Jorge Bento e Margarida Bento em 2019-11-14
No mais recente evento da Amazon Web Sevices no país, Miguel Alava, Managing Director, partilhou com o IT Channel as principais oportunidades que a entrada da AWS traz para os Parceiros e clientes portugueses
Um ano depois da sua entrada em Portugal, a AWS reuniu dia 22 de outubro, na Nova SBE, mais de 900 participantes para debater a forma como o cloud computing está a transformar as organizações e as indústrias. No seu discurso de abertura, Miguel Alava, Managing Director da AWS, fez um balanço positivo do primeiro ano de presença no país, realçando o aumento da carteira de clientes em Portugal e revelando que, com mais de mil profissionais portugueses formados em capacidades cloud até à data, a AWS pretende continuar o seu investimento em Portugal. Miguel Alava partilhou ainda os mais recentes resultados globais da AWS, tendo esta alcançado os 33 mil milhões de dólares no segundo trimestre de 2019 – um crescimento de 37% comparativamente ao período homólogo do ano anterior. Uma visão diferenciadoraEm entrevista com o IT Channel, Miguel Alava realça que a AWS se destaca pela forma como vê a infraestrutura: “Não falamos em racks, nem sequer falamos de data centers: falamos em três zonas de disponibilidade para cada cliente”. Cada zona de disponibilidade – 22 a nível mundial, com a futura adição de Itália, Indonésia, Espanha e África do Sul – está equipada com um ou mais data centers, os quais, apesar de pensados para terem perfis diferentes, estão preparados para oferecer redundância. Dentro da mesma zona, explica, cada data center está a menos de 50 km de distância dos restantes – distância suficiente para não serem afetados pelos mesmos fenómenos (apagões, desastres naturais, etc.), mas que garante que possam ser uma entidade lógica única, com tempos de resposta semelhantes. Assim, se por algum motivo um data center ficar inoperacional, os restantes podem suportar os seus workloads até à operação voltar ao normal. O mesmo é possível entre zonas de disponibilidade, apesar de aí a experiência de utilizador já sofrer uma degradação significativa. Contudo, garante Miguel Alava, seria preciso um grande desastre para incapacitar uma zona inteira. “Isto diferencia-nos muito dos restantes fornecedores de cloud; este é um grande investimento e é uma decisão importante para nós”. Uma oportunidade para os ParceirosOutro fator diferenciador destacado por Miguel Alava foi a especialização dos seus Parceiros. O programa Amazon Partner Network (APN) proporciona aos Parceiros uma evolução de Parceiro Registered até Premier, caminho no qual a AWS oferece possibilidade de diferentes certificações, tanto técnicas como de serviços, bem como de segmentação a nível de workloads – DevOps, segurança, CRM, etc. – ou de vertical, oferecendo aos Parceiros a possibilidade de se diferenciarem a nível da proposta de valor. “É muito importante para nós garantir a credibilidade junto do cliente, através da certificação, formação e treino dos nossos Parceiros para que estes possam estar habilitados a oferecer serviços diferenciados que tragam vantagem competitiva aos clientes”. Outro fator de competitividade que a empresa traz aos Parceiros nacionais é o acesso ao AWS Marketplace. A plataforma online, na qual os clientes podem descobrir, comprar, migrar e começar a usar imediatamente o software e os serviços executados na AWS – permite que fornecedores independentes de software, VAR e integradores disponibilizem as suas soluções na cloud a uma base de milhões de clientes a nível mundial. “Imaginen a vantagem que isto representa para Parceiros de menores dimensões, pequenos service providers. Temos inclusivamente um marketplace focado exclusivamente em algoritmos de machine learning e inteligência artificial”. A chegada da AWS a Portugal trouxe também consigo a inauguração do primeiro ponto de presença da Amazon CloudFront no país, operacional desde setembro. “Esta foi uma decisão tomada em função das exigências dos clientes”, explica Miguel Alava. Os serviços de CloudFront estão muito mais próximos dos utilizadores, pelo que em aplicações móveis, gaming ou simples streaming de vídeo, a latência será até 60% mais baixa, permitindo uma melhor experiência de utilizador. Disto já é exemplo a Federação Portuguesa de Futebol – presente no evento —, a qual estabeleceu um protocolo com a AWS para usar a CloudFront para os serviços de streaming de vídeo do novo Canal 11. O caminho para a cloud híbridaNo tópico da crescente tendência de arquiteturas de cloud híbrida e multicloud, Miguel Alava comenta que “a vocação da AWS sempre foi integrar os workloads da cloud privada dos clientes e da nossa cloud pública". “Cremos que vá levar algum tempo para que as empresas façam esta transição, pelo que temos serviços dedicados exclusivamente a isso”. Destes, destaca a AWS Direct Connect, um serviço cloud end-to-end que conecta a infraestrutura do cliente à da AWS, permitindo reduzir os custos de rede, otimizar a taxa de transferência e oferecer uma experiência de rede mais consistente do que as soluções baseadas em Internet. A AWS oferece também serviços dedicados exclusivamente a “possibilitar ou facilitar uma arquitetura híbrida”, refere o executivo, acrescentando que, “com base no feedback dos clientes, muitos vão lá chegar dentro de alguns anos”. |