Rui Damião em 2022-4-18
Depois da tempestade vem a bonança e é preciso perceber qual é o futuro do local de trabalho e como é que os Parceiros podem tirar o máximo partido de um mercado em evolução. Cisco, Citrix, Huawei, Ingecom, Lenovo, Microsoft, Poly, TotalStor, a Ricoh company e WatchGuard dão a sua opinião sobre o mercado de workplace solutions
2021 foi o ano da reabertura do mercado e tudo indica que 2022 será o ano em que os colaboradores podem, de facto, voltar ao escritório. Como é que foi a adoção de soluções de workplace durante o último ano e de que maneira é que isso vai impactar o mercado em 2022? João Moura, Surface Business Group Lead, Microsoft: “Temos sentido um aumento de adoção deste tipo de adoções. O primeiro impacto, no primeiro confinamento, terá sido por necessidade e tivemos uma adoção mais rápida e menos estruturada. Ao longo do tempo, temos vindo a conviver com um ambiente híbrido e cada vez mais isso será uma realidade. Continua a existir uma necessidade de adoção de soluções de mobilidade” Rui Gouveia, Enterprise Business Manager, Lenovo: “O ano de 2021 foi um ano muito intenso em termos de renovação do workplace e da procura de soluções. A tendências e as previsões apontam para que 2022 seja um ano bastante dinâmico, tanto ao nível da procura, como da oferta de soluções inovadoras que permitem endereçar alguns desafios deste regresso ao trabalho físico, mas ainda há alguns desafios” Diogo Pata, Global Sales Engineer, WatchGuard: “Numa perspetiva de cibersegurança, o que vimos foi uma procura por dar ao colaborador remoto a capacidade de se ligar e aceder aos recursos aos quais tinha acesso dentro do perímetro da sua empresa. O que estamos a ver agora é a evolução da política de segurança, uma melhor abordagem não só focada em conectividade, mas também na autenticação” Márcio Costa, Collaboration Technical Solutions Architect, Cisco: “A pandemia veio transformar tudo, mas aprendemos muito; o trabalho remoto é diferente do trabalho híbrido. No regresso ao escritório, os colaboradores querem ter a mesma experiência que tinham em casa – a simplicidade, a flexibilidade – no escritório. As decisões que as empresas vão tomar daqui para a frente vão ser decisões informadas e com outro impacto” A pandemia alterou a adoção das soluções de mobilidade. Agora, a compra destas soluções é mais pensada? O mercado já está consolidado? Ricardo Oliveira, Field Sales Manager – West Iberia, Citrix: “Acho que estamos justamente nesse momento. Tivemos no início dos confinamentos uma procura mais imediata e não tão pensada. Agora estamos numa fase diferente, onde temos de repensar o posto de trabalho numa perspetiva híbrida. É claríssimo que a grande maioria das organizações irão trabalhar em ambiente híbrido, ou vão em parte permitir que os colaboradores trabalhem nesse formato” Luís Dias, Sales Manager, Poly: “A COVID-19 foi impulsionadora para as alterações na forma de trabalhar, acelerou a transformação digital. O trabalho já não é num lugar em concreto, mas sim onde queremos e a que horas quisermos. Com a pandemia, o modelo tradicional das nove às cinco, no escritório, definitivamente terminou e o trabalho flexível veio para ficar, implicando alterações” Nuno Reis, Senior Business Development, Ingecom: “Quando pensamos em mobilidade, não pensamos só nos dispositivos. Os dispositivos são uma das variáveis, mas, imediatamente a seguir, temos a questão da identidade do próprio utilizador. A mobilidade pode ser despegada do dispositivo e consumir a informação através da web, do portal, e o dispositivo em si acaba por ser irrelevante” Nuno Marques, Diretor-Geral, TotalStor, a Ricoh company: “Para as empresas como as nossas, a adaptação não foi complicada. Agora, temos muitas entidades que, ainda hoje, têm dificuldade em conviver com esta realidade. Esta realidade já não se vai embora; existe e vamos ter de conseguir conviver com ela. Ainda estamos numa fase de adaptação significativa, principalmente nos temas de segurança” Francisco Machado, IT Solutions Architect, Huawei: “Em 2020, houve uma adoção destas soluções muito rápida para garantir a continuidade do negócio. Em 2022, já se percebeu que esta é uma realidade que veio para ficar. As empresas já pensam de uma forma mais estruturada e mais consistente. Também as soluções evoluíram; em 2020 apareceram de forma acelerada, mas, passados dois anos, são soluções também mais consolidadas” À medida que os colaboradores retornam ao trabalho presencial depois da COVID-19, as organizações têm a oportunidade de criar espaços digitais inteligentes que tragam aos colaboradores e às equipas vantagens sobre a sua experiência anterior de teletrabalho. Como podemos tornar o escritório moderno novamente atrativo para os colaboradores? Luís Dias, Sales Manager, Poly: “As empresas estão a redesenhar-se e a reinventar os seus espaços, trazendo o conceito de ‘casa feliz’ para dentro do escritório e tornando os espaços mais atrativos. O investimento em tecnologia procura manter esta experiência. É importante falarmos em equidade porque temos de ter esta experiência de igualdade para quem está dentro do escritório e quem está remoto” João Moura, Surface Business Group Lead, Microsoft: “Antes de tudo, é preciso pensar que tipo de soluções tecnológicas vamos colocar e agora pensasse mais em como se torna no espaço mais inclusivo, como tornamos o espaço físico agradável para os colaboradores, mas também como permitimos quem está fora – seja colaborador ou cliente – a ter uma boa experiência mais colaborativa com as nossas pessoas” Márcio Costa, Collaboration Technical Solutions Architect, Cisco: “Os espaços de trabalho antes da pandemia eram vistos como espaços estáticos e, muitos deles, sem equipamentos de videoconferência. Com a evolução que estamos a ter, esta transformação de espaços estáticos para espaços inteligentes é muito relevante devido à flexibilidade e simplicidade que o utilizador quer ter quando chegar ao escritório” Francisco Machado, IT Solutions Architect, Huawei: “Mais do que nunca, é necessário garantir que o escritório é um espaço atrativo para os seus colaboradores. Os colaboradores têm de ter uma experiência superior no escritório do que em teletrabalho que tinham antes da pandemia. O meu colaborador passou muito tempo em casa e não querem voltar, mas o regime híbrido é não só uma tendência, mas também uma certeza” Nuno Marques, Diretor-Geral, TotalStor: “As empresas vivem do talento das pessoas e para conseguirmos ter pessoas talentosas a trabalhar connosco temos de lhes dar ferramentas para estarem satisfeitas e contentes. Existem as condições técnicas – que têm de ser boas e se adaptar às necessidades –, mas também existem as condições paralelas e as pessoas têm de se sentir confortáveis” A rápida adoção de soluções de colaboração levanta problemas de cibersegurança. As organizações nacionais apostam em cibersegurança quando estão a investir em colaboração? Quais são os grandes desafios dos clientes? Nuno Reis, Senior Business Development, Ingecom: “As organizações têm uma preocupação crescente com a cibersegurança. Em termos de desafios, há mais do que muitos e é praticamente impossível responder ou antecipar todos os desafios com os quais nos vamos deparando. A principal preocupação das organizações é a visibilidade, que é muito importante para qualquer gestão para garantir a segurança de um sistema” Diogo Pata, Global Sales Engineer, WatchGuard: “Claramente as empresas estão mais preocupadas com a cibersegurança, mas podem estar em graus de maturação distintos. São vários os desafios que passam pelo próprio dispositivo, a gestão de risco do dispositivo, também a autenticação e controlo de identidade, fornecendo, depois, uma conectividade baseada, por exemplo, num conceito de zero trust” Ricardo Oliveira, Field Sales Manager – West Iberia, Citrix: “A superfície de ataque mudou claramente. Os ataques são direcionados de uma forma completamente distinta. Temos estes criminosos a utilizarem formas distintas para atacar as organizações. Temos de ter abordagens diferentes: a gestão de identidade, o zero trust, temos de segmentar muito bem o que cada utilizador tem acesso e contextualizar” Rui Gouveia, Enterprise Business Manager, Lenovo: “Quando falo com os clientes, sinto que ainda há um grande desafio nos departamentos de IT para justificar os investimentos e ainda é uma área sensível que levanta alguns problemas. Outra dificuldade que sinto é como fazer o balanço entre a segurança e a usabilidade, onde o compromisso entre a segurança e a usabilidade ainda é um desafio para as organizações” Quais são os desafios que as organizações vão encontrar à medida que os colaboradores voltam fisicamente ao escritório? De que maneira é que se pode garantir a produtividade dos colaboradores? Nuno Marques, Diretor-Geral, TotalStor: “Num regresso ao escritório, temos de garantir que o colaborador vai encontrar um espaço atrativo e que o deixe minimamente satisfeito. Com o trabalho remoto, as pessoas começaram a viver de forma distinta e a gostar. Toda a transformação a nível humano mudou a forma de pensar que nós, enquanto empresas, temos de ter em conta” Ricardo Oliveira, Field Sales Manager – West Iberia, Citrix: “A produtividade começa com a cultura que criamos nas organizações e na forma como vamos buscar o talento que queremos. Talento trata-se de conseguir criar esta cultura dentro das organizações e ter o ambiente o mais homogéneo possível com aquilo que são as dinâmicas da nossa companhia. A empresa tem de adotar as ferramentas que possam permitir uma maior produtividade aos utilizadores” Diogo Pata, Global Sales Engineer, WatchGuard: “Cada vez mais, o desafio é que o dispositivo esteja sempre seguro, independentemente de onde se conecte. Voltar ao escritório, continuar em casa ou ligar-me num ponto público de Wi-Fi continua a ser um desafio para garantir o mesmo nível, por um lado, de acessibilidade e produtividade, e ao mesmo tempo de segurança que, hoje, pode ser otimizado” Como é que os dispositivos se estão a adaptar a uma realidade de trabalho híbrido? Rui Gouveia, Enterprise Business Manager, Lenovo: “A chave é melhorar a experiência do utilizador. Cada vez mais, a inteligência artificial está a aparecer nos dispositivos e a ajudar a produtividade e a facilitar o trabalho híbrido. Nos dispositivos, conseguimos dar alertas aos utilizadores para descansarem os olhos ou para corrigirem a sua postura na secretária, por exemplo” João Moura, Surface Business Group Lead, Microsoft: “O híbrido traz mobilidade. Temos o escritório em casa e no trabalho. Ter as ferramentas mais leves permitem uma melhor colaboração e criatividade. Depois é a qualidade de imagem e de som para fazer conference calls com o maior conforto possível, sem a necessidade de mais acessórios, e termos essa experiência única, seja em casa ou no escritório” Márcio Costa, Collaboration Technical Solutions Architect, Cisco: “As plataformas têm de ser abertas e existir interoperabilidade entre vários mundos. Todos nós, no nosso PC, instalamos e utilizamos várias plataformas. Quando chego ao escritório, quero ir para uma sala de reuniões, colaborar com a minha equipa e não quero pensar na plataforma a utilizar. O sistema de colaboração tem de ser inteligente e adaptar-se às necessidades” Francisco Machado, IT Solutions Architect, Huawei: “Consideramos que o principal desafio se prende com o facto de o utilizador – tanto no trabalho como em casa – querer ter uma experiência boa. Os dispositivos evoluíram nos últimos dois anos. Temos dispositivos mais inteligentes, com ecossistemas mais abertos e integrados e mais robustos que oferecem uma experiência mais agradável aos utilizadores” Luís Dias, Sales Manager, Poly: “O colaborador pretende ter a mesma experiência e facilidade de utilização das suas comunicações seja em sua casa ou no escritório. Com a massificação das plataformas cloud, os colaboradores não pretendem nada de complexo, tal como o IT, que quer soluções simples na gestão remota e user friendly. Isto vai trazer mudanças significativas nas soluções tecnológicas colaborativas” Nuno Reis, Senior Business Development, Ingecom: “Numa perspetiva de cibersegurança, temos observado um overlap relativamente grande das funcionalidades que os dispositivos trazem hoje. Com a entrada de dispositivos de captação de áudio e vídeo numa organização, o risco aumenta. A superfície de ataque é composta não só pelo número de dispositivos, mas também que estes próprios dispositivos têm” Quais são as oportunidades para os Parceiros na área de Workplace Solutions? Márcio Costa, Collaboration Technical Solutions Architect, Cisco: “As oportunidades são magníficas. Vivemos numa era muito dinâmica e os Parceiros são a chave do negócio. É importante focarmo-nos nos negócios dos clientes e utilizarem o que há de melhor na tecnologia para criarem a melhor experiência para as organizações” Ricardo Oliveira, Field Sales Manager – West Iberia, Citrix: “[Os Parceiros devem] olhar para as necessidades específicas dos clientes por vertical, ver como é que transformar digitalmente o posto de trabalho pode ajudar o cliente a ser mais produtivo e as organizações podem responder às suas próprias necessidades de negócio” Francisco Machado, IT Solutions Architect, Huawei: “Os Parceiros têm oportunidades muito interessantes já que as organizações necessitam de novas soluções e de capacidade para dar resposta aos desafios pós-pandemia. Estaremos sempre disponíveis para ajudar as organizações nisto que é a transição digital” Nuno Reis, Senior Business Development, Ingecom: “As oportunidades são mais do que muitas. Há uma necessidade muito grande em segmentarmos e verticalizarmos. Não há dois clientes nem dois desafios iguais e a ideia é olhar para os desafios numa perspetiva do cliente e de negócio garantir a segurança” Rui Gouveia, Enterprise Business Manager, Lenovo: “Nesta fase, é importante as empresas adotarem a tecnologia certa, investirem em infraestrutura e dispositivos que lhes permitam o trabalho híbrido e mobilizar os colaboradores. Os Parceiros podem ser uma ajuda nesta definição do posto de trabalho” João Moura, Surface Business Group Lead, Microsoft: “O papel dos Parceiros é fundamental e a oportunidade está, definitivamente, em entregar as soluções desenvolvidas de forma unificada, holística, e olhando para tudo e não apenas para uma componente, entregando uma solução completa e gerida” Luís Dias, Sales Manager, Poly: “Se nós crescemos, também é fruto do trabalho dos Parceiros. Podemos ter as soluções tecnológicas, mas precisamos das pessoas no terreno e os Parceiros já perceberam que as soluções podem ser um complemento às soluções que apresentam aos seus clientes” Nuno Marques, Diretor-Geral, TotalStor: “Aquilo que nos preocupa é conseguir estar nos clientes, ouvir os clientes e ajudar os clientes a estarem mais preocupados com o seu negócio e a deixar-nos a nós a ajudar a que o seu negócio seja o mais produtivo possível e ajudar na sua transformação digital” Diogo Pata, Global Sales Engineer, WatchGuard: “Os Parceiros terão imensas oportunidades durante este ano. Estas oportunidades trarão desafios que percebemos quais são e, por isso, temos uma plataforma unificada que permite aos nossos Parceiros endereçar as várias necessidades nos vários verticais” |