2014-10-21

CLOUD

IBM, uma vítima da Cloud?

A IBM tombou 8% em bolsa na segunda-feira, a sua maior queda desde a bolha “.com”, após apresentação dos resultados do Q3 e abandono dos objectivos para 2015. A queda em bolsa continuou na terça-feira (-3,5%). O que se passa com a Big Blue ?

IBM, uma vítima da Cloud?

Existe uma significativa fatia de clientes IBM que migram para a Cloud fora das soluções da empresa.

A Cloud pode explicar muito na quebra de receitas de 17% da 3º maior empresa de IT do mundo, mas os BRIC também contribuiram para a queda.
A IBM foi uma empresa que ultrapassou rapidamente a crise de 2008 muito por um enorme sucesso no crescimento dos BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China). Agora o “arrefecimento economico” destes BRIC, representaram uma descida no volume de negócios em 11%, se comparado com o início do ano.

Mas a maior ameaça à rentabilidade da “BIG BLUE” parece ser mesmo a Cloud. Nos últimos dez trimestres, a IBM vem a reportar constantes perdas do volume de negócio e na margem, e isso não pode ser explicado apenas pelos BRIC.
A migração para a Cloud de muitos clientes da IBM, anteriormente com o IT baseado em DataCenters on-site e Mainframes do fabricante, é superior ao crescimento do negócio Cloud da IBM.

Apesar de ter crescido para os 3,1 milhões de dólares anuais, contabilizados no Q3, face aos 2,8 milhões de dólares anuais acumulados no trimestre anterior, este valor é ainda não muito significativo para uma empresa cujo volume de negócios é de aproximadamente 100 mil milhões de dólares.
É de concluir, portanto, que existe uma significativa fatia de clientes IBM que migram para a Cloud fora das soluções da empresa.

“We are disappointed in our performance," afirmou a CEO Ginni Rometty.  "We saw a marked slowdown in September in client buying behavior, and our results also point to the unprecedented pace of change in our industry."

Com exepção da unidade de Cloud, todas a unidades da IBM desceram em volume de vendas, sendo que a divisão mais importante, os Serviços Empresariais - que representam mais de 55% da facturação - caiu 7% na comparação com o trimestre homólogo.

A venda das unidades menos rentáveis e ligadas à indústria de hardware, como seja o negócio dos servidores .x86, à Lenovo, ou a agora conhecida venda da fábrica de microchips à Globalfoundries com um subsídio de exploração de 1,5 mil milhões de dólares, complementa a estratégia financeira da CEO Ginni Rometty de privilegiar os resultados face ao volume de negócios ou à penetração do gigante no mercado, que está claramente em queda.

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