2018-6-25
O aviso, “Mais tarde, ou mais cedo, os vossos clientes vão ser atacados”, não era passível de deixar ninguém indiferente na sala de hotel, em Azeitão, onde, no passado dia 22 de junho, a empresa de cibersegurança Kaspersky Lab reuniu os seus Parceiros de Canal
Fernando Simões, corporate account manager na Kaspersky Lab
Se há 20 anos a Kaspersky Lab detetava uma ameaça a cada hora, hoje contabiliza 12.500. “E já não é o típico vírus, o cibercrime é um negócio e move-se por dinheiro”, sublinhou Sergio Bravo. O head of Channel Iberia lembrou que neste “universo empresarial único”, em tempos de conetividade total, há “múltiplos pontos de entrada para as novas ameaças”. Um inocente e-mail é quanto basta para arruinar uma empresa. E desenganem-se, alertou Sergio Bravo, os que julgam que só as grandes empresas são alvo da ameaça. “O WannaCry está aí para o desmentir, todas as PME são um alvo potencial” – e micros, pequenas e médias empresas são, precisamente, o retrato do tecido empresarial português. Poder, simplesmente, com o botão direito do rato, sentenciar as novas e crescentes ameaças com um ‘kill’ é o que as empresas devem perseguir, sublinhou o responsável. No fundo, trata-se de as empresas substituirem “o cenário de há 30 anos pela proatividade”, sintetizou Fernando Simões. “Ando nisto há 30 anos e o que vejo é que mantiveram o mesmo modelo de segurança: tenho a internet, o meu router de acesso e as duas linhas de segurança (que é o que dizem as boas práticas)”, relata o corporate account manager Kaspersky em Portugal. Ou seja, as empresas não consideraram o novo paradigma que diz que a nova gateway é o endpoint (cujo espetro inclui smartphones, portáteis, tablets, PCs, servidores, ATMs, virtualização). Recordando os ataques do WannaCry, Fernando Simões afirmou que, em vez de se desligarem cabos, é preciso “evitar ser infetado, chegar ao cenário e matar a ameaça”. O corporate account manager, aproveitou, ainda, este fórum, para informar os Parceiros de Canal sobre a transferência do data center da Kaspersky Lab para a Suíça. Respondendo à polémica de alguns países associarem a Kaspersky Lab ao governo russo, o responsável garantiu aos Parceiros que este será um “centro de transparência”, “em território neutro e disponível a todos os governos”.
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