2023-10-13
O Canal tem-se mostrado resiliente, apesar do panorama macroeconómico. O futuro passa por direcionar as suas ofertas de serviços, sem perder de vista os possíveis desafios levantados por parte dos clientes. Em Portugal, as áreas de platform-as-a-Service e de infrastructure-as-a-Service serão aquelas com maiores oportunidades de crescimento
Anabela Correia, Chief Costumer Officer ALSO Portugal, e Tanja Stetter, Senior Market Analyst do ALSO Group no palco do ALSO CTV
‘Leading the Way’ foi a inspiração da ALSO Portugal para o evento Channel Trends+Visions 2023, o primeiro evento do grupo em Portugal que decorreu esta sexta-feira, na Quinta dos Barões, em Vila Nova de Gaia. Anabela Correia, Chief Costumer Officer ALSO Portugal, subiu a palco com Tanja Stetter, Senior Market Analyst do ALSO Group e especialista de Canal para uma análise às tendências e desafios do Canal. Após a pandemia da COVID-19, Tanja Stetter sublinha que vivemos numa “era de poli-crises”, com parte das organizações europeias preocupadas com uma eventual recessão. Apesar de 2022 ter sido um ano de crescimento, com os IT reseller a reportarem bons resultados ao nível financeiro, Tanja destaca três fatores impactantes para o mercado, entre eles a inflação, as questões ao nível de supply chain, agravada numa era pós-COVID com a invasão russa da Ucrânia e a escassez de talento. Apesar da volatilidade e da incerteza marcarem a nova realidade, o Canal tem-se mostrado resiliente, mesmo com o panorama mais imprevisível ao nível de supply chain. Em 2023, os gastos europeus em TIC deverão alcançar os 1,1 biliões de euros, com um crescimento liderado pelos países escandinavos e pelo Reino Unido. Desta perspetiva, os investimentos tecnológicos podem também eles providenciar soluções para os mais diversos desafios, principalmente neste panorama macroeconómico. A área de software será o segmento de mercado com o maior crescimento; por outro lado, as soluções cloud irão impulsionar o mercado. De acordo com dados da IDC, são esperados gastos em TIC por parte das indústrias comerciais europeias na ordem dos 825 mil milhões de euros em 2023. As empresas serão forçadas a investimentos, reforça Anabela Correia, em grande parte provocados pelo aumento do custo de mão de obra, pela necessidade de uma maior eficiência e pela necessidade de uma atualização ao nível tecnológico, com maior automação, liderada por tecnologias como o IoT e a inteligência artificial que permite, também, soluções mais personalizadas para os clientes. A escassez de talento, reforça a Chief Costumer Officer ALSO Portugal, vai obrigar inclusivamente as empresas a “reequacionar a sua organização atual”. Uma visão do mercado portuguêsPortugal está alinhado com o mercado europeu no que às TIC diz respeito. Em 2023, a previsão de gastos em TIC é de 9,5 mil milhões de euros, com um crescimento essencial ao nível das soluções cloud. As áreas de platform-as-a-Service (PaaS) e de infrastructure-as-a-Service (IaaS) serão as áreas de oportunidade de crescimento, com uma perspetiva de 16 mil milhões de euros de gastos em IT em 2026. Qual o próximo passo para o Canal?Tanja Stetter destacou três pontos essenciais que influenciam o desempenho ao nível do Canal, entre eles: Fornecimento de infraestrutura de hardware: previsão de aumento de entrega; Alterações no mix de produtos: diminuição ao nível dos devices, mas crescimento ao nível das redes e edge infrastructure, cloud, software e serviços; Aceleração de serviços: os serviços são capazes de entregar diferenciação e valor e contribuem com mais valor para as margens do que os produtos. O Canal de Parceiros deve, por isso, procurar virar as suas ofertas de serviços, com o budget dos clientes a surgir como um dos maiores desafios. Apesar dos riscos apontados – como a recessão e os longos ciclos de renovação e substituição –Tanja Stetter defende a necessidade de transformar estes riscos em oportunidades, entre elas o investimento em tecnologias competitivas; encarar a sustentabilidade como um driven da infraestrutura moderna; e o aumento da procura por modelos de infraestrutura híbrida. Nos próximos 12 meses as previsões apontam para que as áreas de cibersegurança, de soluções cloud e de serviços sejam aquelas com um maior crescimento. Para os Parceiros, reforça Tanja Stetter, o atual panorama é de um escossistemas de Parcerias, com os Parceiros de Canal a apresentarem uma boa resiliência financeira, com capacidade para criarem valor e diferenciação através de especializações e serviços. Tanja Stetter reitera que “o Canal será mesmo a chave para responder às necessidades dos clientes”. O IT Channel é Media Partner do Also Channel Trends+Visions 2023 |