Rui Damião em 2020-11-18
O Canalys Channel EMEA Forum teve lugar no início de outubro e, para além dos analistas da Canalys – que pode ler na edição 71 do IT Channel – também houve espaço para várias empresas apresentarem as suas ofertas ao Canal
A Hewlett Packard Enterprise e a Dell Technologies foram duas dessas empresas que tomaram um palco virtual da Canalys para falar diretamente aos Parceiros europeus. Para além disso, a Lenovo e a VMware realizaram mesas redondas com os jornalistas, onde o IT Channel marcou presença, para abordar alguns dos temas mais importantes para os Parceiros. HPE – “Na próxima onda de transformação digital, vamos mudar de cloud-first para cloudeverywhereNo seu keynote inicial, Antonio Neri, Presidente e CEO da Hewlett Packard Enterprise (HPE), começou por relembrar que a HPE foi a primeira e grande empresa a adotar dois tiers de distribuição há mais de 30 anos e, passado todo este tempo, continua a ser “partner-first”. Neri abordou aquela que deverá ser a estratégia no ‘novo normal’. “Há três anos, previmos que os negócios empresariais seriam edge-centric, cloud-enabled e data-driven. Hoje, isto já não é uma previsão; é uma realidade. Navegar entre uma pandemia e planear para um mundo pós-COVID aumentou as necessidades dos clientes por ofertas as-a-Service, conexão segura, capacidades de trabalho remoto e analítica para retirar insights dos dados”, explica o Presidente e CEO da HPE. “O foco no futuro é crítico”, acredita Antonio Neri. Neste sentido, o foco da HPE é construir uma plataforma edge-to-cloud que conecta, protege e analisa todos os dados e traz agilidade aos negócios. “Estas capacidades serão únicas para os clientes e para as suas estratégias e indústria”, indica, acrescentando que a plataforma edge-to-cloud vai “permitir mover os dados e serviço para a cloud sem constrangimentos”. “Na próxima onda de transformação digital, acredito que vamos mudar de uma abordagem cloud-first para uma abordagem cloud-everywhere”, refere o CEO, acrescentando que, à medida que há uma mudança de abordagens centralizadas e fechadas em grandes data centers, o futuro passa por pequenos data centers em todo o lado, descentralizados e distribuídos. “Os clientes estão a procurar alimentar um novo tipo de aplicações e workloads que trabalham com a cloud, mas que analisam e processam dados no edge. Para permitir estas necessidades dos clientes, introduzimos a plataforma Aruba Edge, desenhada para unificar, automatizar e tornar seguro o edge”, explica Neri. Com esta solução, os clientes serão capazes de criar analítica onde os dados são criados, o que significa que os clientes podem abrir e criar experiências. Dell Technologies – “Este ano foi a confirmação de que aquilo que fazemos importa” “O nosso mundo mudou em março e, no início, até gostei do tempo em família”, começa por dizer Anwar Dahab, Senior Vice-President, Channel EMEA na Dell Technologies, que acrescenta que, agora, “a novidade já passou e todos temos de nos adaptar e refletir”. Nesta reflexão, Dahab relembra que há um sentimento de gratidão; para além do lado pessoal, há uma gratidão de trabalhar em IT. “Este ano foi a confirmação de que aquilo que fazemos importa”. O IT, e o Canal de Parceiros, entregaram produtos e soluções necessárias para que as empresas continuassem a funcionar. “Um outro ponto que me deixa grato é trabalhar com os nossos Parceiros”, reflete Anwar Dahab. “O nível de compromisso, dedicação, trabalho, boa criatividade e tenacidade que vi dos nossos Parceiros foi impressionante. Serviram os nossos clientes e as suas necessidades”. “Partilhar ideias e as melhores práticas nunca foi tão importante”, acredita o responsável, explicando que é preciso os Parceiros se alinharem para melhor servir as necessidades dos seus clientes. “A conexão passou por ouvir e adaptarmos as nossas prioridades às necessidades dos Parceiros”. Mas, depois de uma pandemia, é preciso voltar. “Para mim, isto é uma maratona”, explica o Senior Vice-President, Channel EMEA, acrescentando que “isto vai continuar, este é o nosso novo normal”. “Precisamos de nos adaptar em duas áreas: do lado profissional e do lado pessoal. Do lado profissional, é preciso fazer bem e muitas das soluções para trabalhar a partir de casa que desenvolvemos com os nossos Parceiros estão aqui para ficar e precisamos de construir novos skillsets e novas competências para permitir, no front-end e no back-end, este novo mundo. Mas também é preciso adaptar de um lado mais pessoal; customer acquisition, estratégias digitais de mercado, reinventar a maneira como interagimos, somos informados, construímos relações neste novo mundo e este evento é uma grande manifestação para isso”. Lenovo – “Os Parceiros estão no coração do nosso ecossistema”Numa mesa redonda com os jornalistas, onde o IT Channel marcou presença, Fiona O’Brien, EMEA Chief Channel Officer da Lenovo, referiu que o objetivo da Lenovo é, durante este período que estamos a viver, continuar a apoiar os seus Parceiros. “Nesta organização, apesar de todas as dinâmicas estranhas que existem no mercado e todos os constrangimentos da indústria, é muito claro que a procura pelos produtos é alta e que temos de nos adaptar muito rapidamente para ter a certeza que vamos ao encontro dessa procura e que conseguimos permitir a nova maneira de trabalhar”, refere Fiona O’Brien, que acrescenta que é muito importante para a empresa apoiar a nova forma de trabalhar e de estudar das pessoas à volta do mundo. Na “perspetiva de Canal”, O’Brien reforça a mensagem de que “os Parceiros estão no coração do nosso ecossistema” e que a Lenovo vai continuar a trabalhar e a colaborar com o seu Canal para assegurar que tanto a Lenovo como os seus Parceiros têm sucesso “ao trazer novas tecnologias a todos os utilizadores, desde grandes empresas até utilizadores individuais”. “Temos vindo a dizer – e continuamos – que a transformação para os serviços é muito importante; vemos a migração de cada vez mais atividades para serviços de subscrição”, indica Fiona O’Brien. No entanto, apesar desta migração, a Lenovo ainda não vê o Device-as-a-Service como uma grande fonte de receita atual, mas algo que está a acontecer. “Talvez [as ofertas de Devices-as-a-Service] tenham acelerado um pouco por causa da atual situação do mercado”, acrescenta. Em resposta ao IT Channel, a EMEA Chief Channel Officer da Lenovo explica que a empresa tem trabalho para entregar uma série de serviços e de entregar produtos numa base as-a-Service e, em particular, em construir uma plataforma que permita o envolvimento e a integração dos Parceiros no ecossistema. “Já lá estamos? Honestamente, não, não acredito; ainda não fizemos o suficiente, mas estamos a trabalhar com um forte apoio das nossas equipas e dos nossos Parceiros que estão no mercado”, acrescenta, desvendando, também, que a empresa irá lançar pacotes de produtos as-a-Service para PME nos próximos meses. “Vão ver muito mais atividade”. VMware – “Construímos soluções em cojunto com os Parceiros para dar acesso fácil e rápido aos clientes”Numa outra mesa redonda, onde o IT Channel também marcou presença, Jean Philippe Barleaza, EMEA VP Channel, Alliances and General Business na VMware, refere que, apesar dos constrangimentos que todo o mundo vive, continua a existir oportunidades tanto para a VMware, como para os seus Parceiros. “Sempre fomos uma empresa Partner-centric”, relembra Barleaza, e acrescenta que a pandemia traz uma oportunidade de inovação tecnológica. “A pandemia criou um mundo imprevisível para as organizações; há novos desafios”. O e-Commerce, por exemplo, sofreu uma aceleração e um crescimento de dez anos durante os meses da pandemia. “Os clientes precisam de consumir tecnologia de várias maneiras diferentes. Ter um conselheiro profissional e serviços geridos são, na verdade, um ponto chave onde os Parceiros se podem apoiar”, indica. A VMware tem como objetivo apoiar os clientes a aceder a qualquer aplicação a partir de qualquer lugar. Esta foi a preocupação durante os primeiros meses da pandemia e a VMware, em conjunto com os Parceiros, “construímos soluções de business continuity para dar um acesso fácil e rápido aos clientes”. Com base na opinião dos Parceiros, Barleaza partilha que “business continuity está a evoluir para resiliência operacional, ou seja, não é apenas dar acesso aos utilizadores, segurança embebida, mas é continuar a construir uma digital foundation para que os nossos clientes possam, em última análise, conseguir entregar novos produtos e serviços para serem relevantes no espaço digital”. “Temos uma incrível oportunidade para, em conjunto, trabalhar com os clientes para toda a vida. Vivemos num mundo em constante mudança e vamos continuar a mudar. Não devemos inventar um novo mundo porque a mudança é a norma. Essa capacidade para continuar a suportar os clientes, acompanhá-los ao longo da jornada e suportar o seu objetivo final, é um objetivo para nós e para os nossos Parceiros”, diz Jean Philippe Barleaza, acrescentando, ainda, que “o IT já não tem uma função de suporte; tem uma função de negócio e isso abre novas oportunidades para os nossos Parceiros”. |