilhou dados de um estudo que indica que os empresários querem “melhorar os processos”, “ir ao encontro das necessidades do cliente” e “reduzir o trabalho administrativo”. Segundo o mesmo estudo, as preocupações dos empresários relativamente à transformação digital são a automatização das tarefas administrativas e reforçar a segurança e a privacidade dos dados.

Nas multinacionais, Portugal é utilizado como mercado de testes para novas tecnologias ou soluções. “A inteligência artificial vem dar-nos uma oportunidade enorme”, exemplificou António Teixeira, que defende que as empresas devem apostar nestas novas tecnologias para fazer crescer o seu negócio.

A formação e requalificação dos colaboradores é um ponto necessário para as organizações. “É preciso fazer subir um degrau nas competências das nossas pessoas” para requalificar os colaboradores, fazer upskilling e estarem mais preparados para a realidade que, muito em breve, as empresas vão ter de enfrentar. “Não podemos ter falta de recursos. É preciso desenvolver, é preciso requalificar os nossos trabalhadores”, assevera o CEO da Pontual.

IA: ameaça ou oportunidade?

Rogério Canhoto, Chief Business Officer da PHC Software, subiu ao palco do Tech Business Summit para falar das oportunidades (e das ameaças) da inteligência artificial para as empresas. “A IA está na moda, é muito falado, mas não é nada de novo”, diz Rogério Canhoto. Mas, se não é nada de novo, porque é que agora é falado?

Segundo Rogério Canhoto, por causa da quantidade de informação disponível que torna os algoritmos mais eficientes. Depois, os avanços da tecnologia que permitem que a IA vá evoluindo mais depressa. Também a democratização das ferramentas digitais – que reduz as barreiras de entrada. E, por fim, a maior procura por inteligência artificial, onde “mais procura gera mais oferta e mais oferta gera mais procura”.

Neste momento está a acontecer uma revolução à nossa volta, nos nossos negócios, por causa da inteligência artificial”, indica Rogério Canhoto. “O tempo é o recurso mais escasso e temos de fazer mais com menos tempo. Podemos ultrapassar a falta de tempo com uma espécie de super poder, que hoje está disponível: IA generativa”.

Para as empresas, “tecnologia só por tecnologia não vale para nada”. A IA pode ser utilizada para detetar fraude, dinamizar os preços e ser mais competitivo, avaliar o risco, melhorar a cadeia de abastecimento e logística.

Até há uns anos, a IA era só para as grandes empresas; “hoje já não é. As PME podem utilizar inteligência artificial no seu dia a dia e melhorar as suas operações”, refere, ainda, Rogério Canhoto.

As evoluções do ERP

Jorge Bento, Diretor do IT Channel, moderou a mesa-redonda dedicada ao ERP e a como está a reinventar a gestão empresarial, que contou com a participação com Ana Teresa Ribeiro, Sales Director Sage Iberia para Small & Accountants, Josep María Raventós, Diretor Executivo de SMB & CPA em Portugal e África da Cegid, e Rogério Canhoto, Chief Business Officer da PHC Software.

(Da esquerda para a direita) Rogério Canhoto, da PHC, Josep María Raventós, da Cegid, Ana Teresa Ribeiro, da Sage, e Jorge Bento, do IT Channel, na mesa-redonda dedicada à reinvenção da gestão empresarial através do software de ERP

Ana Teresa Ribeiro referiu que, “quando falamos de transformação digital, e focando no software de gestão, é um tema vasto e é melhor, para compreender, desmistificá-lo. A tecnologia e o software de gestão estão para as empresas como as redes sociais estão para a comunicação e interação para as pessoas no dia a dia”.

Josep María Raventós indicou que “tudo o que é integração dos processos de negócio na nossa vida é importante. O ERP facilita a nossa vida e a necessidade dessa transformação é um caminho sem retorno; a introdução de novas tecnologias – como IA – é um caminho sem retorno” para as organizações.

O representante da Cegid relembrou o caso da Amazon, que há 30 anos nasceu como livraria e, hoje, é a maior loja do mundo. Como é que se atingiu esse patamar? Através de tecnologia que transformou o negócio. É a tecnologia, na sua opinião, que tem o maior retorno na evolução dos negócios e na transformação das empresas.

Rogério Canhoto afirmou que “a tecnologia por si só não é nada” e só é importante “se a aplicarmos a alguma coisa”. Nas empresas, mais do que começar estratégias de transformação digital, é importante perceber o que é, de facto, esta transformação digital. Assim, é preciso perceber as dificuldades, as necessidades e os desafios das organizações e procurar tecnologia para ultrapassar esses mesmos desafios.

Ainda que o ERP tenha começado na área da contabilidade, a verdade é que hoje está em quase todas as áreas. Josep María Raventós afirma que todos os processos podem ser digitalizados e que isso ajuda as organizações.

Para Ana Teresa Ribeiro, esta integração “é essencial. Os contabilistas continuam a ser o maior pivot das integrações das empresas com as suas obrigações – clientes ou Estado – e continuam a ser um excelente exemplo da capacidade de integração e de inovação”, defendeu. “Numa perspetiva de evolução, o passo que falta dar não é tanto a integração, mas sim uma simbiose entre os diferentes sistemas”, diz Ana Teresa Ribeiro.

O representante da PHC Software defendeu que, para começar a utilizar algum tipo de software de gestão, é preciso perceber “as dores”. A adoção deste tipo de software por parte das empresas começa por as organizações perceberem que é necessário resolver um determinado tema e procurarem uma solução que dissipe o problema. Outro fator de adoção é a intenção de uma determinada empresa querer dar um salto tecnológico.

 

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