2018-11-06

A FUNDO

Quais serão as profissões que as empresas irão precisar nos próximos 18 meses na área da tecnologia?

Nos últimos dias têm surgido notícias que indicam que os robôs irão acabar com o trabalho humano, algo entretanto desmentido ao ser analisado mais a fundo. Enquanto não existem dúvidas de que algumas profissões irão tornar-se obsoletas, à medida que a tecnologia evolui e se desenvolve, a realidade é que a inteligência artificial (AI), automação e robótica não têm esse propósito. O grande objetivo é melhorar e facilitar as nossas atividades do dia-a-dia

Quais serão as profissões que as empresas irão precisar nos próximos 18 meses na área da tecnologia?

Os líderes das empresas tecnológicas, os consultores de recrutamento, e a pesquisa sobre as tendências tecnológicas futuras concordam num ponto: em 2020 as empresas irão necessitar de novos títulos para as funções bem como novos perfis de candidatos para alavancar o negócio.

Aqui apresenta-se uma lista das profissões que, provavelmente, irão ser fulcrais para variados setores. Espera-se que estes perfis sejam uma realidade em setores como Finanças, Marketing, Healthcare, Legal, e não só Tecnologia e Engenharia, como seria de esperar.

Engenheiros de Produção 3D e Técnicos de Robótica

Um artigo da World Economic Forum intitulado “The Future of Jobs” confirma a crescente tendência no uso da robótica, transporte autónomo e impressão 3D. Haverá um impacto significativo na especialização do trabalho, o que não significa uma redução de profissões. Poderá sim significar uma necessidade de Engenheiros de Produção 3D. A impressão 3D permite uma customização de produção para tecnologia, construção, logística, saúde, têxtil e retalho.

AI Trainer

A inteligência artificial está presente no nosso dia- -a-dia há já algum tempo. Veja-se o exemplo do smartphone. Certamente já todos recebemos uma mensagem do próprio telemóvel a perguntar “Preferia antes fazer isto?”. Não é surpresa que a AI irá ter um papel cada vez mais relevante nas nossas vidas – o que pode significar um desaparecimento dos perfis mais juniores para a smart AI.

As empresas irão necessitar de recrutar formadores de AI para facilitar o processo de machine learning, em conjunto com uma equipa operacional que irá ajudar a codificar e a definir as estratégias de negócio, as suas consequências e a medir os resultados, ajudando a AI a perceber melhor as necessidades dos humanos.

AI Business Developer

De acordo com a Cognizant, uma empresa americana de soluções tecnológicas, a inteligência artificial será capaz de fazer muitas coisas, mas há uma que não será capaz de fazer sozinha: as vendas. Para tal, as empresas necessitarão de comerciais especialistas em inteligência artificial para gerar negócio.

Especialista em Medicina AI

Alguns exames médicos já não irão necessitar de supervisão feita por um médico. Em vez disso, os especialistas em medicina AI irão realizar os exames ao domicílio utilizando a inteligência artificial para sustentar um diagnóstico inicial.

Consultor de Dados Privados

Os dados continuarão a aumentar a sua importância, o que significa que irão ser vendidos ainda mais do que actualmente. Estas actividades irão desenvolver- -se profissionalmente e tornar-se mais complexas, levando a novas mediações, onde os profissionais irão levar a cabo trocas de informação em nome dos seus clientes, gerando novas maneiras de aumentar o retorno financeiro.

Detetives de Dados

Os dados são valiosos, mas apenas quando lidos, analisados e processados correctamente. Por exemplo, na área de healthcare, a quantidade de dados cresceu massivamente, o que significa descodificar padrões e colocá-los no contexto correto. Esta atividade irá necessitar de um analista de dados de healthcare, que irá assumir a função de detetive de dados.

As empresas vão ter que recrutar profissionais para investigar os dados gerados por uma alargada variedade de dispositivos, sensores, e outras fontes para revelar as respostas do negócio. As novas tendências tecnológicas deverão ser vistas como uma evolução, dado que o principal objetivo será melhorar a qualidade de vida do ser humano. Ainda que algumas funções deixem de ser necessárias, irão surgir profissões novas que advêm das necessidades crescentes das empresas.

No final de contas, as capacidades humanas continuarão a ser insubstituíveis e a tecnologia é um complemento que poderá ajudar a tornar os negócios mais desenvolvidos. Capacidades como a curiosidade, o senso comum em situações complexas e a autoconsciência (self awareness) são apenas alguns exemplos que as máquinas não conseguirão replicar.

 

Tatiana Leitão Silva, Senior Consultant - Information Technology, Michael Page Lisboa

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