Transformação digital das organizações “é muito mais do que tecnologia”

A pandemia afetou por completo os negócios. As organizações foram forçadas a condensar em meses jornadas de transformação digital que, em condições normais, levariam anos a serem realizadas.

A cloud teve um papel fundamental nesta transição forçada. Permitiu que os colaboradores continuassem a trabalhar fora do escritório e que as operações sofressem o menor tempo de paragem possível.

Em entrevista ao IT Channel, Luís Silva, Azure Business Group Director da Microsoft Portugal, reforça que as “organizações que já tinham adotado cloud há algum tempo e que já tinham passado por estes processos de transformação digital foram aquelas que mais rapidamente se conseguiram adaptar”.

No entanto, mesmo as que já tinham passado por esta transição tiveram de se adaptar a esta nova realidade. A própria Microsoft em Portugal – que já tinha feito a sua transformação para trabalhar remotamente ainda antes da pandemia – teve de fazer um processo de ajustamento, até porque a transformação digital das organizações “é muito mais do que tecnologia”.

Citando um estudo da Gartner, o representante da Microsoft diz que apenas 12% das organizações estavam preparadas para o impacto do novo Coronavírus. Atualmente, no entanto, 52% dos líderes já colocaram a preocupação com o trabalho remoto em segundo plano e preocupam-se mais com a questão da cibersegurança.

Microsoft Cloud

A cloud da Microsoft é uma das principais em Portugal. Luís Silva indica que “a principal diferença da Microsoft face à concorrência é que nós não temos apenas uma cloud, temos uma plataforma”.

“Quando falamos da Microsoft Cloud, estamos a falar de ter Azure como plataforma, mas estamos a falar de termos um conjunto de ferramentas de colaboração e de comunicação que estão completamente integradas; estamos a falar de uma de uma plataforma de Power Platform para permitir construir aplicações; estamos a falar de toda a componente de GitHub que está nesta Microsoft Cloud e, portanto, no fundo, são múltiplas cloud que estão juntas”, explica.

A certificação de nível reservado dada pelo Gabinete Nacional de Segurança à cloud da Microsoft permitiu confirmar que “quem tiver workloads pode colocá-los na cloud que, obedecendo a um conjunto de configurações, a cloud da Microsoft está certificada” para proteger esses workloads.

Canal de Parceiros

A Microsoft é uma das empresas com mais Parceiros em Portugal; estima-se que são mais de três mil.

O Azure Business Group Director em Portugal reforça que os Parceiros são “o ativo mais importante que temos dentro do ecossistema da organização. Tudo aquilo que são os nossos processos passam pelo Canal e pelos Parceiros e só temos a escala que temos graças a estes três mil Parceiros que estão a trabalhar connosco”.

“Estamos em Portugal há 30 anos e temos vindo a ter ligações cada vez mais forte com os nossos Parceiros. Estes Parceiros são o braço que nos permite chegar a todo o país; não conseguiríamos fazê-lo sem eles. Temos Parceiros com um maior número de áreas de expertise e é com base neles que fazemos todo o negócio e que ajudamos os clientes a fazer esta transformação”, refere Luís Silva.

A partilha de informação com os Parceiros é importante, até para endereçar o mais depressa possível o mercado. Tendo em conta que o tema da transformação digital e da cloud está em constante alteração, é importante que a Microsoft partilhe toda a informação para que os Parceiros possam endereçar da melhor maneira os seus clientes.

Luís Silva acrescenta, ainda, que, atualmente, “tudo aquilo que são necessidades dos clientes tentamos envolver os Parceiros”, até porque “já são poucos os negócios em que a Microsoft faz negócios diretamente”.