2020-4-02
Estudo IDC - Devido ao Coronavírus, o Digital e as IT assumem um papel fundamental na capacidade das organizações darem continuidade ao seu negócio, assim como na perspetiva de evolução da economia e sociedade
Mais de cinco centenas de empresas contribuíram para a base de amostra do estudo da IDC Portugal sobre o impacto do Covid 19 no setor do IT em Portugal
A IDC Portugal realizou o webinar "Digital and IT Implications: impact and what's next for Portugal" com o objetivo de discutir o impacto do COVID-19 na atividade das organizações nacionais, assim como identificar as iniciativas que estas organizações têm vindo a adotar para superar e sair desta crise ainda mais fortes. Foram mais de mil aqueles que participaram nesta conferência digital e que ouviram a perspetiva de analistas e consultores da IDC e de líderes de algumas das principais organizações nacionais. André de Aragão Azevedo, Secretário de Estado para a Transição Digital deu início a este webinar, defendendo que “esta crise, não é apenas só mais uma crise”. Como é que o digital pode ser utilizado na resposta a esta pandemia e como a combater, e simultaneamente manter o ecossistema de produção e a economia do país a funcionar numa lógica de sobrevivência atual e na preparação do quadro económico pós-pandemia é, para o Secretário de Estado, o grande desafio da época que vivemos. O Governo, assim como um conjunto de entidades, como é o exemplo de serviços públicos, empresas tecnológicas, operadores de telecomunicações, associações voluntárias, criaram um gabinete de resposta digital ao COVID-19 onde se recorreu a medidas de base digital e ao envolvimento destes agentes públicos e privados de maneira a dar uma resposta integrada a quem procura este serviço. Vanda Soeiro, Consulting Manager da IDC Portugal, Timoteo Figueiró, Research Manager também da IDC Portugal, e Jorge Costa Reis, Associated Partner IDC Consulting & Partner da Zertive, fizeram parte do painel IDC Analysts & Consultants onde se partilhou o resultado do estudo que a IDC, tanto a nível europeu como nacional, tem vindo a levar a cabo nos últimos dias relativamente ao impacto do COVID-19. Vanda Soeiro apresentou a análise que a IDC tem feito a nível europeu sobre o impacto desta pandemia na economia. Até à apresentação do estudo, no dia 2 de abril, o panorama mais provável é de um decréscimo do PIB europeu, onde se pode observar uma variação de -4.7% em 2020 em comparação ao ano de 2019, devido à redução da procura, bem como ao clima de incerteza. A analista acredita que o mercado assistirá a uma redução dos funcionários, quer efetivos ou não, e de trabalhadores por conta própria e salienta que “a recuperação só se fará sentir em meados do próximo ano”. O investimento em tecnologias de informação segue a mesma tendência pois as empresas vão ter de rever os seus orçamentos de IT ainda este ano. Por outro lado, haverá uma forte aposta em serviços cloud e em ferramentas de colaboração para trabalho remoto. Os setores de distribuição e retalho vão ser os mais afetados nesta fase; os gastos em TIC vão desacelerar devido aos atrasos nas cadeias de abastecimento asiáticos, à diminuição da procura, bem como devido às restrições de viagens e reuniões presenciais. “Dar continuidade ao negócio, utilizando os caminhos digitais, assegurar a ligação com o cliente, planear medidas de contingência e identificar os elos fracos no ecossistema de Parceiros” são alguns dos princípios básicos que Vanda Soeiro acredita que as empresas devem seguir para ultrapassarem esta fase. |
Impacto em PortugalAreas do orçamento IT que foram reforçadas para fazer face ao Covid 19 Timoteo Figueiró, explica que, por enquanto, apenas 8% das empresas a nível nacional afirmam não ter sofrido qualquer tipo de impacto nas suas operações. A maiorias das organizações acredita conseguir desempenhar funções com um nível mais reduzido e só 20% das organizações viram as suas funções seriamente comprometidas devido a esta pandemia. Assim sendo, a grande preocupação das organizações neste momento é o impacto nas receitas e no seu relacionamento com clientes e colaboradores. Para Timoteo Figueiró, “nem todas as organizações estão preparadas para esta pandemia e grande parte das organizações vão ser obrigadas a rever as suas prioridades de negócio”. Outra das grandes preocupações das organizações continua a ser o facto de esta crise ter o potencial de se tornar numa recessão global e, pior ainda, numa depressão profunda da economia. Jorge Costa Reis defende que esta situação veio mudar a forma como as organizações olham para o trabalho, visto que vão começar a antecipar o futuro com base em big data e ferramentas analíticas. O COVID-19 veio acelerar o processo de digital worker, tornando os trabalhadores mais produtivos, bem como a definição de workplace. As organizações mais bem-sucedidas vão ser aquelas que aproveitam o atual contexto e conseguem levar esta mudança mais além e tirar partido dela, através de novos modelos de negócio ou da marca e aspetos reputacionais, tomando assim medidas que aumentem a receita das organizações. Pode fazer aqui o download completo do estudo IDC Covid 19
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