Apesar de não ter demonstrado nenhum veículo no CES, a Ford marcou o primeiro do certame ao refletir, durante a sua apresentação, sobre a forma como os automóveis, no futuro, irão recolher informação para se adaptarem às condições da estrada ou para encontrar estacionamento. Mark Fields, CEO da empresa, anunciou durante a sua apresentação o novo plano Smart Mobility, que promete resolver os atuais desafios de transporte à escala global. O objetivo é alavancar a conectividade atual, juntamente com mobilidade e big data, para levar a cabo 25 experiências em todo o mundo. Através de software e hardware open source, os developers poderão criar soluções que ajudarão a Ford a melhorar a experiência do utilizador. A empresa também anunciou planos para desenvolver a próxima geração de carros plenamente autónomos, estando a testar o Fusion Hybrid, uma automóvel autónomo que utiliza a tecnologia da carros semi autónomos da Ford e que inclui sensores para percecionar objetos e algoritmos avançados que ajudem a identificar tráfego automóvel e pedestre. “A nossa prioridade é produzir o primeiro automóvel Ford autónomo e torná-lo acessível às massas, melhorando verdadeiramente a vida dos consumidores”.
Mas outros fabricantes de peso levaram a Las Vegas as suas inovações, caso da BMW, que começou por demonstrar um tablet Samsung (customizado pelo fabricante sul coreano para a marca) integrado com o sistema do automóvel - o “Touch Command”. Este tem ainda uma dock no banco traseiro que permite aos passageiros utilizarem o tablet para mudar as estações de rádio, ajustar os assentos e a climatização, por exemplo. A má notícia é que só deverá surgir no mercado nos próximos dois anos.
O fabricante bávaro deu ainda a conhecer a nova geração do iDrive, sistema que suporta touchscreen e controlo por gestos, recorrendo a uma câmara montada no tejadilho para reconhecer os movimentos realizados pela mão direita do condutor. E os gestos podem ser programáveis – um movimento circular pode aumentar ou baixar o volume, um afastamento com a mão pode rejeitar uma chamada.
Trata-se de um sistema similar a um já demonstrado pela Volkswagen, no Golf R Touch, e parece que esta será uma tendência nas interfaces dos automóveis nos próximos anos. A Volkswagen anunciou, aliás, que irá lançar na Europa automóveis com a plataforma Android Auto e CarPlay, integrados na sua plataforma de bordo MIB II.
Ferrari, Mercedes e Volvo já adoptaram o CarPlay, enquanto a Audi prometeu fazê-lo no final do ano.
A Audi levou o A7, ou melhor, o A7 transportou-se a si próprio (já que é self driving) de São Francisco até Las Vegas, e desta vez (ao contrário do que havia acontecido o ano passado), não houve falhas técnicas. Na sua conferência de imprensa, o fabricante deixou antever um pouco do futuro quando chamou o A7 ao palco com um smartwatch. Isto antes de dar a conhecer o novo Q7, com Android Auto e Audi Tablet para controlo do interior do carro.
Mas foi a Mercedes a marca que mais impressionou o público do CES, com o seu ultra futurístico F015, que também dispensa condutor. O design em forma de bala grita “luxo”, as cadeiras giram a 360º para criar um ambiente de lounge no interior e também é inteiramente controlado por gestos - botões e maçanetas são instrumentos do passado... |