2023-1-25

VENUE

Building the Future 2023

Building the Future 2023: A atualidade na construção do futuro

Nos dias 25 e 26 de janeiro, no Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, a Microsoft Portugal promove pelo quinto ano consecutivo um dos maiores eventos de transformação digital em Portugal

Building the Future 2023: A atualidade na construção do futuro

Pelo quinto ano consecutivo, a Microsoft Portugal organiza o Building the Future, um dos maiores eventos portugueses de transformação digital. Nos dias 25 e 26 de janeiro, no Pavilhão Carlos Lopes, no coração de Lisboa, a Microsoft desafia à reflexão sobre o impacto da atualidade na construção do futuro, através da tecnologia e transformação digital. 

Em declarações, Abel Aguiar, Diretor Executivo para Canal e Parceiros da Microsoft Portugal, diz que “a principal inovação é o evento se ter vindo a ajustar às condições vividas e, depois de dois anos com sessões só online, voltar com uma edição presencial, como nas duas primeiras, foi claramente diferenciador”. Acrescenta, ainda, que houve ajustes de agenda e temáticas”, devido ao “feedback das pessoas que foram passando pelas edições e dos próprios parceiros e clientes que constroem o Building the Future”.

Building the Future da saúde

A começar as sessões da tarde, subiu a palco o painel dedicado ao tema “how AI is accelerating healthcare”, que juntou Miguel António Dias Neves, Investigador Assistente no Laboratório Molecular e Analítico da Faculdade de Medicina e Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) da Universidade do Porto, e Sofia Couto da Rocha, líder de inovação e transformação digital como Chief Transformation Officer & Head of the Virtual Client da Lusíadas Saúde.

De acordo com Miguel Neves, a investigação, neste momento, foca-se em tecnologias de biossensorização, tendo em vista prever o estado de saúde do paciente. “Este trabalho só é possível com Inteligência Artificial” (IA), nomeadamente, “devido à grande quantidade de dados que temos”.

A responsável da Lusíadas Saúde concorda, referindo que a IA criou um “momento de rutura”. “A ciência evoluiu para se perceber que há muitos parâmetros a serem avaliados. Essa capacidade só é possível através da IA, nós teríamos de ser superhumanos”, reitera.

Contudo, acredita que é preciso de perceber como os algoritmos funcionam numa espécie de “perspetiva do utilizador”, e “isso vai permitir expandir a capacidade da tecnologia”, que apoia de forma crescente a decisão, consoante as necessidades. “Já temos muitas ferramentas digitais que conseguem traduzir os temas para uma linguagem mais fácil”, amiga do cidadão, explica Sofia Couto da Rocha. 

Ambos os conferencistas concordam que apesar de haver uma vontade de trazer a tecnologia para a saúde, há uma simultânea resistência. “Enquanto as pessoas que trabalham em saúde são ávidas por soluções novas para problemas antigos, em saúde não podemos testar as tecnologias no acompanhamento do paciente, porque nenhum profissional quer correr o risco de haver um erro”, reflete a representante da Lusíadas Saúde. 

O investigador, que afirma que o objetivo da investigação é alcançar o “tratamento personalizado, adequado ao paciente e à sua situação”, confirma a resistência, essencialmente formada devido à necessidade de provar que a tecnologia funciona e de “tirar as dúvidas de pessoas que já trabalham nisto há muitos anos”. Sofia Couto da Rocha conclui o tema, afirmando que “o tema não é tecnologia”, mas a “estrutura e estratégia dos dados. A partir daí, a tecnologia apoia”. 

Numa mensagem de esperança final, o investigador diz que “fomos tendo estas tecnologias disponíveis para prolongar as nossas vidas e facilitar o trabalho do profissional. Acho que nos próximos dez anos já vamos ter ultrapassado estas barreiras, com os custos de saúde a diminuírem também”. 

Já a responsável da Lusíadas Saúde assevera que, “se olharmos para os últimos dez anos e fizermos um estudo comparativo, vamos perceber que não há uma curva linear, está a subir de forma abrupta. Desta forma, os nosso problemas vão ter soluções muito mais rápidas. Se tivermos a capacidade de perceber que tudo é transitório e que estamos a evoluir, temos de estar abertos a essa mudança e fazer parte dela. Temos de ser críticos, mas também de agradecer o que está a acontecer. Acredito que seja a melhor altura na história para se estar vivo”, conclui.

Building the Future da Internet 

Sob o mote “Future of the Internet”, Diogo Mónica, Co-fundador e presidente da Anchorage Digital, subiu a palco. Segundo o responsável, este futuro divide-se em três categorias: a balcanização da internet, termo denominado “splinternet”, brincando com a possibilidade de uma futura “TugaNet”; o controlo governamental da verdade, em parte aliado ao combate à desinformação online; e um sistema de crédito social centralizado, que pretende melhorar a eficiência e justiça dos serviços sociais. De acordo com Diogo Mónica, o cenário poderá não ser muito positivo.

O orador afirma que as três tendências já estão a acontecer em várias economias mundiais e acredita que se vão expandir nos próximos anos, com um futuro marcado por um ambiente cibernético mais “seguro e controlado” para os cidadãos acederem à Internet. 

Building the Future dos governos

Em direto da Estónia, Siim Sikkut, Managing Partner da Digital Nation, lançou o tema “Digital Future of Governments”. No meio de tempos turbulentos, o responsável procurou refletir sobre como a administração pública pode fazer muito com poucos recursos. “O digital é crucial  para os governos, não apenas para a burocracia, mas para fornecer serviços, como em educação ou saúde, aos cidadãos de forma eficaz e generalizada”, disse. 

Todavia, tem de estar disponível “não apenas para o que as pessoas têm de fazer, mas para o que querem fazer”, seja viajar ou até mesmo votar, por exemplo. Assim, a utilização da tecnologia tem o poder de potencializar o governo, especialmente através da IA.

O responsável acredita que os serviços deverão ser construídos com resiliência, com gestão de risco mais transparente, e com novas formas de gerar valor, mantendo-se forte e resiliente. Refelte, ainda, sobre a importância de manter uma mentalidade de experimentação de coisas novas, porque o futuro dos governos “não é acerca de tecnologia, é acerca de mudança”.

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