Rui Damião em 2023-4-13
A Microsoft Portugal realizou um evento dedicado à inteligência artificial e aos seus produtos potenciados por esta tecnologia já disponíveis através da plataforma Azure
Manuel Dias, National Technology Officer da Microsoft Portugal, durante o evento Azure Open AI
A Microsoft Portugal realizou esta quinta-feira, 13 de abril, o evento Azure Open AI nas suas instalações em Lisboa. Com um auditório cheio, os clientes, Parceiros e jornalistas ouviram os representantes da tecnológica abordar o tema da Inteligência Artificial (IA) e como a Microsoft está a implementar a tecnologia nos seus produtos. Joana Santos, Azure Business Group Director da Microsoft Portugal, começou por partilhar que, de acordo com a Universidade de Stanford, os investimentos privados em IA duplicaram no espaço de um ano e que, segundo a McKinsey, a investigação em transparência e equidade da inteligência artificial aumentou cinco vezes desde 2014. Ao mesmo tempo, 50% das organizações já adotaram soluções de IA em, pelo menos, uma área de negócio. Na Microsoft, existe um investimento em três áreas: investigação e tecnologia, Parcerias estratégicas e inteligência artificial responsável. No caso das Parcerias estratégicas, a mais conhecida é, possivelmente, a que foi criada com a OpenAI, criadora do ChatGPT, onde a Microsoft apoiou a OpenAI com a infraestrutura necessária. Ao mesmo tempo, a Microsoft conta com Parcerias com a Nvidia, com o objetivo de construir um computador dedicado a inteligência artificial na cloud, e com a Meta – antiga Facebook – que selecionou o Azure como fornecedor de cloud estratégica para inovações avançadas em IA. Ao falar de inteligência artificial é necessário falar, também, da responsabilidade. A Microsoft segue seis linhas orientadoras para a criação de uma nova solução de IA: privacidade e segurança; inclusividade; transparência; equidade; responsabilidade; e confiabilidade. Ao mesmo tempo, a Microsoft publicou linhas orientadoras – disponíveis para todos – que funcionam como normas na altura de criar um produto de inteligência artificial. Mas, na Microsoft, a IA vai para lá do Azure Open AI. Partilha Joana Santos que a tecnológica conta com modelos de linguagem pré-treinados e permite juntar o que foi desenvolvido pela OpenAI a outros serviços de inteligência artificial Azure. O objetivo é simples: ter IA em todo o Azure e em todos os produtos Microsoft, como o Teams Premium, Bing ou Xbox, entre outros. Escala leva a capacidades emergentesManuel Dias, National Technology Officer da Microsoft Portugal, relembrou, durante o mesmo evento, que estamos a viver uma transição tecnológica onde é necessário reimaginar a interação entre humanos e máquinas. A IA generativa é o próximo passo da inteligência artificial onde, depois de receber o prompt e com base nos dados existentes, a máquina cria conteúdo escrito, visual ou áudio. No entanto, o GPT-3, lançado em 2020, conta com 175 mil milhões de parâmetros, ainda muito baixo daquilo que o cérebro humano pode fazer. Manuel Dias deu como exemplo a Parceria entre a Nvidia e a Microsoft, no Megatron-Turing, que já conta com 530 mil milhões de parâmetros. Ainda assim, o GPT-4 – lançado este ano – está na linha da frente, contando com um bilião de parâmetros. Os modelos exibem comportamento emergente e, à medida que o tamanho do modelo aumenta, os recursos também aumentam, mesmo quando esses recursos não foram explicitamente implementados. Se a Parceira entre a Microsoft e a OpenAI estabelecida em 2019 é uma das faces da aposta em inteligência artificial, esta não é a única que a tecnológica norte-americana tem para apresentar. Com o objetivo de facilitar e democratizar o acesso à IA, a aposta, neste momento, passa por quatro áreas: o GPT, o Codex – para código –, o Dall-E – que cria imagens – e o ChatGPT – GPT-3 otimizado para conversação. Os resultados destas várias Parcerias estão presentes nos produtos da Microsoft, principalmente através do Azure. Implementada na sua subscrição, os dados criados são seguros pelo utilizador, acedido apenas pelo utilizador e ligado aos datasets e aplicações do próprio utilizador. Ao mesmo tempo, estes grandes modelos de inteligência artificial são pré-treinados para desbloquear novos cenários e os modelos de IA personalizados podem ser sempre afinados. |