Soberania de dados e as clouds (Inter)Nacionais

Se é claro que uma adoção destas estratégias, em modelos conjuntos, traz certamente benefícios, numa migração de sistemas de informação empresariais para ambientes cloud, tal implica que se tenha a consciência que se estão a criar modelos de relação de parcerias de médio e longo prazo. Neste sentido, é fundamental ter consciência aprofundada das decisões que estão em jogo e de quais são as diversas regras que controlamos ou não.

Importa, por isso, entender as regras, ou de outra forma, o conjunto de variáveis a ser ponderadas aquando da escolha dos fornecedores cloud. Destacam-se as necessidades específicas de negócio e de agilidade da empresa, a estabilidade do fornecedor cloud, a proximidade relacional do fornecedor, a rede de parceiros aptos a disponibilizar serviços sobre essa cloud, o conjunto de perspetivas futuras de evolução e inovação tecnológica, a simplicidade ou complexidade dos modelos de custeio dos serviços, a existência de eventuais custos escondidos, latência de comunicações, localização de dados, abertura a migração para outros fornecedores, entre outras.

Como se entende, o conjunto de variáveis é de facto alargada, razão pela qual há caminhos fáceis de escolha que procuram transferir riscos para outros que se dizem parceiros, em contraponto com o assumir decisões e responsabilidades orientadas à eficácia e eficiência da empresa. Em termos práticos, entender o real benefício económico da decisão para a empresa.

A complexidade da conjuntura dos negócios atualmente, potenciada ainda mais pela aceleração digital oriunda da pandemia e das instabilidades geopolíticas derivadas da guerra na Ucrânia, demonstra a importância crucial de garantir ainda mais que se tomam decisões estratégicas estruturais, pensadas no futuro e não no imediatismo.

É, neste contexto, que serviços cloud nacional, em particular em Portugal como a IPTCloud da IP Telecom, podem ser alternativas estruturantes na garantia da Soberania de Dados e de resiliência a plataformas críticas de suporte à atividade operacional das empresas. Ou seja, as clouds nacionais podem garantir e serem as alternativas do suporte fundamental à sustentabilidade e ao sucesso de processos de Transformação Digital das empresas, uma vez que asseguram o integral controlo, por parte das empresas, dos seus dados e minimizando, em grande medida, eventuais riscos de interesses geopolíticos ou económicos mundiais não controláveis ou não previstos no futuro.

Acresce que os serviços cloud, baseados em território nacional, conseguem também garantir a necessária escalabilidade mundial, para o crescimento do negócio global das empresas, uma vez que permitem modelos híbridos de funcionamento com as diversas clouds internacionais. Fazem-no através de interligações diretas entre os vários centros de processamento (data centers) mundiais, permitindo assim que as interações/interfaces das aplicações com clientes finais possam ter disponibilização mundial. De uma forma técnica, as camadas aplicacionais lógicas e de interfaces finais podem beneficiar de escalabilidades e distribuição mundial em clouds públicas, mas garantindo-se uma integral controlo dos dados e de aplicações internas propriedade das empresas em território nacional, ou seja, em clouds privadas nacionais.

Mais do que decisões fáceis, importa sem dúvida assumir decisões estratégicas e de parcerias estruturantes. Os riscos e os desafios do mundo digital são cada vez maiores, pelo que a interação próxima e de controlo do ativo mais crítico de qualquer organização atualmente (os dados) é fundamental!

Em jeito de conclusão, tomar decisões não é fácil, mas importa tomá-las de forma consciente e economicamente vantajosas para a sustentabilidade futura das empresas. Como alguém uma vez me disse: “Você confia os seus filhos a qualquer pessoa? Então porque há de confiar os dados da sua empresa em quem não conhece efetivamente?”.

Conteúdo co-produzido por MediaNext e IP Telecom