Maria Beatriz Fernandes em 2023-4-17

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Tudo o que vem à Rede é um mercado em crescimento

Fruto do seu grande dinamismo, o mercado de networking não para de evoluir. Exemplos disso são a adoção de tecnologias sem fios mais avançadas ou redes definidas por software e virtualizadas. “A conetividade passou a fazer parte do dia a dia das pessoas e da sobrevivência das empresas, negócios e sociedade”

Tudo o que vem à Rede é um mercado em crescimento

A rápida evolução tecnológica não pôs de parte um dos setores mais estruturais para as civilizações do século XXI. É inato ao ser humano adaptar-se e prosperar em tempos de disrupção, e a indústria de networking viu nos constrangimentos uma oportunidade de transformação e potencialização de negócio.

 

Nuno Rocha, Diretor Técnico da Extreme Networks Portugal

Parte essencial do setor de TIC, recentes relatórios preveem que o mercado global de equipamentos de rede cresça. Nuno Rocha, Diretor Técnico da Extreme Networks Portugal, diz que “o batizado ‘novo normal’ começa a evidenciar as necessidades que ficaram congeladas na evolução tecnológica de um alargado número de organizações, com reflexo em Portugal também”, pelo que o go-to-market está em velocidade “supersónica” e as “redes modernas estão a ganhar cada vez mais adeptos” – com as tecnologias Wi-Fi, por exemplo, a “duplicar até 2025”.

Da mesma forma, a crescente procura por infraestruturas capazes de suportar novas e exigentes tecnologias deverá levar o mercado a “crescer significativamente nos próximos anos”, acredita Carlos Estevão, Enterprise Sales Manager da TP-Link em Portugal. Sónia Casaca, Sales & Channel Manager da HPE Aruba Networking, concorda e diz que é cada vez mais necessário “redes robustas, credíveis e com capacidades avançadas de interconectividade com inteligência artificial”.

Tudo o que vem à rede local empresarial

Acompanhando o avanço tecnológico, Carlos Estevão explica que as redes locais empresariais, têm evoluído sob a égide de fatores como:

  • Maior velocidade de transmissão de dados, que passou de centenas de Mbps para Gbps;
  • Maior conetividade, permitindo que os dispositivos comuniquem com outras redes e com a Internet;
  • Crescente virtualização (criação de redes virtuais dentro da rede física);
  • Computação em cloud;
  • Segurança. 

Tudo o que vem à rede tem de ser seguro

Carlos Estevão, Enterprise Sales Manager da TP-Link em Portugal

 

A segurança das redes revela-se uma preocupação constante, em particular no caso das redes sem fios, um dos principais pontos de entrada de intrusos. Carlos Estevão defende que uma criptografia forte é fundamental para obter redes seguras. “A criptografia WPA3 é o padrão mais recente e oferece uma proteção mais forte do que o WPA2”, afirma.

Também palavras-passe fortes e exclusivas são essenciais, assim como a manutenção de dispositivos com as atualizações de software em dia. O responsável recomenda a configuração da rede para incluir a desativação de recursos de rede desnecessários ou a ativação de recursos adicionais, criar uma rede separada para visitantes e dispositivos externos e a limitar o alcance do sinal, para que não seja detetado além da cobertura desejada. Também Vítor Barreira, Sales Manager da Comstor em representação da Cisco, eleva a segurança como central nas LAN empresariais atuais e futuras. Além de as LAN “deverem assegurar as necessidades de largura de banda necessárias”, deverão ser geridas para reagir rapidamente na “contenção de ataques em sincronização com as políticas definidas nas ferramentas de gestão e controlo”.

Tudo o que vem à rede da hiper conetividade

O cenário global atual de hiper conetividade, com múltiplos dispositivos ligados e, por isso, maior complexidade, levou a uma evolução natural no Wi-Fi para oferecer velocidades superiores com eficiência e menor latência, assim como capacidade de aceder em duas ou três bandas de forma transversal, assegura Sónia Casaca.

O dinamismo do mercado de networking faz-nos virar o holofote para a Wi-Fi 6E, e até, Wi-Fi 7. Carlos Estevão explica que a Wi-Fi 6E foi “uma das grandes novidades” em 2021, mas, neste momento, “já temos informações sobre o desenvolvimento do Wi-Fi 7”, que exacerba as qualidades dos Wi-Fi que lhe precedem, incorporando “recursos para melhorar a eficiência energética, reduzindo o consumo de bateria em dispositivos móveis”.

Esta evolução “faz prever a continuidade de investimento na área”, reflete Vítor Barreira. Apesar de inúmeras contingências na produção, “verifica-se que os equipamentos Wi-Fi 6 e 6E estão já com prazos de entrega muito melhorados”. 

Tudo o que vem à rede é gerido remotamente e virtualizado

A possibilidade de gerir redes remotamente, com Software Defined Network (SDN), foi uma mais-valia há três anos, quando o mercado se deparou com a pandemia. Contudo, o representante da TP-Link afirma que muitas empresas ainda estão a implementar e expandir as soluções de SDN porque perceberam que a tecnologia possibilita eficiência operacional, redução de custos, agilidade e flexibilidade dos negócios.

A automação de rede, causada por um ambiente de gestão centralizado, permite às empresas reduzir complexidade e minimizar erros. De forma remota, têm a capacidade de implementar políticas de segurança uniformes na organização e monitorizar continuamente as atividades na rede. Finalmente, Carlos Estevão acrescenta que o SDN permite às organizações uma gestão integrada e unificada das redes locais e dos serviços cloud.

 

Vítor Barreira, Sales Manager da Comstor em representação da Cisco

Todavia, Vítor Barreira garante que a utilização de SDN “em Portugal não é ainda relevante”, apesar de ter crescido nas médias e grandes empresas. Dada a dimensão das PME, tem potencial na utilização pelos operadores numa primeira fase.

Os especialistas indicam um forte crescimento no Network Functions Virtualizations (NFV), que permite a virtualização de funções como o routing, firewall e balanceamento de carga em servidores e dispositivos de rede. Como fatores que impulsionam a adoção, Carlos Estevão aponta a redução de custos, flexibilidade (permite adicionar e remover funções de rede sem reconfigurar toda a infraestrutura), escalabilidade (fácil alteração da capacidade de rede para lidar com picos de tráfego ou demanda), gestão simplificada (numa única consola), inovação mais rápida e integração com a cloud.

Já Vítor Barreira atribui a tendência à independência do hardware, uma vez que qualquer equipamento de rede pode ser simulado e operacionalizado em máquinas. Contudo, defende que o “controlo efetivo sobre a rede e a vulnerabilidade são ainda muito discutidos”, não havendo consenso.

Tudo o que vem à rede são oportunidades para o Canal 

Sónia Casaca, Sales & Channel Manager da HPE Aruba Networking

 

“A conetividade passou a fazer parte do dia a dia das pessoas e da sobrevivência das empresas, negócios e sociedade”, remata Sónia Casaca. É, por isso, que “mais do que performance”, é essencial o “contínuo desenvolvimento na facilidade de utilização, configuração, controlo e gestão, com recurso a ferramentas mais intuitivas”.

As oportunidades são sempre acompanhadas de desafios. Apesar da indústria ser altamente competitiva, da evolução constante da tecnologia e da complexidade crescente das soluções de rede poderem criar barreiras, Carlos Estevão destaca que o trajeto dos Parceiros beneficia do aumento da procura por soluções de rede e tecnologias emergentes, assim como do crescimento das PME.

“As empresas devem estar preparadas para responder a um mundo que se encontra quase sempre conectado e utilizar essa condição como uma vantagem competitiva”, reitera Sónia Casaca. Contudo, “é necessário assegurar o acesso aos dados de uma forma simples e segura, com soluções de SD Branch e SD WAN”, conclui.

Porque os “Parceiros são o fator chave”, através do seu conhecimento mais alargado das diferentes necessidades e as áreas de atuação dos clientes, Nuno Rocha acredita que “as redes modernas são parte da resposta” do sucesso, uma vez que “libertam as organizações da complexidade e da inflexibilidade do passado, tornando-as unificadas, automatizadas e seguras, dando respostas imediatas às necessidades, bem como aumentando a capacidade de inovar”. 

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