2016-7-18
Estudo realizado antes do referendo que deu a vitória ao Brexit, agora divulgado, revela os problemas de confiança dos trabalhadores na UE com o armazenamento na cloud de informação proveniente da sua atividade profissional.
A Blue Coat Systems, Inc., fornecedor de soluções de segurança web avançadas para empresas globais e governamentais, tornou públicos os resultados de um estudo realizado pela YouGov, a 3.130 colaboradores de empresas na Alemanha, França e Grã-Bretanha. Uns dias antes do referendo sobre o Brexit, o estudo analisava os níveis de confiança que os colaboradores têm em países dentro e fora da União Europeia no momento de armazenar ou guardar informação relacionada com a sua atividade profissional em serviços como Gmail, Dropbox e Box. O resultado mostra que os trabalhadores europeus preferem como guardiões da sua informação os seus vizinhos da Europa em vez dos países fora da União Europeia. Aos participantes da Alemanha, França e Reino Unido foram colocadas questões sobre os seus países de confiança para armazenar ou guardar de forma segura na cloud informação relacionada com a sua atividade profissional. Com o resultado da votação do Brexit, e o Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR), que entra em vigor no dia 25 de maio de 2018, a pergunta sobre onde se armazenam os dados na cloud é um tema em destaque para as entidades que trabalham ou dão serviço aos mais de 500 milhões de cidadãos que residem na União Europeia. O estudo indica que 46% dos colaboradores entrevistados confiam em qualquer país da União Europeia para trabalhar com os seus dados, comparando com os 18% que confiam em qualquer país externo à União Europeia. Mais de um terço, 36%, responderam que não confiam em nenhum país em concreto no momento de armazenar ou guardar os seus dados na cloud. Uma das conclusões mais curiosas prende-se com os cidadãos britânicos, que revelaram confiar muito mais em países europeus (40%) do que nos países fora da UE (22%). Aliás, os participantes britânicos confiam mais noutros países da União Europeia que no seu próprio país, com apenas 38% das respostas a mostrar a sua confiança no Reino Unido para armazenar os seus dados na cloud. Por toda a Europa, a Alemanha destaca-se como o país mais confiável, com 26% de todos os participantes satisfeitos com a possibilidade de que os seus dados se encontrem lá, frente aos 21% da França e os 20% do Reino Unido. No extremo contrário surge Espanha, o país em que só confiam 6% dos participantes no inquérito para armazenamento dos dados. Por outro lado, os alemães os que mais confiam no seu próprio país (43%), relegando para segundo ligar a Suécia (14%). A sua confiança em França e no Reino Unido é mínima, com apenas 7% em ambos os casos. Os colaboradores franceses também preferem o seu país em primeiro lugar, com 45%, em segundo destaca-se a Alemanha (16%) e a Suécia (14%). "O marco regulatório da União Europeia vai mudar radicalmente com a nova legislação GDPR, e este estudo mostra um importante nível de desconfiança fase aos países que se encontram fora da UE", afirma Robert Arandjelovic, diretor de marketing de produto da Blue Coat Systems para a EMEA. "Os entrevistados mostraram a sua preferência por manter os seus dados dentro da União Europeia, apoiando assim a nova legislação europeia de proteção de dados. Mais preocupante é o facto de que quase a metade dos inquiridos não confiam em nenhum país para armazenar a sua informação, o que significa que muitos colaboradores simplesmente não prestam atenção em onde tem armazenada a sua informação, o que pode tornar-se um perigo para as empresas".
Millennials impulsionam a utilização da cloud Os resultados mostram que 53% dos colaboradores entrevistados nos três países do estudo utilizam aplicações na cloud para realizar o seu trabalho. A França lidera o uso com 64% dos entrevistados, muito longe dos 49% do Reino Unido e dos 47% da Alemanha. A utilização da cloud é mais frequente entre os colaboradores da geração milénio, com 63% dos funcionários entre 18 a 24 anos, frente aos 59% com idades entre os 25 e 34 anos, 55% entre 35 e 44 anos, 48% no grupo de idade entre 45 e 54 anos e, finalmente, 47% para os maiores de 55 anos. |