2025-3-13

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O IT Channel é Media Partner do Tech Business Summit 2025

Tech Business Summit: “A tecnologia é a mesma; não há tecnologias de pequenas e de grandes empresas”

O Europarque recebeu a segunda edição da Tech Business Summit com o objetivo de ajudar a dar literacia digital aos portugueses e “ajudar as empresas a perceber para onde é que a tecnologia está a ir”

Tech Business Summit: “A tecnologia é a mesma; não há tecnologias de pequenas e de grandes empresas”

O Europarque, em Santa Maria da Feira, voltou a receber o Tech Business Summit. O evento – organizado pela Pontual, a Bnext e a Lendarius – é dedicado à literacia digital dos gestores portugueses, particularmente os gestores do norte do país. O IT Channel é Media Partner do Tech Business Summit 2025.

Amadeu Albergaria, Presidente da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, foi o primeiro a subir ao palco do Tech Business Summit e referiu que “desde o início do século XX que criamos riqueza com as diversas atividades que desenvolvemos. É um gosto receber este evento no Europarque. Aqui podem estar empresas que vão apresentar as suas soluções tecnológicas inovadoras, como empresas que querem reforçar a sua posição no mercado e procuram novas formas de atingir o sucesso”.

António Teixeira, CEO da Pontual, foi o segundo a subir ao palco e afirmou que “é um privilégio contar com esta plateia em Santa Maria da Feira”. Depois do “risco” da primeira edição, a Pontual, a Bnext e a Lendarius decidiram avançar com uma nova edição e ligar os fornecedores, parceiros e equipas com os clientes. “É uma oportunidade para nos conhecerem”, refere.

António Teixeira, CEO da Pontual

Respeitamos muito o pequeno empresário”, assevera António Teixeira. “Hoje temos uma presença nacional, com soluções end-to-end para tirar partido das soluções. Hoje, o nosso propósito é dar literacia às organizações e ajudar as empresas a perceber para onde é que a tecnologia está a ir”.

A tecnologia e a informação

Bruno Horta Soares, Digital Transformation & Governance Expert, abordou o tema da transformação digital em Portugal e “como transformar tecnologia em resultados reais”. Para os próximos anos, vamos falar “cada vez menos de tecnologia, utilizando cada vez mais tecnologia nas organizações”.

As empresas precisam de tecnologia, “mas não é esse o fim”. “Estamos aqui para falar de informação e tecnologias; estamos amarrados à tecnologia. O grande problema das organizações não são as tecnologias; o grande problema é que as empresas têm muita dificuldade em fazer crescer o ‘i’, a informação”, explica Bruno Horta Soares.

 

Bruno Horta Soares, Digital Transformation & Governance Expert

Desde os anos 70, recorda Bruno Horta Soares, a tecnologia evoluiu de sistemas de registo complicados para soluções inteligentes que conhecem as preferências dos clientes e conectam os ativos. O que antes parecia um quebra-cabeças de burocracia, hoje, com a ajuda da inovação digital, antecipa as necessidades de cada utilizador. Assim, diz, “o foco passou a ser servir as pessoas e não apenas em automatizar processos”.

Hoje, ao falarmos tanto de inteligência artificial, é porque estamos a falar do tempo da tecnologia”, indica. Até 2027, prevê-se que o orçamento de inteligência artificial nas organizações duplique. No entanto, as promessas tecnológicas só interessem se tiverem resultados reais. “A tecnologia é a mesma; não há tecnologias de pequenas e de grandes empresas”, explica.

Mas há sempre a questão de se vamos trabalhar menos, de se a tecnologia vai substituir o humano. Nunca a tecnologia substituiu diretamente um humano”, afirma, acrescentando, no entanto, que “humanos que trabalham com a tecnologia substituem humanos que não trabalham – alguns que até se recusam a trabalhar – com tecnologia”.

Os “pecados mortais” da transformação digital

Rogério Canhoto, Chief Business Officer da PHC Software, também marcou presença n Tech Business Summit de 2025 e abordou o tema dos “sete pecados mortais da transformação digital”.

Para falar de presente e futuro, temos de falar do passado”, começa por dizer Rogério Canhoto. O Chief Business Officer procurou levar os presentes há 50 anos, a uma máquina fotográfica mais antiga, onde era preciso escolher uma série de parâmetros; “tirar uma fotografia era uma arte”, diz. Há 50 anos, Steven Sasson desenvolveu o primeiro protótipo de câmara fotográfica digital, uma “disrupção do mundo da fotografia”. Sasson, que trabalhava na Kodak, apresentou o protótipo ao CEO da empresa, que, como é sabido, não aproveitou a ideia e a empresa acabou de abrir falência.

Aquilo que acabei de apresentar é darwinismo digital, ou seja, quando a evolução tecnológica e a transformação digital estão a ocorrer a um ritmo mais rápido do que a capacidade das empresas se adaptarem”, explica Rogério Canhoto.

A transformação digital tem sido uma das principais razões para várias empresas – grandes e pequenas – acabem por desaparecer. Há um ritmo acelerado de mudança no mercado que vai continuar a existir e “não temos décadas para nos adaptar; temos anos”.

Ao mesmo tempo, o mundo é cada vez mais digital, com quase seis mil milhões de pessoas conectadas em todo o mundo, ou seja, 68% da população, e 64% da população mundial estão nas redes sociais.

Na era da inteligência artificial há uma guerra pelo talento disponível. Sabendo que a tecnologia de inteligência artificial não é nova, é preciso procurar pessoas e fornecedores que possam ajudar as organizações nesta transformação. Citando um estudo da McKinsey de outubro de 2024, 1,3 milhões dos postos de trabalho vão ter de ser requalificados em Portugal.

Rogério Canhoto, Chief Business Officer da PHC Software

 

São também precisos resultados mais rápidos, sendo que “ser gestor é um pesadelo”, diz. “Perante esta revolução digital, os gestores têm a responsabilidade de não ficarem para trás e fazerem a diferença”, afirma.

Para Rogério Canhoto, um dos pecados da transformação digital é a “soberba digital” em que há gestores que ignoram as tendências, mas acham que sabem muito sobre o digital, mostrando falta de flexibilidade para fazer a diferença.

Outro dos “pecados mortais” da transformação digital é a “gula tecnológica”. Alguns gestores gostam da tecnologia pela tecnologia; “é interessante, mas por si só não vale para nada”, até porque 67% das empresas não têm uma estratégia digital clara.

O terceiro “pecado” é a “preguiça do cliente” porque “se o utilizador não entender, não vai usar as ferramentas tecnológicas que estão a ser implementadas”. Para os utilizadores, não pode haver fricção. “Se houver fricção, há insatisfação. 86% dos utilizadores pagariam mais por uma experiência digital melhor”, afirma.

Outro dos “pecados mortais” apontado por Rogério Canhoto é “a avareza da transformação”, porque há organizações que só querem fazer algo “porque os outros fazem”, idealmente sem gastar muito dinheiro. “A tecnologia e os serviços associados à tecnologia estão a ficar mais caros; há poucos recursos e as versões gratuitas estão a aprender com o utilizador”. Assim, a tecnologia “tem de acrescentar algo ao cliente e fazer mudanças superficiais”.

O quinto “pecado mortal” é a “inveja da insegurança”: “quanto mais presentes estamos no digital, mais vulneráveis nós estamos”. A tecnologia e a transformação digital vão melhorar as operações, mas também vai deixar as empresas mais expostas; assim, “proteger os dados fundamentais” é uma necessidade de todas as organizações, até porque os ciberataques aumentaram cerca de 300% nos últimos anos.

A “ira da estagnação” é outro dos “pecados mortais”. Rogério Canhoto diz que “ninguém gosta de ficar obsoleto” e que “não há muito tempo para ficar parado”. Assim, acrescenta, “não inovar é meio caminho andado para ser irrelevante”.

O último destes “pecados mortais” é “a vaidade da liderança” porque “vivemos na nossa própria bolha e queremos que tudo corra bem”. O Chief Business Officer indica que há muitos líderes “resistentes à mudança”. Mas há outros líderes “que têm falta de compromisso com a transformação digital das organizações. Quando um líder está comprometido, passa uma mensagem para as suas equipas”.

A transformação digital é uma never ending story. Estamos constantemente num ciclo de transformação e transformação… mas o tema é que o tempo não espera por ninguém. É preciso fazer mais e melhor na área do digital”, conclui Rogério Canhoto.

 

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