2015-9-24
A integração de CCTV digital em redes IP é uma oportunidade de negócio para quem integra e revende tecnologia. Para quem dispõe do know-how de redes IP, um projeto de videovigilância não será “rocket science”, mas existem alguns pontos a serem observados
Existe atualmente uma apetência de empresas e instituições por adotarem soluções de videovigilância, ou reformarem os velhos sistemas analógicos e IP de primeira geração, mas existem também frequentemente clientes que subvalorizam as exigências de um projeto. Ir ao supermercado e comprar um câmara de IP WiFi para monitorizar um bebé ou a porta da garagem acaba por dar um falso sentido de simplicidade a quem decide pela aquisição destes sistemas para uso profissional.
2- As óticas Todos temos alguma experiência de fotografia enquanto amadores. Os conceitos óticos aplicáveis são similares nas câmaras de CCTV: existem câmaras com objetivas que não podem ser removidas do chassi ( a maioria) , e câmaras preparadas para objetivas intermutáveis, onde se pode optar pela gama de lentes oferecida pelo próprio fabricante ou por um fabricante independente. |
Os dois últimos tipos de objetivas são normalmente reservados às câmaras com montagem em PTZ (pan–tilt–zoom) que se destinam a ser controladas remotamente por um operador de segurança. |
Câmara Canon de montagem PTZ com zoom ótico de 20x tem um campo de visão horizontal dos 60º aos 3º |
Como na fotografia, os dois parâmetros fundamentais para entender uma objetiva é a sua luminosidade ótica (abertura na escala f ) e a sua distância focal. A distância focal é o parâmetro-chave para o planeamento prévio do numero de câmaras necessárias e para a área que elas vão cobrir. 3- Frame rate Um dos aspetos mais importantes é o frame rate (fps) ou imagens por segundo que o sensor capta. Abaixo de 25 imagens por segundo (varrimento do antigo televisor), a perceção visual humana começa a distinguir as frames individualmente e perde-se a noção de continuum. Mas em videovigilância o frame rate torna-se um problema de armazenamento e de rede. Com exceção de aplicações muito específicas cujo alvo está em movimento muito rapidamente (exemplo da videovigilância do transito automóvel), o frame rate é sempre menor, porque a avaliação de potenciais riscos pode ser feita com muito menos frames por segundo. É óbvio que por software é possível baixar os fps de uma câmara, mas o reverso não é verdade. Câmara box da Vivotek com objetiva de distância focal variável; pode fazer até 60 fps, o que a torna ideal para situações de monitorização de viaturas. Esta variação de frame rate é em algumas câmaras possível de ser automaticamente programada. Assim, se a câmara não detetar alteração na imagem faz um frame rate abaixo de 1/s e quando deteta movimento usa o frame rate máximo, poupando assim largura de banda e armazenamento. Muitas marcas profissionais usam atualmente o padrão de 30 fps (existem com taxas superiores), mas uma boa câmara com 10 fps pode ser suficiente para a maioria das situações e existe uma diferença de preços a considerar. 5- Sem alimentação |
DLink montagem Dome para interiores dispõe de emissores de luz IR e pode ser alimentada em PoE. |
Alguns fabricantes dispõem no seu portfólio câmaras que não necessitam de ser alimentadas com energia elétrica separadamente, utilizando para isso o PoE (Power over Ethernet). |
7- Sem Ethernet? |
8- Entendendo a compressão O streaming transporta três tipos de compressão de video/áudio possível; O motion jpeg (MJPG) , o MPEG-4 (Moving Picture Experts Group) e no seu codec mais evoluído o H.264 (MPEG-4 AVC), que é usado por exemplo nos Blu-ray e em muitos operadores de TV cabo. As diferenças na qualidade da imagem são subtis, mas o seu impacto na rede e no armazenamento não.
Esta quantidade de armazenamento de vídeo necessita de servidores de armazenamento dedicados, mas existe outra opção: a gravação ser inteligente, mas sobre isso falaremos no final do artigo. |
9- Streaming e servidor HTTP
Cada câmara é dotada de um servidor de streaming que pode ser acedido diretamente em UDP multicast ou TCP ou usando HTTP(S), com o webserver da câmara. As funções específicas em cada câmara controláveis por HTTP são inúmeras, desde o som, o controlo dos parâmetros da câmara e do streaming como em alguns modelos DDNS para acessos por WAN. Uma função importante controlável pela interface web é o controlo de movimento, quer por zonas pré-definidas diretamente na câmara quer na imagem no geral. Isso permite que na ausência de movimento o frame rate seja tão baixo com algumas imagens por minuto, o que poupa largura de banda e armazenamento.
10- Video Recorder ou PC?
A pergunta que se coloca com a videovigilância sobre IP é se ainda são necessários gravadores de imagem dedicados ou se pode dar esta função a um PC, onde se instalará o software de monitorização. A resposta é que um PC devidamente configurado cumpre bem a função. Mas existem vantagens em incluir um NVR (Network Video Recorder) no projeto, pese que o custo final deste será ligeiramente mais alto.
Este Vivotek NVR (Network Video Recorder) tem 8 portas PoE ,saidas para alarmes, servidor de HTTP, acesso por Mobile, e tem os seu próprio software de visionamento e controlo dispensando um PC. A grande vantagem é que a maioria dos NVR na verdade cumprem várias funções para além do armazenamento. Muitos são também switches de PoE (se este requisito fizer parte do projeto), adaptando-se às caraterísticas do streaming de vídeo. |
11- A inteligência
Embora cada câmara individualmente já disponha de alguma “inteligência”, o centro de um sistema de videovigilância é o seu software de monitorização. As marcas oferecem software multi-câmara na compra do hardware que cumpre as funções mais importantes, nomeadamente o estabelecimento de zonas de atividade em cada cena para poupar armazenamento e permitir um visionamento mais rápido arquivo, assim como o controlo de câmaras PTZ, servidor web para acesso WAN entre outros. Porém, existem algumas funções específicas necessárias para projetos maiores que podem necessitar de software de um fabricante independente ou um upgrade pago do fabricante do hardware. Isto é particularmente verdade quando o número de câmaras é superior à capacidade de monitorização de um operador.
O software de videovigilância incluído na compra do hardware cumpre a maioria das funções necessárias, mas pode estar limitado. Neste caso é preciso ajudar o técnico a saber o que é relevante, e o que é relevante em segurança é o que foge à normalidade: um aumento súbito de barulho, uma pessoa a correr onde o normal seria andar, um objeto que não deveria estar parado mais que X minutos, uma variação súbita de luminância ou mesmo de crominância que pode indicar uma explosão ou um início de incêndio. E essa monitorização automática é feita para cada imagem, até centenas de câmaras, dependendo da dimensão projeto, dando imediatamente ao operador a possibilidade de verificar se a ocorrência é mesmo um problema de segurança.
Podemos dividir as marcas em três grupos, pela sua própria origem. O grupo das marcas que tem origem no vídeo profissional e são elas próprias fabricantes dos seus sensores, casos da Canon , Panasonic e Sony. Todos oferecem um array de produtos de gama muito vasta, incluindo servidores de armazenamento e software de videovigilância, sendo que destes, a Canon é o fabricante que tem mais tradição em Portugal na relação com o Canal das TI. No segundo grupo as empresas exclusivamente da área da segurança, como a Bosch Security e a Vivotek. Por último, o grupo as empresas que são do universo IT, como a Axis (agora parte do grupo Canon) e a D-Link. |
Conclusões:
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