2019-1-14
A edição deste ano do CES foi marcada por uma grande variedade de demonstrações a ilustrar o potencial da próxima geração de conetividade, denotando o forte investimento dos fabricantes nesta área
O potencial impacto do 5G abrange quase todas as áreas da tecnologia, desde o simples streaming à viabilização de aplicações IoT. Não é esperado que venha a substituir o 4G antes de 2020 – seja nos EUA ou em Portugal –, mas existe já um forte investimento na área, como ficou claro na edição deste ano do CES, que contou com uma grande variedade de fabricantes a partilharem os seus planos para um mundo com 5G. A operadora americana Verizon demonstrou a alta velocidade de transferência de dados potenciada pelo 5G, bem com aplicações em realidade aumentada aplicada às cirurgias e experiências de realidade virtual. "O 5G promete ir muito além do que qualquer tecnologia wireless até agora", referiu Hans Vestberg, CEO. O ano passado, a Verizon levou a várias cidades nos Estados Unidos conetividade 5G fixa com um router que converte um sinal de 5G em Wi-Fi para aplicações domésticas. Naturalmente, esta tecnologia ainda não tem aplicações mobile visto não existirem ainda dispositivos móveis equipados para 5G, mas vem demonstrar o salto evolutivo da velocidade e banda-larga em comparação com o 4G, que virá a potenciar aplicações limitadas por requisitos de conetividade, como a Internet of Things. Nesta área destacou-se a Samsung, cuja exposição se focou fortemente na IoT e inteligência artificial, demonstrando como estas duas tecnologias podem ser conjugadas num veículo conetado. Já a Intel focou-se no gaming, demonstrando o potencial do 5G para melhorar os gráficos dos videojogos em laptop. Estiveram também em exposição vários protótipos de dispositivos móveis com conetividade 5G, entre os quais um smartphone da Samsung, as ser comercializado nos EUA ainda este ano, e vários dispositivos da Qualcomm. Estes últimos foram concebidos para o mercado chinês, que envolve requisitos de rede específicos, mas a marca está também envolvida no desenvolvimento daquele que poderá ser o primeiro smartphone 5G comercializado em Portugal, fornecendo os chipsets para o modelo da Vodafone. A exposição da Qualcomm, dedicada em grande parte ao potencial do 5G, incluiu também aplicações de realidade virtual, das quais o streaming sem latência de um video através uma rede 5G. “O 5G é para nós o maior passo até à data”, refere Pete Lancia, VP de Marketing da Qualcomm. “O 3G trouxe-nos a internet móvel, o 4G viabilizou o sucesso de empresas mobile-only como a Uber e o Snapchat. Dizer que o 5G terá um maior impacto que isso é muito significativo". O potencial do 5G é por enquanto apenas isso – potencial. Contudo, ficou evidente durante o CES 2019 que já existe um largo espetro de aplicações prontas a entrar em jogo logo que as bases legislativas e de infraestrutura o permitam. |