Diana Ribeiro Santos em 2022-5-17
Em Parceria com o IT Channel, a TendersTool apresentou um resumo executivo sobre os investimentos no setor público em Portugal desde o início do ano até ao momento
O setor público é composto por diversas unidades institucionais públicas que podem pertencer a um dos três dos setores institucionais: administrações públicas, sociedades não financeiras ou sociedades financeiras. 2021 marcou o âmbito do investimento público das TIC em Portugal com o Plano de Recuperação e Resiliência e a sua influência na transição digital, uma vez que os investimentos da Administração Pública Portuguesa no setor das TIC atingiram os 717,5 milhões de euros. A TendersTool é uma empresa independente de análise e consultoria que fornece informação e aconselhamento a empresas tecnológicas na sua relação com a Administração Pública e tem como objetivo aumentar o conhecimento dos seus clientes sobre as suas intenções de compra e as compras efetuadas em projetos tecnológicos nos diferentes níveis da Administração Pública. Em Parceria com a TendersTool, o IT Channel revela agora aos seus leitores o ranking das adjudicações e dos adjudicatários na Administração Pública desde o início do ano de 2022 até ao momento, o segredo para o sucesso na participação de um concurso público e as principais diferenças no que diz respeito ao país vizinho. Os dados recolhidos refletem as adjudicações feitas através de qualquer tipo de procedimento (concurso público ajuste direto, negociado, concurso limitado por qualificação prévia, etc). Não são recolhidos dados sobre acordos-quadro, mas das adjudicações das propostas dos mesmos. Comparando o período de janeiro a abril de 2022 com o período homólogo, é possível perceber que o montante adjudicado foi de 277 milhões de euros, tendo existido um total de 2.188 adjudicações. Adjudicações por meses em 2021Adjudicações por meses em 2022
Segundo os dados obtidos pela TendersTool, janeiro foi mais fraco do que fevereiro e março. Apesar do mês de abril aparecer com valores relativamente mais baixos, isso deve-se ao facto de ainda existirem concursos relativos a abril que ainda não foram adjudicados. Ou seja, ao valor aproximado de 50 milhões de euros, teriam de ser acrescentados 96 milhões de euros, valor este que só que será adjudicado nos próximos meses. Tudo leva a crer que o mês de abril seja o mês mais forte do início do ano. Segundo Fábio Silva, Business Developer Manager da TendersTool, 2021 foi um ano bastante positivo, principalmente no que diz respeito ao valor adjudicado de quase 197 milhões de euros que correspondem a 1.936 adjudicações. “A diferença entre os meses de abril de 2021 e de 2022 é de 80 milhões de euros, já tendo em conta os concursos não adjudicados. A principal diferença está nos concursos que ainda não foram adjudicados, num total estimado de 325 milhões de euros, isto é o que nos faz acreditar que os números dos próximos meses vão ser excecionais”, afirma. Adjudicatários por valor - Top 7
Nestes primeiro quatro meses, no que diz respeito aos adjudicatários, a empresa MEO lidera o TOP 7 com 28 milhões de euros adjudicados, seguida da Contratistas, a NOS, a Vodafone, a Claranet, a Altran Portugal e a INETUM Espanha. O total do valor adjudicado foi de cerca de 118 milhões de euros, ou seja, a lista destes sete adjudicatários adquiriram sensivelmente 45% do total do valor do mercado. Em relação ao país vizinho, é possível observar que a concentração em poucos adjudicatários é bastante maior em Portugal, existem menos empresas a vencer concursos públicos e as adjudicações são mais ‘monopolizadas’ do que em Espanha. No total, estas sete entidades venceram 296 adjudicações. A Claranet é um dos exemplos de empresas que ocupam um lugar de liderança no Top 7 da lista de adjudicatários por valor e Armindo Dias, Public Sector Director na Claranet, partilhou a visão da Claranet sobre como vender no setor público: “A Claranet tem uma experiência de venda no setor público de mais de 25 anos - desde os tempos da ‘antiga’ Central de Compras do Estado, até aos mais recentes Acordos Quadro da ESPAP. Durante todos estes anos, tem sido fundamental um profundo conhecimento do Código de Contratação Pública (CCP), mas também um bom conhecimento das necessidades dos mais variados organismos de poder central e local, para que a oferta da Claranet acompanhe essas mesmas necessidades. Conhecer bem a missão, os valores e estratégia dos organismos públicos, sejam do poder central ou do poder local, é outro fator que valorizamos muito. Este conhecimento tem-se revelado crucial para o sucesso que temos tido, para podermos antecipar as tendências do setor. Para que se consiga alcançar o sucesso é preciso garantir que o setor público tenha confiança nos seus Parceiros. Para isso, não importa apenas vender e entregar uma solução; é muito importante estar presente após a contratualização e garantir a capacidade e disponibilidade técnica para intervir e ajudar com o know-how necessário, rapidamente. Este ciclo de permanente apoio cria confiança. Qual a chave para o sucesso para a participação num concurso público? Existem, na nossa opinião, vários fatores para uma participação com sucesso num concurso público, destacando-se os fatores mais importantes: As pessoas - A correta análise e interpretação de um Caderno de Encargos e Programa de Concurso é um dos fatores decisivos para responder bem a um concurso público. Para isto, o know-how, partilha de boas práticas e formação contínua são aspetos absolutamente essenciais quer na análise processual, quer na análise técnica das soluções, como naturalmente na implementação dos serviços propostos. A oferta - A Claranet tem no seu portfólio uma oferta de A a Z, tanto a nível de serviços, como oferta tecnológica de hardware e software. Esta amplitude da oferta permite endereçar as mais variadas necessidades, de projetos e clientes, desde o desenho, à implementação, segurança e suporte das várias soluções oferecidas. A experiência - Sendo um grupo multinacional, com forte implementação no mercado nacional (o maior fornecedor de serviços de IT em Portugal) a Claranet tem experiência de atuação nos mais variados setores da economia, há mais de 25 anos, colocando à disposição do setor público português as melhores práticas internacionais e a capacidade de entrega, dentro dos níveis de serviço acordados, e um conhecimento amplo corroborado por várias certificações - tanto tecnológicas, como de processos de qualidade”. Adjudicações por meses - PRR
Em relação ao Plano de Recuperação e Resiliência, podemos ver que o valor total já adjudicado chegou praticamente aos 15 milhões de euros com um total de 30 adjudicações e, só no mês de abril, foram registados mais de três milhões de euros, valor referente a concursos que ainda não foram adjudicados. Assim, é possível perceber que existe um aumento constante entre os meses de janeiro, fevereiro e março, sendo que no mês de abril vai, muito provavelmente, registar um aumento bastante mais considerável. Adjudicações por meses - comparação com Espanha
Em Espanha o valor total adjudicado é de 1.286.427.125,94 euros e o número de adjudicações é de 4.184, o que não revela uma diferença considerável neste último ponto, sendo que é apenas um pouco mais da metade do que ocorre em Portugal. A diferença é bastante notória a nível de valores com 4,64 vezes mais, o que acaba por ser normal considerando valor per capita Quanto ao fator de transparência, o Business Developer Manager da TendersTool explica que a principal diferença está relacionada com o tipo de procedimento que se realizam nos concursos públicos. Ou seja, existem concursos públicos, as consultas prévias e os ajustes diretos. “O tipo de procedimento é um dos principais fatores, mas também porque Espanha recebe um valor superior pelos fundos next generation (PRR). Em Portugal existem menos concursos públicos, mas há mais ajustes diretos, principalmente por valores maiores do que em Espanha onde, por situações menores, se fazem ajustes diretos ou uma consulta prévia”. Na perspetiva de Óscar Rivera, responsável do setor público em Espanha na TendersTool, 2021 tem sido um ano extraordinário, com um valor de investimento de mais de 5.200 milhões de euros no final do ano, com aumentos em praticamente todas as áreas de produto e serviços de TIC. “Destaque para os Serviços de Terceirização de IT com mais de 1,4 milhões de euros seguidos pelos serviços de manutenção com 1.003 milhões de euros. Em relação a 2022 já chegamos a 1.300 milhões de euros voltando a ser os Serviços de Terceirização de IT e serviços de manutenção que se destacam dos demais”, afirma o responsável do setor público em Espanha. No país vizinho, os ajuste diretos estão limitados ao montante máximo de 15 mil euros, razão pela qual a proporção entre ajustes vs. concursos é bastante menor que em Portugal, aumentando a transparência e escrutínio. Em linhas gerais, a tipologia dos contratos incluídos na legislação espanhola sobre contratos do setor público é a seguinte:
Top adjudicatários Q1 por valor - hardware
O Top de Adjudicatários em hardware foi:
Top adjudicatários Q1 por valor - SoftwareNo Q1 adjudicaram-se 44 concursos públicos por um montante de 12.557.623 euros com categorização tecnológica de software, repartidas da seguinte forma:
Top adjudicatários Q1 por valor - ServiçoNo Q1 adjudicaram-se 153 concursos públicos de serviços por um montante de 85.525.143 euros com a categorização tecnológica de serviços, repartidas da seguinte forma:
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